1922
Com canções nacionais, filme Brasil Ano 2000 remete a tropicalismo
Longa será discutido em mais um webinar da série de eventos online em pré-comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna
Cleomar Almeida, da equipe FAP
Considerado pela crítica como “empreitada alegórica” após o diretor Walter Lima Jr partir do realismo de seu primeiro longa, o filme Brasil Ano 2000 remete, em sua essência, ao tropicalismo por apresentar mistura de gêneros cinematográficos e referências imagéticas, literárias e musicais. O longa será discutido, nesta quinta-feira (14/10), a partir das 17 horas, em webinar da série de eventos online da Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em pré-comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna.
Assista!
Com participação de Ulisses Xavier e mediação do diretor-geral da FAP, Caetano Araújo, o evento será transmitido na página da biblioteca no Facebook. O público também poderá conferir o debate no portal da FAP e na rede social da entidade (Facebook), assim como no canal da fundação no Youtube.
O roteiro do filme, lançado em 1969, se passa no ano 2000. Com o país parcialmente devastado pela Terceira Guerra Mundial, uma família de imigrantes chega a uma pequena cidade à qual dão o nome de “Me Esqueci”. O trio é recrutado por um indigenista para fingir-se de índios durante a visita de um general.
No dilema entre integrar-se ao sistema ou preservar a liberdade individual, colaborar com a farsa ou denunciá-la, a família caminha para a desagregação enquanto a cidade se prepara para o lançamento de um foguete espacial.
O filme conta com trilha sonora composta por Gilberto Gil e Rogério Duprat, com canções escritas por Gil, Capinam e o diretor, e interpretadas por Gal Costa e Bruno Ferreira. Duprat compôs a trilha instrumental deste filme enquanto trabalhava nos arranjos do antológico disco Tropicália ou Panis et Circencis (1968). Não por coincidência, em determinado momento pipoca na trilha sonora seu arranjo para a versão de Coração Materno que Caetano Veloso gravou naquele álbum.
O longa de Walter Lima Jr recorre principalmente a dois gêneros, conforme observa a crítica: A ficção científica pós-apocalíptica e a chanchada. O primeiro, incomum para a época, no país, dá a ambientação geral: No ano 2000, as nações ricas do mundo já não existem; foram destruídas após a mítica 3ª Guerra Mundial, onze anos antes.
Era de se imaginar que o Terceiro Mundo tiraria bons frutos desse acontecimento, mas não foi o caso. Não se tornou independente, não se livrou do complexo de inferioridade, não erradicou a miséria. Pelo contrário, seguiu cultivando todas essas mazelas.
Os temas pinçados pelo roteiro de Walter se relacionam diretamente a situações do brasileiro de então e que perduram até hoje. Entre elas estão a rejeição à história nacional, a cobiça do estrangeiro e o culto aos colonizadores.
Ciclo de Debates sobre Centenário da Semana de Arte Moderna
20º evento online da série | Modernismo, cinema, literatura e arquitetura.
Webinário sobre o filme Brasil Ano 2000
Dia: 14/10/2021
Transmissão: a partir das 17h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira
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Romance de 30, um dos momentos mais autênticos da literatura
Assunto será discutido em webinar da FAP e Biblioteca Salomão Malina, nesta quinta-feira (26), a partir das 17h
Cleomar Almeida, da equipe FAP
Reflexo de manifestações de interesse por uma prosa regional consistente e participativa originariamente do Nordeste, o Romance de 30 se consolidou como um dos momentos mais autênticos da literatura brasileira. O episódio será discutido, nesta quinta-feira (26/8), a partir das 17h, em mais um evento online do ciclo de debates da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Biblioteca Salomão Malina, nas atividades de pré-celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna.
A transmissão será realizada pelo portal e redes sociais da entidade (Facebook e Youtube), assim como página da biblioteca no Facebook. Todos os internautas interessados podem participar diretamente do debate, por meio da sala virtual do Zoom. Para isso, basta solicitar o acesso por meio do WhatsApp oficial da biblioteca (61) 98401-5561. (Clique no número para abrir o WhatsApp Web).
Assista!
O ponto de partida para a mobilização foi um congresso que reuniu escritores do nordeste, em 1926, no Recife (PE). Depois, o ano de 1930 se tornou marcante por consolidar a renovação do gênero romance no Brasil, com novos rumos à prosa.
Após grande mobilização intelectual dos primeiros modernistas no Sudeste do país, procurou-se atingir equilíbrio e estabilidade, que, aos poucos, refletiram em diversas obras. Entre elas estão O quinze, de Rachel de Queiroz (1930); O país do Carnaval, de Jorge Amado (1931); Menino de engenho, de José Lins do Rego (1932); São Bernardo, de Graciliano Ramos (1934); e Capitães da areia, de Jorge Amado (1937).
Na época, a nova literatura em prosa se caracterizou por ser antifascista e anticapitalista, “extremamente vigorosa e crítica”, como avaliam alguns analistas. É por isso que os livros didáticos a classificam com vários nomes.
Além de "Romance de 30", que tem como parâmetro o início cronológico da nova literatura, o momento também é chamado de romance neorrealista. Isto porque as obras conseguiram renovar e modernizar o realismo e o naturalismo do século 19, enriquecendo-o com preocupações psicológicas e sociais.
Outra forma como é chamado o momento literário de 1930 é romance regionalista moderno, porque escapa das metrópoles e vai ao Brasil afora, preso ainda a costumes dos séculos anteriores.
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Algumas obras sociológicas fundamentais surgem nessa mesma época, como Casa-grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre, e Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda. De todos os nomes para essa época, o melhor parece ser o do título deste artigo.
Os romances de Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos e outros escritores criaram um estilo novo, completamente moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos quais puderam incorporar a real linguagem regional, as gírias locais.
O romance brasileiro de 30 representa um movimento mais complexo do que a simples predominância do romance social, considerada a face do período. O início daquela década é marcado por uma necessidade de superar a dúvida tida como gratuita do ceticismo do início do século.
Em 1933, por exemplo, o fenômeno do “romance proletário” estabeleceu um clima de polarização política e literária, criando uma predominância do romance social. A partir de 1937, no entanto, houve diversos sinais de esgotamento do chamado romance social.
Esse foi o tempo de uma nova dúvida, que não se confunde com o ceticismo, mas que refletiu o impasse em torno de uma guerra anunciada para decidir os rumos — fascismo ou comunismo — de um Ocidente que, naquela época, se imaginava superando o liberalismo.
Ciclo de Debates sobre Centenário da Semana de Arte Moderna
14º evento online da série | Modernismo, cinema, literatura e arquitetura.
Webinário sobre desdobramentos do romance de 30
Dia: 26/8/2021
Transmissão: a partir das 17h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira