O economista Sérgio Besserman Vianna destacou que, “antes de tudo”, é necessário valorizar o conhecimento para o país não ficar às margens da revolução tecnológica
Por Germano Martiniano
Valorização do conhecimento, readequação das funções do Estado e busca de uma identidade interna para desenvolvimento de politicas internacionais foram os principais pontos que os participantes do seminário “O Brasil no mundo em transformações”, destacaram após um dia de debates, neste sábado (3), no Hotel Pergamon, em São Paulo.
O evento, que teve a presença de Jorge Calderia, autor de “História da Riqueza no Brasil” e Roberto Freire, presidente nacional do PPS; entre reconhecidos políticos e intelectuais, foi promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP). O seminário teve como objetivo discutir e propor caminhos para o Estado e a sociedade brasileira no cenário internacional, que vê seu eixo econômico se deslocar para Ásia, especialmente para China, e que passa também pela Quarta Revolução Industrial, a revolução cibernética ou tecnológica.
O próximo seminário será em Brasília, no próximo sábado (10), no auditório da Biblioteca Salomão Malina, da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Conic, das 10h às 18h, com a temática “Desenvolvimento sustentável e inclusão social”. Estes seminários fazem parte de um ciclo de discussões que visam produzir material para o Congresso Nacional do PPS, previsto para ocorrer no final deste mês em São Paulo.
Debate
Com todas cadeiras ocupadas, o seminário deste sábado permitiu diversas abordagens sobre o tema proposto. Contudo, foi unanime estre o público presente que o projeto nacional desenvolvimentista, politica econômica baseada na forte participação do Estado, e que teve sua importância décadas atrás, já não se aplica a este mundo contemporâneo em constante transformação.
“O Brasil tem uma influência muito grande do projeto nacional desenvolvimentista gerado no pós-guerra, que naquela época foi importante. Porém, o país atual não é mais uma economia primária exportadora. Hoje temos moeda estável, investimentos estrangeiros, empresas competitivas globalmente, portanto, os desafios atuais são diferentes daqueles do passado”, disse o engenheiro Luiz Paulo Velozzo. “Nossa estratégia tem de ser outra. Precisamos readequar as funções do Estado ao contexto atual e nos integrar a economia mundial”, completou Velozzo.
Outro ponto bastante abordado foi o conhecimento. Para os participantes do seminário, para o País não ficar às margens da revolução tecnológica, é imprescindível o investimento em educação. “Nós precisamos, antes de tudo, valorizar o conhecimento. O Brasil, como um todo, não valoriza o conhecimento”, comentou o economista Sérgio Besserman Vianna.
Com a presença dos embaixadores André Amado e Ronaldo Costa Filho, além de outros nomes que fazem parte do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, o seminário também debateu a política externa brasileira. Os participantes em geral concluiram que, para o Brasil ter uma agenda internacional melhor definida, primeiramente, é necessário que se busque uma identidade interna, ter um projeto como nação.
Confira abaixo, no vídeo, o que alguns participantes disseram sobre o debate e o seminário!