Em artigo na revista Política Democrática Online de novembro, diplomata brasileiro diz que presidente eleito terá mais latitude para liderar busca de vacina na OMS
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Presidente honorário do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, sediado em São Paulo, Rubens Ricupero diz que, após a corrida presidencial nos Estados Unidos, “a conclusão mais importante se refere ao potencial que a eleição de [Joe] Biden tem para mudar o mundo”. Em artigo exclusivo que produziu para a revista Política Democrática Online de novembro, ele avalia os impactos do resultado das urnas tanto na esfera interna quanto em nível internacional.
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A publicação mensal é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania, com colaboração de renomados especialistas, professores, pesquisadores e consultores de mercado. Todos os conteúdos da publicação podem ser acessados, gratuitamente, no site da entidade. Em seu artigo, Ricupero, que também é jurista, historiador e diplomata brasileiro, diz que os efeitos da eleição de Biden devem mudar não somente os Estados Unidos.
“Na esfera interna, não será fácil, sem controlar o Senado, aumentar impostos das corporações, aprovar pacote trilionário de estímulo, alterar a ideologia da Suprema Corte”, observa o jurista. “Já na área externa, Biden terá mais latitude para voltar ao Acordo de Paris, converter o meio ambiente em prioridade central, liderar a busca de vacina na OMS, convocar a prometida Cúpula em favor da Democracia, restituir à diplomacia e ao multilateral o papel central na política externa. Se não fizer mais nada, já terá transformado a agenda mundial de modo decisivo”, destaca.
No artigo publicado na revista Política Democrática Online, Ricupero avalia que o crescimento da economia e do emprego antes da pandemia ajudou o governo de Donald Trump. No entanto, segundo o historiador, o fiasco em lidar com a Covid-19 prejudicou amplamente o atual presidente dos Estados Unidos, embora não seja claro que tenha alienado os idosos, como se antecipava na Flórida.
De acordo com Ricupero, o acirramento do conflito racial em torno dos protestos do “Black Lives Matter” mobilizou o eleitorado negro, que foi importante para eleger Biden e sua vice, Kamala Harris, negra e a primeira mulher a ocupar o posto no país. “Ao mesmo tempo, a violenta destruição de estátuas e as demandas radicais de corte nos recursos das polícias ocasionaram reação adversa de medo e ressentimento”, pondera o autor.
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