Na quinta-feira passada, 28 de junho de 2018, houve um ato em São Paulo, no Teatro Eva Herz, pela unidade das forças democráticas e reformistas. Foi representativo.
Havia lideranças de todos os quadrantes do campo democrático e republicano, além de representantes das candidaturas de Geraldo Alckmin, Marina Silva e Álvaro Dias.
Alguns citaram o quadro das pesquisas eleitorais, que desde janeiro está praticamente inalterado.
Relativizo as pesquisas. Perguntar a eleitores em quem votariam para presidente, fora do período eleitoral propriamente dito, sem que as candidaturas a governador, senador, deputados federais e estaduais estejam estabelecidas de fato e de direito, sem o alinhamento dos prefeitos e vereadores Brasil adentro, sem que as diversas organizações e entidades da sociedade civil tenham se definido, sem propaganda eleitoral, sem que as pré-candidaturas possam se mostrar plenas nas redes sociais, só pode colher resultados de baixa serventia para a definição de rumos.
O que efetivamente as pesquisas têm mostrado é que a grande maioria do eleitorado está sem candidato.
E mais, praticamente todas as pesquisas mostram que há uma rejeição aos extremos.
O que os levantamentos indicam também, à farta, preocupante, é uma negação e rejeição generalizada à política e aos políticos.
Nesse sentido, todos os candidatos e candidatas do campo democrático e republicano têm chances eleitorais aproximadas, se o que hoje é apontado vier a valer em 7 de outubro próximo, o que eu duvido, baseado em minhas quase seis décadas de vida política.
O que fazer agora? Precisamos sair do discurso genérico da unidade, para a prática da unidade.
Sugeri, em Brasília, quando do lançamento do Manifesto “Por um polo democrático e reformista”, que os presidentes dos partidos ali presentes se reunissem, para dar sequência.
Proponho um pacto. O pacto é a proclamação aos quatro ventos do desejo de um rumo unitário, com a escolha clara dos adversários, o bolsonarismo e o lulopetismo.
O pacto é, todos sentados à mesa, estabelecermos critérios objetivos para o afunilamento das candidaturas desse campo.
Pesquisas valem algo? Valem, sim, sobretudo aquelas que peçam indicações de candidaturas e de rejeição, espontaneamente declaradas. Valem as pesquisas que façam os eleitores apresentarem características dos candidatos em quem votam ou votarão.
Palanques também valem. E muito. A capilaridade da campanha, nos quase seis mil municípios brasileiros, pode se revelar mandatória.
Coligações também contam para o tempo radiotelevisivo, para recursos e para o alargamento das possibilidades de votações. Alguém duvida?
O pacto também deverá conter o desejo publicamente manifesto dos pré-candidatos de se oferecerem como o polo da unidade, mas que também estejam dispostos a se incorporar na pré-campanha que vier a se manifestar como a de maior alcance e perspectiva de vitória, já no primeiro turno, segundo os critérios mutuamente acordados.
O pacto também deve visar o dia seguinte às eleições de outubro. Precisamos dar posse, em 1º de janeiro, a um governo que tenha condições de pacificar o país e recolocá-lo nos trilhos, em comunhão com o novo Congresso eleito.
Sobre a mesa, falo claramente, defendo que cheguemos a pontos essenciais, mínimos, basilares, em torno da democracia, da república e do social.
Estamos praticamente a cem dias para o pleito de outubro. Nossa meta de curto prazo é a conquista segura de um lugar no segundo turno para a candidatura mais viável do polo democrático e reformista.
Temos de romper a inércia e jogar unitariamente o campo democrático, republicano, reformista e da justiça social no lugar onde ele será imbatível, nas ruas. O quanto antes.