O chamado “centro democrático” terá uma ou mais candidaturas fortes e competitivas para disputar a Presidência da República nas eleições de outubro deste ano. A avaliação é do deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, que participou na noite da última segunda-feira (5) do Jornal Grande ABC Notícias, exibido ao vivo pela TV Grande ABC.
Em entrevista, por telefone, ao jornalista Leandro Amaral, o parlamentar disse que o cenário eleitoral ainda está indefinido a pouco mais de oito meses do 1º turno do pleito. “O cenário para as eleições de outubro não está nada definido. Só há uma definição: Lula é ficha suja e não vai disputar a eleição. Mas o resto ainda está muito indefinido”, afirmou o deputado. “O que é certo é que o centro democrático, as forças democráticas, começam a delinear candidaturas viáveis e com muitas chances de ser vitoriosas.”
Durante o programa, Freire falou sobre as conversas entre o PPS e os movimentos cívicos, entre os quais o Agora! – do qual faz parte o apresentador de TV Luciano Huck, um dos nomes cotados como possível candidato ao Palácio do Planalto. “Tive um contato com ele exatamente em função do processo de integração entre o PPS e movimento Agora, do qual ele faz parte. Ele está muito entusiasmado com isso. Conversamos sobre esse processo que está em curso”, contou.
Questionado sobre a chance de Huck se filiar ao PPS para disputar a eleição, Freire disse que ainda não é possível saber ao certo o que acontecerá. “Eu diria que [a possibilidade] ainda é muito baixa. Eu espero que cresça. Não sei dizer. Até porque ele até já tinha decidido que não seria candidato. Mas as pesquisas tiveram impacto nisso, com a presença do Huck com altos índices de intenção de voto. Acredito que ele deve estar pensando, mas essa é uma decisão muito solitária”, afirmou o parlamentar.
Em relação aos números obtidos por Huck nas pesquisas, Freire destacou o bom desempenho do apresentador. “Ele é uma pessoa que tem um conhecimento muito grande e é particularmente forte em setores da sociedade brasileira de menor renda, os setores mais populares. É a grande maioria do eleitorado brasileiro. Isso dá uma certa condição que o credencia a ter um protagonismo. Temos de aguardar para saber se isso se mantém”, avalia.
O presidente do PPS também elogiou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), outro pré-candidato à Presidência da República e que pode vir a ter o apoio do partido na eleição. “Há um outro candidato muito simpático ao PPS, e muito próximo a nós, que é o governador Geraldo Alckmin. Temos o governador em alta conta. Um grande político, um grande administrador e pode ser um grande presidente. Vamos aguardar o desenrolar do processo para saber como isso vai caminhar.”
Freire também foi perguntado sobre a hipótese de o PPS apoiar a candidatura do vice-governador Márcio França (PSB) ao governo do Estado. “Eu estive com Márcio em São Vicente em um evento teatral que saúda o aniversário da cidade [Encenação de Fundação da Vila de São Vicente, no fim de janeiro], que é algo muito significativo. Conversamos um pouco. A possibilidade de o PPS apoiá-lo vem sendo discutida pelo Diretório Estadual do PPS-SP”, disse o deputado. “Não temos ainda muita clareza de como estará o PSDB nessa questão da sucessão do governador Geraldo Alckmin. Todas as forças que apoiam o governo do PSDB estão em certo compasso de espera.”
Movimentos
Na entrevista ao Jornal Grande ABC Notícias, Roberto Freire manifestou seu entusiasmo com as discussões sobre a integração de alguns movimentos cívicos ao PPS. “É um processo não apenas da política brasileira, mas da nossa própria renovação como partido. Estamos pensando e trabalhando para que esses movimentos mantenham a autonomia, mas ao mesmo tempo participem da discussão da política que o PPS vai adotar”, afirmou.
“Eles vão participar ao máximo possível. Estamos abertos para que eles contribuam para a formulação política que o PPS precisa fazer para a sociedade brasileira”, prosseguiu o presidente do partido.
Previdência
Na parte final da entrevista, o deputado comentou o esforço do governo federal pela aprovação da reforma da Previdência, que pode ser colocada em votação na Câmara no próximo dia 19 de fevereiro.
“É muito difícil ficar imaginar quando se chegará ao número de 308 votos. Há uma certa dificuldade. Não é fácil aprovar uma emenda constitucional, muito menos algo que provoca conflito de ideias e movimenta toda a sociedade”, reconheceu Freire.
O parlamentar reiterou sua posição favorável ao texto, cuja relatoria é do deputado Arthur Maia (PPS-BA). “O PPS fechou questão a favor da reforma da Previdência. Costumo dizer que votei a favor da reforma nos governos de FHC, Lula e Dilma. É uma reforma necessária ao Estado brasileiro. Não é um problema de governo.”
Por Fábio Matos, Assessoria do Parlamentar