Governadores querem reunião com militares. Certamente não será para falar bem de Bolsonaro
Blog do Noblat / Metrópoles
Uma vez que sabem e sempre souberam que o presidente Jair Bolsonaro não está disposto a reunir-se com eles para diminuir a tensão política que prejudica o país, os governadores querem, e com o mesmo objetivo, encontrar-se com o comando das Forças Armadas, se possível já na próxima semana.
É uma ideia de jerico. O comandante das Forças Armadas é o presidente da República. Quem responde por elas em termos administrativos é o ministro da Defesa, o general Braga Netto, bolsonarista de raiz, que já chegou a falar em cancelamento das eleições do ano que vem se não houvesse voto impresso.
Braga Netto é impermeável a qualquer ideia que possa contrariar o ex-capitão. Seria pura perda de tempo uma reunião com ele. Então com quem mais poderia ser? Com os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica? Mas sobre política eles não podem falar, muito menos na presença de 26 governadores.
Uma conversa discreta, sem anúncio prévio, com dois ou três governadores, até que eles poderiam ter, mas o anúncio estragou tudo, e a discrição foi para o brejo. De resto, os comandantes da Marinha e da Aeronáutica são bolsonaristas como Braga Netto, mais o da Aeronáutica do que o da Marinha.
Quanto ao do Exército, não vai querer arranjar mais confusões com Bolsonaro além das que coleciona. Bolsonaro já o fez engolir a não punição do general Pazuello, que rasgou o Regulamento Disciplinar do Exército ao comparecer a uma manifestação política no Rio tão logo foi demitido do Ministério da Saúde.
Não é porque este país é capaz de assistir a ensaio de golpe a céu aberto e no meio da rua que se conspira em sentido contrário com dia, hora e local marcados. Antigamente, essas coisas eram levadas mais a sério.
Governo das fake news recusa-se a pôr internet nas escolas públicas
Por que tanto desprezo pela Educação?
Pelo menos até a semana passada, o governo do presidente Jair Bolsonaro não havia gasto um só centavo dos 200 milhões de reais reservados para o programa Educação Conctada, destinado a levar internet às escolas públicas.
Por quê? O Ministério da Educação prefere não explicar por que. Um quarto das escolas públicas do país não tem acesso à internet, e entre aquelas com conexão, poucas têm velocidade suficiente para o uso pedagógico de alunos e professores.
O governo já cometeu a proeza de vetar a proposta que garantia internet para alunos pobres. Uma vez que o Congresso derrubou o veto, o governo brigou na Justiça para não investir 3,5 bilhões previstos na lei.
Nem o argumento de que quanto mais internet melhor para fake news, o convenceu a investir.
Texto original: Blog do Noblat / Metrópoles
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