Melhor que Lula já vá se acostumando
É pule de dez nos corredores do Supremo Tribunal Federal que Lula não será liberado para cumprir em casa o resto da sua pena no processo do triplex do Guarujá. O governo não quer, os militares também não, o PIB é contra e grande parte da mídia idem.
É pule de dez que o Supremo não atentará contra a reputação do ex-juiz Sérgio Moro. Alguns ministros, individualmente, poderão fazê-lo, mas o coletivo jamais. Primeiro porque pôr Moro em risco significaria abrir a porta da cela para a saída de Lula.
Segundo, porque outras decisões da justiça correriam o risco de ser questionadas. Assim, o melhor é deixá-lo sossegado a lamber suas feridas. Do procurador da República Deltan Dallagnol, encarregue-se o Ministério Público Federal cuja tendência é a de protegê-lo.
De maneira que, salvo graves, contundentes, escandalosas revelações que ainda possam emergir dos arquivos do site The Intercept e provocar uma hecatombe, em nome dos superiores interesses da Nação a Vaza Jato não prevalecerá sobre a Lava Jato.
Agosto, mês do cachorro louco, do ano sem graça de 2019 – ou excessivamente engraçado, descambando para o quase trágico.
Toffoli é gente do capitão!
Tudo pela família
Como de hábito, sem levar em conta o efeito de suas palavras para o bem ou o mal, o presidente Jair Bolsonaro não cansa de dizer e repetir a amigos que o cercam:
“O ministro é gente nossa, gente nossa”.
É assim que se refere com entusiasmo ao ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal. A razão? Simples.
Foi uma liminar concedida por Toffoli que suspendeu as investigações dos rolos do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Por ora, o Ministério Público do Rio deixou o senador em paz e, de quebra, também seu ex-motorista Fabrício Queiroz.
Toffoli assumiu a presidência do tribunal há quase um ano prometendo tirá-lo da boca do palco da política nacional.
Terá mais um ano para entregar o que prometeu.