Ricardo Noblat: Como fazer os eleitores de idiotas

Em vídeo postado no Youtube, André Marinho, filho do empresário Paulo Marinho, por sua vez suplente de Flábio Bolsonaro eleito senador pelo PSL do Rio de Janeiro, confessa que distribuiu “mihares de áudios imitando e se fazendo passar pelo presidente Jair Bolsonaro durante a recente campanha eleitoral.
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Pode isso?

Em vídeo postado no Youtube, André Marinho, filho do empresário Paulo Marinho, por sua vez suplente de Flábio Bolsonaro eleito senador pelo PSL do Rio de Janeiro, confessa que distribuiu “mihares de áudios imitando e se fazendo passar pelo presidente Jair Bolsonaro durante a recente campanha eleitoral.

Foi na casa dos Marinhos, no alto Leblon, que Bolsonaro passou a gravar parte dos seus pronunciamentos veiculados nas redes sociais e na televisão depois de ter-se recuperado do atentado a faca em Juiz de Fora. No vídeo, André parece ao lado dos amigos Kim Kataguiri e Arthur do Val, representante do Movimento Brasil Livre.

Fux mata no peito
Barganha quase completa

Uma vez que o presidente Michel Temer sancionou a decisão do Senado de aumentar de R$ 33,7 mil para R$ 39 mil o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em troca o ministro Luiz Fux revogou a liminar de sua autoria que garantia o pagamento de auxílio-moradia a juízes de todo o país.

Mas como o aumento só cairá no contracheque dos ministros a partir de janeiro, Fux teve a cautela de determinar que só a partir daí seja suspenso o pagamento do auxílio-moradia. A assinatura de Temer no ato de sanção não bastou, pois. Em janeiro, o presidente da República será outro. Vai que ele dá o dito pelo não dito…

A liminar de Fux data de 2004. Ele a justificou à época com o argumento que o benefício estava previsto na Lei Orgânica da Magistratura Nacional Ao revogá-la, o ministro ressaltou que o benefício era justo, mas que o magistrado precisa “levar em conta a situação econômica do país.” Um drible de corpo…

Se o benefício era justo e estava previsto em lei, não deveria ser retirado. A ser retirado, que jamais fosse em troca de um aumento de salário para os servidores mais bem pagos da República. Quando nada porque há um rombo bilionário nas contas públicas, a situação econômica do país é péssima e cobra sacrifícios de todo mundo.

Não é só a insensibilidade social da toga que espanta, embora não surpreenda. É a barganha conduzida pela mais alta corte de justiça do país e a maneira como a lei é interpretada de modo muitas vezes a favorecer hoje o que se contraria amanhã. Isso explica porque está em queda a confiança dos brasileiros na justiça.

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