Em artigo publicado na revista Política Democrática Online, professor da Unesp critica economia que naufraga e cita coronavírus como agravante
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O ano de 2020 se anuncia difícil, mas é de eleições. O calendário é óbvio para os brasileiros, mas serve também como alerta. “Responder, plebiscitariamente, ao bolsonarismo nas urnas deve ser um ato de legítima defesa do povo e da nação brasileira”, afirma o historiador e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Alberto Aggio, em artigo publicado na 17ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela entidade.
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Na avaliação de Aggio, que também é diretor executivo da FAP, Bolsonaro mira em 2022 visando atingir a reeleição. No entanto, de acordo com o professor, outras questões agravam o cenário brasileiro, como o que ele chama de “raquítico PIB (Produto Interno Bruto) de 2019”, no patamar de 1,1%, a baixa expectativa de crescimento, a tensão entre Executivo e Legislativo e a pandemia do Covid-19, ou coronavírus.
“O conjunto da economia naufraga, o dólar dispara, os investidores somem, e a perturbadora crise do petróleo dá as caras”, afirma ele, em um trecho da análise publicada na revisa Política Democrática. “Já não há mais ‘herança maldita’ a ser condenada: o desastre dos anos Dilma ficou para trás; o breve período Temer, de frágil recuperação, agora se perde inapelavelmente. Bastou pouco mais de um ano para os brasileiros conhecerem os resultados da “nova política econômica” de Paulo Guedes, cujos números atestam prepotência e fracasso”, acrescenta.
Pós-doutor pela Universidade de Valenia (Espanha), Aggio também reforça que o cenário preocupante se agrava ainda mais com a chegada ao país do novo coronavírus, cujo foco original afetou drasticamente a produção da “oficina do mundo”, o principal parceiro comercial do Brasil. “As estatísticas relativas ao último trimestre são dramáticas para um país acostumado a índices invejáveis. Pode-se projetar, portanto, graves problemas para a economia brasileira, comprometendo a lenta a recuperação do emprego, fator politicamente sensível para qualquer governo, especialmente em ano eleitoral”, ressalta.
O historiador também lembra, no artigo publicado na revista Política Democrática Online, a manifestação de 15 de março, convocada pelo presidente Jair Bolsonaro. “O nível de contraposição entre Executivo e Legislativo que Bolsonaro impõe é bastante nocivo ao país. E isso só ocorre pela recusa do presidente em compor uma base de apoio no Congresso para, dentre outros assuntos legislativos, negociar politicamente o orçamento da República e sua implementação”, diz ele, em outro trecho.
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