‘Quatro parcelas de R$ 250 serão insuficientes’, diz economista Sérgio Buarque

Foto: Altemar Alcantara/Semcom/Manaus
Foto: Altemar Alcantara/Semcom/Manaus

Especialista cobra do governo medidas mais assertivas no enfrentamento à pandemia, em artigo publicado na Política Democrática Online de abril

Cleomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP

O economista Sérgio Cavalcanti Buarque avalia que o desempenho econômico do segundo semestre depende das decisões atuais sobre a intensidade do confinamento, a velocidade do processo de vacinação e “ação compensatória do Estado”. “O primeiro semestre já está perdido”, diz, em artigo publicado na revista Política Democrática Online de abril, produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.

“As quatro parcelas de R$ 250 em média para 45,6 milhões de famílias e os R$ 10 bilhões para o BEM-Programa de manutenção do emprego e renda serão claramente insuficientes, para o enfrentamento dos efeitos econômicos e sociais negativos de algum nível de lockdown”, enfatiza o especialista.

Veja versão flip da 30ª edição da Política Democrática Online: abril de 2021

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em março que o valor médio do novo auxílio emergencial deve ser de R$250 por pessoa. A declaração foi dada em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro para tratar da compra de vacinas contra Covid-19. Até dezembro, o governo pagava ajuda de R$600, por determinação do Congresso.

“Desastre humano”

Na avaliação de Buarque, “a calamidade sanitária leva diretamente ao desastre humano e econômico”, como afirma em seu artigo. Buarque, que também é consultor em planejamento estratégico com base em cenários e desenvolvimento regional e local, mestre em sociologia e professor aposentado da Universidade de Pernambuco (UPE), alerta que o país deve acelerar, com urgência, a vacinação contra a Covid-19.

“Se não conseguir acelerar o ritmo de vacinação até o final do semestre, o Brasil terá vacinado cerca de 84,4 milhões de brasileiros, apenas 40% da população, muito abaixo dos 70% considerados necessários pelos infectologistas para a imunização de massa”, observa o economista.

Acelerar a vacinação da população brasileira é fundamental para a recuperação da economia, avalia Sérgio C. Buarque. Foto: Igor Santos/Secom

Acelerar vacinação

No artigo da revista Política Democrática Online de abril, ele considera que, embora muito mais grave do que o ciclo do ano passado, a nova onda do Covid-19 pode ser mais curta se forem adotadas medidas rígidas que quebram a cadeia de transmissão do vírus e acelerem o processo de vacinação.

“O custo muito alto no presente, inclusive político, teria resultados mais rápidos e consistentes na recuperação da economia brasileira no restante do ano”, pondera o professor aposentado da UPE. 

Para frear a cadeia de transmissão do vírus nos próximos meses, moderando a dimensão da trágica calamidade sanitária, o articulista da revista da FAP ressalta ser imperiosa a implantação de medidas drásticas de isolamento social. “Como resultado, forte retração da economia: aumento do desemprego, da falência de empresas e da vulnerabilidade social”.

Adoção de lockdown

Entretanto, segundo ele, diante da gravidade da pandemia, se não forem adotadas medidas duras e impopulares, mantido o ritmo atual de mortos pelo Covid-19, até o final do semestre, o Brasil vai registrar a dolorosa marca de mais de meio milhão de vítimas do vírus.

“A implantação de um confinamento mais profundo demanda medidas compensatórias do Estado mais amplas do que foi aprovado na PEC emergencial”, diz o economista.

Além da análise de Buarque, a edição de abril da Revista Política Democrática Online também tem entrevista exclusiva com o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, artigo de política nacional, política externa, cultura, entre outras, e reportagem especial sobre avanço de crimes cibernéticos.

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O diretor-geral da FAP, sociólogo Caetano Araújo, o escritor Francisco Almeida e o ensaísta Luiz Sérgio Henriques compõem o conselho editorial da revista. O diretor da publicação é o embaixador aposentado André Amado.

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