Em artigo publicado na revista da FAP de dezembro, especialista em relações internacionais analisa RCEP
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Professor convidado da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e mestre em economia, o engenheiro Paulo Ferracioli diz que RCEP (Regional Comprehensive Economic Partnership) será fator de mudança da economia e da geopolítica da Ásia. “Após a assinatura da RCEP, a grande novidade é que Xi Jinping anunciou que a China cogita pedir adesão à CPTPP”, afirma ele, que é especialista em relações internacionais, em artigo que produziu para a revista Política Democrática Online de dezembro.
Clique aqui e acesse a revista Política Democrática Online de dezembro!
Todos os conteúdos da publicação, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), são disponibilizados, gratuitamente, no site da entidade. A RCEP, assinada em 15 de novembro, tem sido considerado um marco nas relações econômicas e na geopolítica dos países asiáticos. A impressão inicial é que estas relações serão cada mais determinadas por processos interasiáticos, o que ainda não significa, até agora, o completo afastamento das potências externas que atuam na região.
Segundo Ferracioli, o tema deverá ser tratado pelo Japão, que assumiu a liderança do acordo, após a saída dos Estados Unidos, e que tem na China seu principal parceiro comercial, além de ser membro da RCEP, como a China. Certamente, dado o relacionamento entre Japão e EUA, este novo posicionamento da China exigirá profundas reflexões estratégicas de Biden e seus assessores, de acordo com o professor da FGV.
Alguns aspectos e consequências deste acordo merecem ser conhecidos para facilitar seu acompanhamento futuro, como o que diz respeito à liderança do processo, exercida pela Asean (Association of South East Asian Nations), composta por 10 membros com economias de dimensões bastante variadas. Dentre eles, apenas a Indonésia se destaca pelo tamanho de sua economia (maior do que a brasileira), seguida pela Tailândia com um PIB, medido em PPP, cerca de três vezes menor.
No entanto, segundo o especialista, o dinamismo econômico da região é notável. Por exemplo, a quinta maior economia da Asean, o Vietnã, após a adoção da política de “doi moi” (renovação), com aspectos semelhantes às políticas chinesas, vem crescendo a taxas anuais elevadas, sendo que, de 1990 até 2019, apenas em 1999 a taxa de crescimento anual foi inferior a 5%. São ainda membros da ASEAN, listadas por tamanho de suas economias, Malásia, Filipinas, Singapura, Myanmar, Camboja, Laos e Brunei.
Leia também:
Quem é o profissional do futuro com novas formas de trabalho? Dora Kaufman explica
‘STF é um dos pilares da estrutura democrática, mas tem problemas’, diz João Trindade Filho
Diplomata, Jorio Dauster é dedicado à literatura desde a década de 1960
Pesquisas correm contra o tempo em relação ao eleitorado, diz Ciro Leichsenring
RPD: Reportagem mostra o que desestimula vítimas de estupro no Brasil
‘Liderar as Forças Armadas é imperativo para o país’, diz Raul Jungmann
‘Projeto da frente democrática deve ser mantido’, diz José Álvaro Moisés
Como o Brasil pode ter inserção positiva na economia mundial? Bazileu Margarido explica
‘Despreparado para o exercício do governo’, diz Alberto Aggio sobre Bolsonaro
Desastre de Bolsonaro e incapacidade de governar são destaques da nova Política Democrática Online
Confira aqui todas as edições da revista Política Democrática Online