Para delegados, PF vive “apagão” de investigações contra corrupção

Operações de combate à corrupção deram espaço a outras que não colocam a PF em rota de colisão com o governo, como o combate ao tráfico de drogas
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Bela Megale / O Globo

Para delegados, as sucessivas trocas em postos de comando da Polícia Federal no governo Bolsonaro geraram um “apagão” de investigações, especialmente de combate a crimes de colarinho branco. Investigadores ouvidos pela coluna afirmam que os profissionais mais experientes em conduzir os inquéritos dessa área, especialmente na Lava-Jato, foram escanteados ou punidos.

A avaliação é que, nos postos de comando da PF, hoje só há espaço para ascender quem tem perfil burocrático, com mais experiência nos gabinetes do que de nas operações em campo.

Em paralelo, delegados apontam para uma mudança no foco de investigações desde o início do governo Bolsonaro, em 2019. As operações de combate à corrupção deram espaço a outras que não colocam a PF em rota de colisão com o governo, como o combate ao tráfico de drogas.

A mais nova mudança na cúpula do órgão foi oficializada nesta quinta-feira, com a nomeação de Rodrigo Pellim para o comando da Diretoria de Combate ao Crime Organizado, a Dicor, no lugar de Luiz Flávio Zampronha. O departamento é o responsável por investigar políticos com foro, incluindo o próprio presidente Bolsonaro. A substituição, revelada pelo GLOBO no início do mês, acompanha a troca do comando da PF, que desde o início do mês tem Márcio Nunes à frente do posto.

Fonte: O Globo
https://blogs.oglobo.globo.com/bela-megale/post/governo-bolsonaro-ja-gastou-r-26-milhoes-com-comidas-de-aviao-presidencial.html

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