Economista analisa o cenário brasileiro, em entrevista à Política Democrática online
Em entrevista à 10ª edição da revista Política Democrática online, o economista José Roberto Mendonça de Barros diz não ter dúvidas de que o país precisa voltar a crescer de forma sustentável. “Não terá jogo se não sairmos desse pântano de crescimento modestíssimo, com 25 milhões de pessoas em situação entre desempregados, desanimados e subempregados. Nunca vivemos nada parecido”, alerta ele, um dos analistas que mais conhecem a realidade do chão de fábrica em todo o Brasil.
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Produzida pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, a revista destaca, nesta edição, o posicionamento do economista internacionalmente reconhecido. Ele já foi ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, entre 1995 e 1998, e ex-secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República entre abril e novembro de 1998.
De acordo com Barros, em 2014, o Brasil entrou na pior recessão da nossa história, que, conforme ele disse, já se prolonga ao longo dos anos. “E onde está a saída desta recessão?”, questiona. “Temos tido taxas medíocres de crescimento, 1%, 1,1%, este ano 0,9%. Nunca tivemos isso: são três anos de recessão e três anos de saída da recessão de 1%”, observa.
Esse cenário, aponta o economista, afetou o espaço no Brasil de maneira desigual por diversas razões. “O caso mais evidente, até pela sua importância, é o do Rio de Janeiro. Não estou falando só de economia, mas também de gestão, corrupção e coisas desse tipo. O Rio de Janeiro entrou numa queda econômica que é um fenômeno, ainda difícil de dimensionar. Já há mais empresas comerciais fechando do que abrindo, o que sinaliza um problema de emprego que vai além da questão fiscal propriamente dita”, afirma.
Na questão do meio ambiente, Barros ressalta que a única coisa que eu tenho para dizer é que já não se trabalha mais com projetos, como acontecia no passado. “É fundamental definir, com clareza, a convivência do meio ambiente com os projetos de crescimento. Só que a resposta do Bolsonaro até agora tem sido lamentável”, critica.
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