O que está por trás do poder catártico do cinema? Confira o artigo de Lilia Lustosa

Em nova edição da revista online e mensal da FAP, crítica de cinema cita ‘estado hipnótico’.
Foto: Divulgação
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Em nova edição da revista online e mensal da FAP, crítica de cinema cita ‘estado hipnótico’

“Ao sentar-se em uma sala escura, com a atenção totalmente voltada para a tela, o espectador entrava em uma espécie de estado hipnótico, revivendo sensações do passado, seguidas de um certo alívio ao final da sessão”, observa a crítica de cinema Lilia Lustosa, em artigo que produziu para a edição de setembro da revista Política Democrática Online. A publicação é editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), que disponibiliza todos os conteúdos, em seu site, gratuitamente.

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De acordo com Lilia, cinema e psicanálise nasceram praticamente juntos. “Muito cedo percebeu-se que a nova arte tinha um poder catártico semelhante ao da nova corrente psicológica que surgia naquele final de século 19”, afirma ela, em seu artigo. Toda essa mistura pode provocar um sentimento que, segundo ela, muitas vezes, terminava por converter-se em ação ou em transformação.

Em sua análise, a crítica de cinema cita um episódio que viveu em Buenos Aires, onde, conforma ressalta, teve a oportunidade de constatar esse poder do cinema ao assistir ao filme Refugiado (2014), de Diego Lerman, em uma comunidade, fruto de uma ação promovida pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), em conjunto com uma ONG local.

O objetivo, de acordo com Lilia, era incentivar mulheres vítimas de violência doméstica a se pronunciarem sobre o mal que vinham sofrendo, quem sabe até criando coragem para denunciar seus agressores.

Segundo a crítica de cinema, o filme, que conta a história de uma mulher grávida que foge de casa e do marido, levando consigo o filho de 7 anos, despertou sentimentos profundos na plateia. “Uma senhora, acompanhada do filho pequeno, declarou haver-se identificado muito com a protagonista, afirmando que o que viu na tela era exatamente o que vivia em seu dia a dia”, destaca.

“A verdade é que, apesar de já ter lido mil vezes sobre a força catártica do cinema, sobre sua capacidade de sensibilização ou mesmo de persuasão, características tão exaltadas pelos vanguardistas russos ou mesmo pela Igreja Católica com suas encíclicas Vigilanti Cura e Miranda Prorsus, nada se compara a vivenciar seu efeito na vida real”, acentua.

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