O Globo: Bombeiros buscam por sobreviventes em quatro locais de Brumadinho

Foram confirmadas nove mortes decorrentes do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da Vale.
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Foto: Washington Alves/Reuters/El País
Foto: Washington Alves/Reuters/El País
Foram confirmadas nove mortes decorrentes do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da Vale

Bárbara Nóbrega e Cleide Carvalho, enviada especial

RIO —  O Comandante do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Coronel Edgard Estevo, informou neste sábado que foram registradas 299 pessoas desaparecidas em Brumadinho (MG). Nove corpos já foram retirados da área de desastre. De acordo com o comandante, o trabalho de buscas deve se prolongar por semanas. Há quatro pontos de busca onde os bombeiros acreditam que pode haver sobreviventes: em uma locomotiva, um ônibus, na parte de um prédio que desabou e em uma comunidade em Parque das Cachoeiras.

De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil, dos 345 desaparecidos, 46 foram encontrados e encaminhados para unidades de saúde. Foram cadastradas 86 famílias para salvamento. Até o início da tarde deste sábado, duas  famílias foram contatadas e resgatadas. As demais, permanecem aguardando, devido à ausência de energia elétrica, sinal de telefonia e internet, que dificultam a localização exata das vítimas.

O coordenador da Defesa Civil de MG, Evandro Borges, informou que no momento as doações não são prioridade, mas que as pessoas que quiserem fazê-las podem procurar a Polícia Militar. As doações devem se concentrar em alimentos não-perecíveis, água e produtos de limpeza.

VEJA FOTOS DESTE SÁBADO DA TRAGÉDIA EM BRUMADINHO

Vaca presa na lama no distrito de Córrego do Feijão. Márcia Foletto / Agência O Globo
Vaca presa na lama no distrito de Córrego do Feijão. Márcia Foletto / Agência O Globo
O Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante sobrevoo da região atingida pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG. Isac Nóbrega/PR / Isac Nóbrega/PR
O Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante sobrevoo da região atingida pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG. Isac Nóbrega/PR / Isac Nóbrega/PR
Bombeiros recuperam corpo da área atingida pela lama no Córrego do Feijão DOUGLAS MAGNO / AFP
Bombeiros recuperam corpo da área atingida pela lama no Córrego do Feijão DOUGLAS MAGNO / AFP
Bombeiros militares transportam o cadáver de uma vítima recuperada da lama DOUGLAS MAGNO / AFP
Bombeiros militares transportam o cadáver de uma vítima recuperada da lama DOUGLAS MAGNO / AFP
Bombeiros chegam de helicóptero após tentativas de resgate Márcia Foletto / Agência O Globo
Bombeiros chegam de helicóptero após tentativas de resgate Márcia Foletto / Agência O Globo
Casas atingidas pela lama no distrito de Córrego do Feijão Márcia Foletto / Agência O Globo
Casas atingidas pela lama no distrito de Córrego do Feijão Márcia Foletto / Agência O Globo
Primeira área atingida pela lama, em Córrego do Feijão, distrito de Brumadinho. Neste local ficavam o refeitório e a administração da Vale, e algumas casas e a pousada Márcia Foletto / Agência O Globo
Primeira área atingida pela lama, em Córrego do Feijão, distrito de Brumadinho. Neste local ficavam o refeitório e a administração da Vale, e algumas casas e a pousada Márcia Foletto / Agência O Globo
Casas atingidas em Parque Cachoeira, distrito de Brumadinho Márcia Foletto / Agência O Globo
Casas atingidas em Parque Cachoeira, distrito de Brumadinho Márcia Foletto / Agência O Globo
Casas atingidas em Parque Cachoeira, distrito de Córrego do Feijão Márcia Foletto / Agência O Globo
Casas atingidas em Parque Cachoeira, distrito de Córrego do Feijão Márcia Foletto / Agência O Globo
Moradores observam os escombros de casa destruída pelo rompimento da barragem da Mina do Feijão Marcia Foletto / Marcia Foletto
Moradores observam os escombros de casa destruída pelo rompimento da barragem da Mina do Feijão Marcia Foletto / Marcia Foletto
Familiares de Anael Jose da Silva, 34, que fugiram da lama e depois voltaram para buscar a calopsita. ele a mulher, Marineide Santos, 30, estavam em um centro da Vale esperando para serem hospedados em um hotel da cidade Daniel Marenco / Agência O Globo
Familiares de Anael Jose da Silva, 34, que fugiram da lama e depois voltaram para buscar a calopsita. ele a mulher, Marineide Santos, 30, estavam em um centro da Vale esperando para serem hospedados em um hotel da cidade Daniel Marenco / Agência O Globo
Jose Maria Medeiros, 40, trabalhava em uma fazenda muito próxima do local do acidente. Ele ajudou a resgatar com vida uma mulher do meio da lama Daniel Marenco / Agência O Globo
Jose Maria Medeiros, 40, trabalhava em uma fazenda muito próxima do local do acidente. Ele ajudou a resgatar com vida uma mulher do meio da lama Daniel Marenco / Agência O Globo
Estrada entre Brumadinho para Casa Branca foi completamente coberta pela lama do rompimento da barragem da mineradora Vale Marcia Foletto / Marcia Foletto
Estrada entre Brumadinho para Casa Branca foi completamente coberta pela lama do rompimento da barragem da mineradora Vale Marcia Foletto / Marcia Foletto
Romeu Simões de Brito, que morava em Parque Cachoeira vê os destroços de sua casa Marcia Foletto / Marcia Foletto
Romeu Simões de Brito, que morava em Parque Cachoeira vê os destroços de sua casa Marcia Foletto / Marcia Foletto
Romeu Simões de Brito conseguiu salva a cachorra Luna Marcia Foletto / Marcia Foletto
Romeu Simões de Brito conseguiu salva a cachorra Luna Marcia Foletto / Marcia Foletto
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Rompimento da barragem 1 da Mina do Feijao, da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), Regiao Metropolitana de Belo Horizonte, deixa mais de 300 pessoas desaparecidas segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais Marcia Foletto / Marcia Foletto
Rompimento da barragem 1 da Mina do Feijao, da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), Regiao Metropolitana de Belo Horizonte, deixa mais de 300 pessoas desaparecidas segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais Marcia Foletto / Marcia Foletto

 

A informação de que uma outra barreira teria se rompido foi relatada por moradores da região hoje pela manhã, mas não foi confirmada pelas autoridades. A Vale informou que monitora a estabilidade da Barragem 6 a cada uma hora e realiza drenagem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água.

Cristiane Moreira, 42 anos, é corretora de imóveis. Junto com o marido, bombeiro, se engajou como voluntária na tragédia de Mariana, três anos atrás. Foram 23 dias de trabalho pesado. Ontem, meia hora depois do deslizamento em Brumadinho, saiu de casa rumo ao Corrego do Feijão.

De macacão e suor no rosto, ia e voltava para a área soterrada por lama, em busca de corpos ou sobreviventes.

Na sexta-feira o dia foi produtivo. Cristiane ajudou retirar da área de risco uma família com quatro crianças. Ao lado da ponte que partiu ao meio, resgatou um casal e a filha de 10 anos.

– Eles perderam tudo – lamenta, enquanto apressa o passo para subir em outra caminhonete e sumir pelas estradas de terra do Povoado Corrego do Feijão, que empresta seu nome à mina.

 

Forças Armadas participam das buscas

O Comando Militar do Leste (CML) informou que militares as Forças Armadas atuam em Brumadinho com um helicóptero para reconhecimento aéreo; toldos e barracas de campanha para apoio aos trabalhos de identificação de corpos; e equipamentos móveis de telecomunicação — como telefones por satélite e rastreadores via satélite.

O CML destacou ainda que estão de prontidão, para emprego imediato caso necessário, 930 militares operacionais, incluindo tropas de Polícia do Exército com cães farejadores; 38 militares da área de saúde (médicos, enfermeiros e assistentes); dez ambulâncias; 132 viaturas diversas, incluindo caminhões, ônibus e cisternas; 140 barracas e toldos; 95 camas de campanha e 360 colchões. Também estão disponíveis outros dois helicópteros.

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