O desafio fundamental é definir que Estado queremos e para que tipo de democracia, afirma Lourdes Sola

A professora livre docente da FFLCH-USP Lourdes Sola encerrou o seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”. Para a socióloga e cientista política, o desafio que está proposto após todas as mesas de discussão é o seguinte: Que Estado nós queremos e para que tipo de democracia?
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A professora livre docente da FFLCH-USP Lourdes Sola encerrou o seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”. Para a socióloga e cientista política, o desafio que está proposto após todas as mesas de discussão é o seguinte: Que Estado nós queremos e para que tipo de democracia?

Segundo ela, alguns momentos são fundamentais para entender esse processo de mudança da sociedade civil e a crise de representação política. O primeiro se deu em 2013, no que Lourdes chamou de “emergência contribuinte”, onde uma classe média brasileira que emergia e pagava por serviços, não encontrava o resultado esperado e resolveu sair às ruas em massa para protestar.

Outro fator mencionado pela professora como problemático é em relação ao sistema de votação do nosso país. “Ele não é inteligível para o povo. As pessoas não entendem o sistema de votação. Sem isso, não teremos uma democracia com bases sólidas”, explicou. Em relação à economia, a lógica funciona da mesma forma, segundo Lourdes. “Os políticos precisam entender como a economia entra na equação política do eleitor, claro que melhorar a economia é fundamental, mas desde que o soberano, o povo, entenda isso no seu dia a dia”.

Para Lourdes Sola, essas questões existem por causa do déficit de comunicação dos políticos e dos partidos. “Falta explicar melhor ao povo, não basta ser racional e achar que as pessoas vão entender tudo sempre”. A professora disse que a eficiência de uma política pública depende do entendimento da população, além do “timing e da oportunidade” para implantá-la.

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