Redação de Brasil de Fato*
Na última entrevista da série de sabatinas com os presidenciáveis mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais, a senadora do Mato Grosso do Sul e candidata do MDB, Simone Tebet foi a entrevistada. Durante os 40 minutos da entrevista, ela disse priorizar a educação, fazendo alusão a propostas de entidades que defendem maior participação privada na gestão do ensino, e afirmou em mais de uma ocasião contar com uma equipe de “economistas liberais” para tratar do financiamento das suas propostas.
No início, ao ser perguntada sobre a desunião do MDB em torno da sua candidatura, Tebet apontou ter vencido uma “maratona com muitos obstáculos para consolidar a pretensão presidencial. “Tentaram puxar o meu tapete há até pouco tempo atrás”, pontuou. “Tentaram levar o partido para o ex-presidente Lula, judicializaram minha candidatura.”
Os apresentadores do Jornal Nacional insistiram na questão sobre a desunião dentro da legenda, com William Bonner lembrando que nove diretórios de estados e um do Distrito Federal anunciaram que não a apoiariam. “A polarização faz com que alguns companheiros sejam cooptados”, justificou. A emedebista também foi perguntada sobre o fato de o próprio candidato ao governo do Mato Grosso do Sul de sua legenda, André Puccinelli, ter relativizado o apoio a ela.
“Por exemplo, se você vota no Lula, eu vou te matar para que não vote no Lula? Não. Democracia é isso. Vamos sugerir [o nome da Simone], mas não impor”, afirmou o candidato em julho.
Ao JN, Tebet respondeu: “A minha candidatura não vem pra dividir. Sabemos das dificuldades regionais, venho de um estado conservador e tenho que dar liberdade pros meus companheiros.”
Quando questionada sobre o envolvimento de integrantes da sigla com escândalos de corrupção, a parlamentar argumentou que “o partido não é mais fisiológico”, afirmando que, para compor o ministério de um eventual governo, iria contar com os “partidos que somam conosco” e que os requisitos dos titulares das pastas seriam dois: “ser honesto e ser competente”.
Participação feminina e propostas
Na entrevista, ela tentou sinalizar para o público feminino. “Se eu virar presidente, primeiro projeto que vou pautar é a igualdade salarial entre homens e mulheres”, sustentou.
Quando perguntada sobre a baixa participação de candidaturas femininas no MDB, a candidata usou uma argumentação confusa. “Sou privilegiada por que estou diante de um partido que saiu na vanguarda e teve a coragem de lançar, nesse momento mais difícil do Brasil, uma mulher candidata à Presidência da República. Isso é inédito, é inédito na história”, pontuou, possivelmente se referindo a seu partido.
Além de já ter havido uma presidenta da República no Brasil, Dilma Rousseff (PT), as eleições presidenciais de 2022 têm outras três candidatas: Vera Lúcia (PSTU), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Thronicke (UB).
A candidata se comprometeu a priorizar a educação caso vença as eleições. “Não falta dinheiro pra educação, falta vontade”, vaticinou, emendando que “não há trabalho e qualificação, sem educação. É o que garante o aluguel e a comida na mesa”. Também prometeu recriar o Ministério da Segurança Pública, quando questionada sobre perguntas sobre essa área.
*Texto publicado originalmente em Brasil de Fato