‘Crio dois filhos sozinha. Fui criada por minha mãe e avó. Não somos criminosas. #elenao’, posta Sheherazade
Acima, post da atriz Letícia Colin, de “Segundo Sol”, com imagem da artista plástica Mana Queiroz Bernardes
No rastro da página de Facebook Mulheres Unidas contra Bolsonaro, celebridades como Sasha, filha de Xuxa, e um sem-número de atrizes de televisão, entre elas Bruna Marquezine, Claudia Raia, Deborah Secco, Maria Ribeiro e Fernanda Paes Leme, vêm se pronunciando desde domingo com a hashtag #elenao por plataformas de mídia social.
Como noticiado por F5 e outros, Sasha, no Insta Stories, que compartilha imagens que somem em 24 horas, divulgou um Guia Anti-Bolsonaro.
E a apresentadora Raquel Sheherazade, do SBT, conservadora como o candidato, reagiu à declaração do vice, general Hamilton Mourão, de que famílias pobres “sem pai e avô, mas com mãe e avó”, são “fábricas de desajustados” que fornecem mão de obra ao narcotráfico. Dela, por Twitter:
“Sou mulher. Crio dois filhos sozinha. Fui criada por minha mãe e minha avó. Não. Não somos criminosas. Somos HEROÍNAS! #elenao.”
No Washington Post, longa análise, destacando as declarações do próprio Bolsonaro e a resistência do voto feminino a ele nas pesquisas, encerrou dizendo que “as mulheres estão prestes a ser o eleitor-chave” no Brasil.
CONTRADIÇÕES E MITOS
Em perfil de página inteira, o Financial Times escreve desde Eldorado, cidade paulista onde Bolsonaro cresceu, que “Contradições expõem líder da eleição no Brasil”. Entre as “muitas contradições”, destaca que “Mr. Bolsonaro agora reivindica ser um liberal econômico apesar de ter dito que FHC devia enfrentar pelotão de fuzilamento por privatizar estatais”.
O jornal também questiona “mitos” militares que o próprio Bolsonaro espalhou, a começar da história de que, aos 15, participou do combate à guerrilha na região.
‘SORBET DE CHAYOTTE’
Um dia antes do novo Ibope, como relatou o serviço brasileiro da Rádio França Internacional, Alckmin, “sem jogar a tolha e se esforçando para manter discurso otimista, afirmou a correspondentes que Bolsonaro é ‘o passaporte para o retorno do PT’ e tentou colocar os adversários do mesmo lado”.
O jornal Le Monde noticiou a entrevista sob o título “No Brasil, o ‘candidato do establishment’ ultrapassado pela extrema direita” e iniciou o texto lembrando o apelido “sorbet de chayotte”, picolé de chuchu.
SAINDO DA SOMBRA
Também antes da pesquisa, a Rádio França original produziu um longo perfil de Fernando Haddad, “o candidato de Lula, um intelectual que sai da sombra” do líder. Destacou, de professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, Science Po, que ele foi “um dos esteios dos governos do PT”.
E o inglês Guardian o entrevistou sob enunciado que envelheceu em poucas horas: “Haddad quer ser o novo Lula – mas alguém sabe quem ele é?”.
‘CRESCEU 11 PONTOS’
Com o gráfico acima, o apresentador William Bonner, que entrevistou o candidato na sexta, abrindo o Jornal Nacional de terça dizendo:
“Fernando Haddad, do PT, cresceu 11 pontos percentuais desde a última pesquisa, na semana passada.”
Nelson de Sá é jornalista, foi editor da Ilustrada.