A recessão acabou, mas deixou um exército de desempregados do tamanho da cidade de São Paulo, a economia ferida e o país menor. A economia começou a cair no meio de 2014 e a queda foi de 5,6% no último trimestre de 2015. Essa recessão foi feita pela política econômica do PT e pelas decisões da presidente Dilma Rousseff. Os números provam de quem é a culpa pelo desastre.
Qualquer que seja a forma de comparação, sempre se chega à mesma conclusão: a recessão começou no governo Dilma e nele chegou ao seu pior momento. Se a conta for feita em quatro trimestres comparados a quatro trimestres anteriores, o fundo do poço é -4,6% no segundo trimestre de 2016, quando a ex-presidente sofreu o impeachment. Na política, os fatos serão narrados de outra forma, mas os números são teimosos e ficarão com suas séries históricas a mostrar o que houve nesta queda da economia.
O IBGE divulgou que o PIB cresceu 1% em 2017. Foi pouco, mas é o fim oficial da recessão. Em cada trimestre do ano passado a crise foi cedendo até chegar a 2,1% de alta em comparação ao último trimestre de 2016. A agropecuária foi decisiva nessa volta do fundo do poço. Cresceu 13% no ano passado.
A economia está saindo politraumatizada da recessão. Nas outras duas grandes quedas, a do governo militar, no começo dos anos 1980, e a do governo Collor, no início dos anos 1990, a recuperação foi mais forte. Em 1993, na presidência de Itamar Franco, o país cresceu quase 5%. Desta vez, há uma massa grande demais de desempregados e um abismo fiscal.
A atuação da equipe econômica estancou a piora das contas públicas. Não reverteu a crise, mas ela parou de piorar. Não foi possível, contudo, usar a política fiscal para estimular o crescimento, por isso a política monetária foi a grande propulsora. O BC restabeleceu a confiança na política de metas, derrubou a inflação e reduziu os juros ao menor nível da história. O governo Temer, apesar de seus muitos defeitos e erros, acertou na economia e o resultado foi que o país saiu da recessão e com perspectiva de um crescimento perto de 3% este ano.
A análise objetiva dos dados e dos fatos não deixa dúvidas. O governo Dilma seguiu o cardápio do que não fazer: manipulou preços e tarifas, fez rombo fiscal, mascarou a contabilidade pública, aumentou a dívida, achou que tinha inventado uma nova política macroeconômica. Colheu uma inflação alta e uma queda do PIB. A escolha desse caminho começou no segundo mandato do ex-presidente Lula. No seu último ano, o país crescia 7,5%, mas já havia iniciado a expansão dos gastos, dos subsídios exorbitantes para a elite do empresariado, e dos investimentos sem retorno em empresas como a Petrobras.
No governo do PT a máquina de destruição de empregos foi ligada. A taxa de desemprego começou a subir no começo de 2015, quando o número de pessoas sem trabalho era de 6,7 milhões. Dima deixou o governo com 11,4 milhões de desempregados. A economia estava em queda, e o desemprego continuou a subir. Os efeitos de erros econômicos dessa dimensão não se revertem em pouco tempo. A reforma trabalhista pode não trazer os benefícios que promete, mas ela não é culpada pelo atual estado do mercado de trabalho. Foi aprovada em julho do ano passado e entrou em vigor em novembro. Nem teve tempo de fazer efeito.
A indústria caiu por 13 trimestres seguidos começando no segundo tri de 2014 e voltou a crescer apenas na segunda metade do ano passado. A construção civil caiu por 15 trimestres e ainda não achou o chão. O investimento caiu por 14 trimestres e todo o gasto público no Programa de Sustentação do Investimento não evitou a queda.
O governo Temer tem parcela da responsabilidade na crise principalmente pelos erros políticos. Se não os tivesse cometido, a recuperação teria sido mais rápida, a reforma da Previdência já estaria aprovada, e os sinais não seriam tão ambíguos. O mesmo governo que faz uma boa administração do Tesouro negocia com a base descontos bilionários em dívidas tributárias. Mas foi o governo anterior que jogou o país no buraco do qual a atual equipe econômica e o Banco Central conseguiram tirar. Contudo é apenas a recuperação, e não o início do crescimento sustentado.