O que ela tem feito fora do seu mundinho de apoiadores apaixonados?
Não custa perguntar, e a oposição? Ela segue forte nas redes sociais, denuncia os mandos e desmandos do desgoverno Bolsonaro, critica ações e a falta delas. É repúdio daqui, ação dali, reunião de emergência acolá. Um sucesso danado entre os seguidores. Mas o que tem feito a oposição fora do seu mundinho maravilhoso de apoiadores apaixonados? Nada.
E quando faz, faz isto aqui. Nesta quarta (26), o PT convocou protestos “pela democracia e pelos direitos do povo”, para os dias 8, 14 e 18 de março. Já no começo, a nota diz que o novo ataque de Bolsonaro às instituições é mais uma etapa da escalada que passou pelo golpe do impeachment e pela prisão de Lula. Com esse discurso quem vai às ruas, além de petistas?
Essa oposição não entendeu que enquanto faz festinha em suas bolhas, o sectarismo bolsonarista planeja, articula, nada de braçada no populismo que a massa de ensandecidos defende e alardeia. Bolsonaro se alimenta da bajulação nas redes sociais, mas é do tipo que se impressiona com o clamor das ruas. E são seus apoiadores os únicos que têm se organizado e feito barulho.
Não está na hora de quem defende democracia e instituições gritar mais alto? Para isso, a oposição deveria eleger essas como pautas únicas se quiser mesmo mobilizar uma multidão que dê a resposta que Bolsonaro, e seu flerte indecente com um autogolpe, precisa receber.
Com raras exceções, não há quase ninguém acenando em direção ao outro. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), tem sido voz solitária a defender a construção de uma frente ampla “para vencer o obscurantismo”, em entrevistas e conversas com FHC, Lula e Luciano Huck.
Na falta de um único nome com força para ser a figura central de oposição ao governo, é urgente que haja diálogo e união de todos, do centro-direita à esquerda. Antes que seja tarde, não custa perguntar, cadê a oposição? Tem alguém aí?