Iphan finaliza levantamento de acervo das peças de Vladimir Carvalho

Ele é guardião da memória e da história do cinema brasiliense e nacional
20/08/2018. Credito: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A. Press. Brasil. Brasilia - DF. Projeto Pioneiros XIII - cineastas. Vladmir Carvalho, documentarista.
20/08/2018. Credito: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A. Press. Brasil. Brasilia - DF. Projeto Pioneiros XIII - cineastas. Vladmir Carvalho, documentarista.

Correio Braziliense

Iniciado no começo deste ano, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), finalizaram o levantamento sobre o acervo de Vladimir Carvalho. Essa etapa é o ponto inicial para o avanço da criação de um inventário e, posteriormente, para a busca de um espaço de qualidade que fornece a atenção e cuidado necessários que esses materiais demandam.

Recentemente, o acervo recebeu mais um equipamento de grande valor simbólico, um projetor de 35mm da Embaixada da França. Para o cineasta, a chegada desse projetor representa o fechamento do ciclo cinematográfico de um filme, que começa na captação das imagens pela câmera e termina no aparelho que entrega a obra para o espectador. “O projetor é uma espécie de ponto final no processo cinematográfico, porque é quando o filme entra em contato com o público. No conjunto do acervo, ele fecha um ciclo”, afirma. 

Um dos mais importantes documentaristas brasileiros, Vladimir Carvalho é o guardião da memória e da história do cinema nacional e, principalmente, do brasiliense. Além dos 60 anos de contribuição com obras de audiovisual, o documentarista possui um vasto acervo cinematográfico, localizado na Fundação Cine Memória, criada e mantida pelo mesmo.

Nascido na Paraíba e morador de Brasília desde o final de 1969, Vladimir passou os últimos 54 anos pesquisando, coletando e armazenando memórias e registros físicos da história do cinema brasiliense. A coleção vai desde livros, filmes, equipamentos, objetos, fotos, recortes, documentos e até uma sala de projeção. “Eu tenho coisa como meia tonelada de equipamentos, entre câmeras, refletores e material fotográfico”, afirma.  

A casa que abriga a Fundação Cine Memória fica localizada na W3 Sul, e hoje, os dois andares são tomados por um verdadeiro museu do cinema brasiliense e nacional. Entretanto, a localização não permite qualquer outra atividade que não seja residencial e, por isso, Vladimir Carvalho sonha e luta para que todos os materiais e equipamentos recebam um espaço de cuidado e de visitação para a população. 

“Eu estou doando para qualquer instituição que seja pública, ou até privada, que tenha condições de abrigar em lugar seguro, respeitável, de fácil acesso para as pessoas, mas que tenha a garantia de segurança”, afirma. “Eu estou trabalhando para que isso seja definitivo”, completa.

Para Vladimir, a busca por esse espaço é o passo inicial para a criação de uma cinemateca em Brasília, que permite a democratização do acesso a essa memória física, coletada e cultivada por Vladimir. “Tem uma importância histórica e memorialística, e conta parte da história do cinema realizado em Brasília”, ressalta. “É uma prévia para um grande cinemateca que se criará na capital da República”, finaliza.

Privacy Preference Center

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.