Em artigo publicado para a revista Política Democrática Online de julho, cientista político diz que atual governo é misto de autoritarismo e ‘iliberalismo’
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
“A intolerância e o tratamento autoritário das diferenças políticas empurram o país para trás”. A avaliação é do cientista político Marco Aurélio Nogueira, e professor de teoria política da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em artigo que publicou na revista Política Democrática Online de julho. “Não há como evitar que postulações identitárias se espalhem pela sociedade, à esquerda e à direita. Elas não podem, porém, congestionar o espaço democrático ou bloquear uma coesão política que possibilite a construção do futuro”, afirma ele.
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A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília e que disponibiliza todas as edições, gratuitamente, em seu site, além de fazer ampla divulgação nas redes sociais. De acordo com o cientista político, diante desse cenário, a saída passa, estrategicamente, por uma articulação política que unifique os democratas e garanta a pluralidade inerente à complexidade social em que vivemos.
Segundo o professor, o clima criado pelos ‘iliberais’ não é sem consequências. “Tem favorecido a expansão de uma zona contaminada no próprio campo democrático, dificultando sua autoconsciência e sua organização”, afirma, para continuar: “Paralisados pelas dificuldades criadas pelos adversários momentaneamente ‘empoderados’, os democratas giram em torno de si próprios, muitas vezes brigando com suas sombras e autoimagens”.
Com isso, de acordo com o artigo publicado na revista Política Democrática Online, deixam de fechar o cerco ao autoritarismo e a tudo o que há de indesejável na vida atual. Dispersam-se, quando deveriam se unir.
“No Brasil, em particular, o atual governo é um misto de autoritarismo explícito e ‘iliberalismo’ inconsistente. É uma plataforma doutrinária de ocasião, rasa e desprovida de teoria”, critica Nogueira. “O ‘gabinete do ódio’ fornece sua melhor expressão. Em nome de uma ideia torta de liberdade, ele promove um ataque incansável aos princípios constitucionais básicos, os direitos humanos e os institutos voltados para a separação dos poderes e o controle social.
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