Eduardo Gonçalves / O Globo
BRASÍLIA — A disputa em torno do nome a ser indicado para vice na chapa à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) tem colocado em lados distintos três grupos que compõem o núcleo de apoio ao governo: militares, Centrão e evangélicos. Na tentativa de apaziguar os ânimos e minimizar a possibilidade de fissuras, o titular do Palácio do Planalto vem repetindo que só vai concretizar a escolha “aos 48 minutos do segundo tempo”.
A divisão, expondo interesses conflitantes entre os segmentos mais próximos a Bolsonaro, é recorrente desde o início do governo e, na semana passada, ficou explícita quando a Câmara dos Deputados aprovou a legalização dos jogos. O presidente disse que vetará o projeto caso chegue à sua mesa para sanção, o que não impediu o Centrão, incluindo o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de trabalhar a favor da proposta. A bancada evangélica, por sua vez, firmou posição contra.
Na corrida para emplacar o vice, os militares tentam repetir a dobradinha de 2018, que alçou o general da reserva Hamilton Mourão ao posto, e defendem o nome do ministro da Defesa, Braga Netto, também general da reserva. São entusiastas da tese os titulares da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, ambos oriundos do Exército. No Centrão, a preferência, liderada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, recai sobre a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Correndo por fora, o pastor Silas Malafaia, interlocutor assíduo de Bolsonaro, passou a defender, nas últimas semanas, o ministro do Turismo, Gilson Machado.
Veja, em reportagem exclusiva para assinantes, quais os argumentos usados na tentativa de emplacar cada nome e o que pesa de positivo e negativo para Bolsonaro ao escolher Tereza Cristina, Braga Netto ou Gilson Machado.