Discurso do presidente francês alertou para os perigos do nacionalismo
No dia que marca os cem anos do fim da Primeira Guerra Mundial, o presidente francês Emmanuel Macron recebeu mais de 70 líderes mundiais e monarcas para as comemorações em Paris.
Em seu discurso, o líder alertou para o ressurgimento do nacionalismo e defendeu o “legado de paz” deixado pelo fim do con
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel e estavam entre os convidados.
Aqueles que lutaram no conflito viveram em um “inferno inimaginável”, afirmou Macron.
“O legado da Primeira Guerra Mundial não deve ser o ressentimento entre os povos e o passado não deve ser esquecido” disse o presidente francês diante de uma plateia que incluía ex-combatentes franceses.
A cerimônia faz parte de uma série de tributos em homenagem aos dez milhões de soldados que foram mortos durante os quatro anos do conflito, se se encerrou às 11h do dia 11 de novembro de 1918.
Na última semana, Macron fez várias visitas a cidades e antigos campos de batalha localizados no front ocidental. Nessas ocasiões, ele advertiu sobre os perigos da ressurgência do nacionalismo na Europa e afirmou que se tratava de uma ameaça ao continente —um tema que ele abordou novamente neste domingo.
“Patriotismo é o exato oposto de nacionalismo. Nacionalismo é traição”, afirmou.
“Velhos demônios estão despertando, prontos para semear caos e morte”, disse o presidente, que fez um alerta sobre como religião, ideologias e desconsideração deliberada dos fatos podem ser explorados.
“A História às vezes ameaça repetir seus trágicos padrões e enfraquecer o legado de paz que nós achávamos ter selado com o sangue de nossos antepassados”.
No sábado, Macron e Merkel participaram de um encontro histórico em Compiègne, ao norte de Paris, no mesmo lugar onde, cem anos atrás, a Alemanha e as potências aliadas assinaram o armistício que encerrou o conflito.
Foi a primeira vez que os líderes máximos dos dois países visitam juntos o local que serviu de cenário também, duas décadas depois, para a capitulação da França ocupada diante da Alemanha nazista de Adolf Hitler.
Na tarde deste domingo, a capital francesa sediará o Fórum de Paz de Paris, cujo objetivo é promover uma abordagem multilateral a questões de segurança e, dessa forma, evitar os erros que levaram à eclosão da Primeira Guerra.
Trump, que tem promovido uma política externa nacionalista baseada no conceito “América primeiro”, não comparecerá.
O presidente americano afirmou que também não se encontrará com Putin este final de semana. Há conversas bilaterais previstas entre os dois líderes na cúpula do G20 em Buenos Aires no fim de novembro.