O presidente defendeu ainda que o plenário do STF reverta a decisão de anular as condenações do petista
Ricardo Della Coletta, Folha de S. Paulo
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (8) que “não estranha” a decisão do ministro Edson Fachin que anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque o magistrado “sempre teve uma forte ligação com o PT”.
“O ministro Fachin sempre teve uma forte ligação com o PT, então não nos estranha uma decisão nesse sentido. Obviamente é uma decisão monocrática, mas vai ter quer passar pela turma, não sei, ou plenário para que tenha a devida eficácia”, disse Bolsonaro na chegada do Palácio da Alvorada.
As declarações foram transmitidas pela rede CNN Brasil.
Nesta segunda, Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu habeas corpus para declarar a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar quatro processos que envolvem Lula —o do triplex, o do sítio de Atibaia, o de compra de um terreno para o Instituto Lula e o de doações para o mesmo instituto.O ex-presidente está, portanto, com os direitos políticos recuperados e pode se candidatar a presidente em 2022.
Fachin foi indicado para o Supremo pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Na mesma entrevista improvisada, Bolsonaro disse acreditar que o povo brasileiro não quer Lula candidato no ano que vem.
“As bandalheiras que esse governo [do PT] fez estão claras perante toda a sociedade. Você pode até supor a questão do sítio em Atibaia, do apartamento, mas tem coisa dentro do BNDES que o desvio chegou na casa de meio trilhão de reais, com obras fora do Brasil”, afirmou.
“Os roubos, desvios na Petrobras foram enormes, na ordem de R$ 2 bilhões que o pessoal na delação premiada devolveu. Então foi uma administração realmente catastrófica do PT no governo”.
“Eu acredito que o povo brasileiro não queira sequer ter um candidato como esse em 2022, muito menos pensar numa possível eleição dele”, disse.
Ele também destacou que a Bolsa caiu com a notícia e o dólar registrou alta.
“Todos nós sofremos com uma decisão como essa daí”, declarou. Bolsonaro defendeu que o plenário do tribunal reverta a decisão de Fachin.