Nos quadros da dinâmica do acirramento da já violenta concorrência econômica internacional (China, EUA, Europa e os periféricos), é preciso manter sempre a reflexão-propositiva (não apenas diagnosticar) de qual o futuro o Brasil necessita para garantir exemplarmente a dignidade e bem estar social do seu povo aproveitando todo o seu imenso, fantástico, privilegiado e inexplorado potencial econômico, dentro – e sempre – de um regime democrático, pluralista, republicano, global, ético, cosmopolita, cooperativo, decente, solidário, humanista e consciente do seu papel econômico-ambiental neste planeta – esse pedacinho de terra e de água perdido por aí na imensidão do infinito e desconhecido Universo.
Não há futuro nenhum para a felicidade humana sem democracia e liberdade e bem estar social para todo ser vivente.
Falo hoje, em minha coluna, algo que vai além da economia. O tempo exige e impõe que eu faço isso. Ele, o tempo, é o senhor cruel da razão da existência. Sua sentença não admite contestação. O tempo nos concedido nessa existência é apenas um brevíssimo passeio pela beleza da eternidade, o que é um privilégio.
Os mercados mundiais – com suas empresas universais, globais, espetacularmente avançadas, competitivas e financeira e absurdamente fantásticas – não são, como desenvolvimento das forças produtivas, inimigos do progresso humano. O máximo desenvolvimento das forças produtivas possibilitará libertar a humanidade do seu sofrimento universal. Abram-se os mercados nacionais e verá o que é capitalismo em todas as nuances, belas e cruéis.
Constituem essas forças produtivas atualmente o revolucionamento do mundo e de suas relações sociais correspondentes. São realizações do conhecimento humano até hoje conquistado. E constituem, ao mesmo, tempo, a base de onde outros cérebros privilegiados- o conhecimento humano social-futuro – que poderão se apoiar “nos ombros” do passado-pensado, para levar a humanidade a outros universos do conhecimento, jamais nunca imaginados.
Diante dessa simples reflexão, clareia-se que a principal vergonha brasileira é a desigualdade social, escandalosa, estúpida. Desigualdade patrocinada há cinco séculos pelos donos do poder. Mesquinhos. Querem tudo para si. De que adianta sermos a oitava economia do mundo se nossas crianças são reprovadas a avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA)? Oitava economia para quem? Para alguns poucos brasileiros que vivem no primeiro mundo, enquanto a maioria vive no inferno.
A democracia brasileira convoca os senhores para uma reflexão autocrítica, se é que isso é possível. Se não for, que a dinheirocracia brasileira escute e sofra com as críticas das urnas democráticas.
*Eduardo Rocha é economista