Provável vitória dos democratas nas eleições norte-americanas, ausência de uma política ambiental e investimentos baseados em aumento da dívida pelo governo Bolsonaro são fatores que podem influenciar a economia do país, levando a uma alta da inflação e dos juros
O economista Nelson Tavares Filho, especialista em planejamento estratégico, é enfático ao projetar um cenário preocupante no Brasil. “A economia brasileira vem apresentando taxas medíocres de investimento, 1,35% do PIB”, alerta, em artigo que publicou na 23ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.
Clique aqui e acesse a 23ª edição da revista Política Democrática Online!
Todos os conteúdos da publicação têm acesso gratuito no site da FAP. De acordo com o economista, o problema ocorre porque os gastos correntes inadiáveis veem ocupando o espaço no orçamento. “Inúmeras estatais estão dependendo do orçamento público para pagar suas folhas salariais, sem contrapartida de ofertar um bom serviço público. Mas fechar uma estatal hoje significa subtrair ‘poder’ de um congressista. A base formada pelo governo Bolsonaro irá dificultar muito o ajuste necessário ao Estado brasileiro”, afirma.
Segundo o especialista, um detalhe importante poderá favorecer a apresentação de taxas de crescimento positivas em 2021. “O efeito estatístico causado pela diminuição do PIB em 2020. Outra questão que poderá influir no crescimento é o auxílio a ser pago a camadas mais pobres da população. 65% do crescimento é ocasionado pelos gastos familiares, e este auxílio aumenta o poder de compra dessa população integralmente, pois não possuem condições de poupar”, analisa.
Pelo valor estimado para o PIB (US$ 6,5 trilhões) e do “PIB per capita” (US$ 28 mil) no Brasil, conforme analisa o autor, é fácil deduzir que a empresa aguarda desenvolvimento significativo no longo prazo. “No cenário de curto prazo, com as variáveis mencionadas, o crescimento ocorrerá mais por efeito estatístico e/ou desrespeitando normas e leis que constituem base para um crescimento de longo prazo”, escreve ele.
O economista destaca que não são dois cenários excludentes. “Mas a prevalecer no curto prazo crescimento nas condições explicitadas, mais difícil será a realização do cenário de longo prazo traçado pela empresa”, afirma ele.
Leia também:
‘Trump aposta em pauta sensível ao eleitor de direita’, afirma Marcos Sorrilha
Marcus Vinicius Oliveira analisa desafios da esquerda com base na via chilena
‘PEC da reforma administrativa faz o exato oposto’, escreve Arlindo Fernandes
‘Bolsonaro deve manter-se distante das eleições 2020’, analisa Paulo Baía
‘No Brasil, há claros estímulos ao desmatamento’, afirma Benito Salomão
‘Na cidadania, mitos se despedaçam’, diz Rogério Baptistini Mendes
‘Dívida da Cinemateca Brasileira chega a R$ 14 milhões’, diz Henrique Brandão
Guerra ideológica aterroriza vítimas de estupros no Brasil, mostra reportagem
O que caracteriza a mentalidade bolsonarista? João Cezar de Castro Rocha responde
‘Lista de perdedores é imensa’, diz Everardo Maciel sobre propostas de reforma tributária
Sergio Denicoli explica como agem ‘robôs militantes’ e aponta final ‘infeliz’
O que está por trás do poder catártico do cinema? Confira o artigo de Lilia Lustosa
Reforma tributária, estupros e paixão por robôs são destaques da Política Democrática
Confira aqui todas as edições da revista Política Democrática Online