leomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP
À espera de reabertura de quase 15 mil postos de trabalho no Distrito Federal perdidos na pandemia da Covid-19, conforme dados da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), grande parte da população vive os reflexos do desemprego, principalmente entre os mais pobres, e se afunda na desigualdade dos bolsões de pobreza.
“A desigualdade em Brasília e em outras cidades é estrutural. Difícil sair dela sem distribuição de renda”, afirma o geógrafo e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) Aldo Paviani, em entrevista ao portal da FAP.
Confira o vídeo!
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O professor emérito da UnB vai debater emprego e renda no Distrito Federal, durante o sexto e último encontro online do Seminário Brasília Cidadania, na quinta-feira (6/5). A realização é da FAP, em Brasília, com a Zonal do Cidadania no Plano Piloto (veja detalhes ao final da reportagem).
Emprego
Apenas nos quatro primeiros meses da pandemia no Brasil, de março a junho de 2020, o DF fechou 34.649 postos de trabalho, segundo a Codeplan. Entre julho de 2020 e janeiro de 2021, 19.690 novos empregos foram gerados. A conta não é suficiente para superar as perdas.
“A indústria, que poderia gerar empregos, é incipiente, e o DF está no limite superior da oferta de serviços, que vai se tornando inelástica. Daí, temos poucas possibilidades de abrir atividades que gerem empregos compatíveis com a demanda crescente”, destaca Paviani.
No DF, a indústria está focada, sobretudo, na produção de bens de consumo não duráveis e semiduráveis. O principal cliente do setor é o governo, mas grandes indústrias na área de tecnologia, alimentos, vestuário e construção civil produzem em larga escala para a iniciativa privada.
De acordo com o Portal da Indústria, o Distrito Federal é o 23º colocado em exportações industriais do país. Foram US$85 milhões em 2020. Responsável por gerar 7,9% do emprego formal na unidade da Federação, o setor também é responsável por apenas 0,1% das exportações brasileiras de produtos industrializados.
Vídeos do Seminário Brasília Cidadã
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“Cidade de serviços”
É por isso que o professor emérito da UnB ressalta que “o DF é uma cidade de serviços”, o que, na avaliação dele, faz a população ser obrigada a conviver com um “ciclo vicioso estabelecido”.
A desigualdade se perpetua no Distrito Federal, apesar de ter o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor dele na capital é de R$85.661, número 2,5 vezes maior do que a média nacional (R$33.594).
O indicador é resultado da divisão do valor de todos os bens e serviços produzidos em uma região pelo total de habitantes dessa área.
O alto custo de vida em Brasília aumenta o contraste entre ricos e pobres, o que, segundo Paviani, “se resolve com melhor distribuição de renda e aumento da capacidade educacional da força de trabalho”. “O analfabeto tem chance de ser explorado no mercado de trabalho”, observa.
Além de Paviani, participam do debate sobre emprego e renda no DF o ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho Ezequiel de Souza Nascimento e o professor aposentado da UnB Carlos Alberto Torres.
Seminário Brasília Cidadania
6º evento online da série: Emprego e renda no DF
Dia: 6/5/2021
Transmissão: das 19h às 21h
Onde: Portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Fundação Astrojildo Pereira, em parceria com a Zonal do Plano Piloto do CidadanO arquivo do vídeo do evento fica disponível para o público nesses canais, por tempo indeterminado
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