Ele passou 42 dias na UTI devido a uma pneumonia. Rollemberg decretou luto oficial de três dias
Faleceu na noite do domingo passado (16/12), o ex-deputado federal e fundador do PSDB no Distrito Federal, Geraldo Campos, aos 93 anos de idade. Ele estava internado há 42 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da Asa Sul, devido a uma pneumonia. Há cerca de 5 anos, ele já enfrentava complicações pela idade, como problemas de locomoção que o impediam de andar. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) lamentou a morte e decretou luto oficial de três dias no DF (leia Nota Oficial).
O senador eleito e presidente do partido, Izalci Lucas, lamentou a morte. “Ele era muito comprometido com a cidade. Foi um ícone na política do DF e é uma perda muito grande para todos nós”. Izalci lembrou ainda que a principal bandeira de Campos foi a defesa dos servidores públicos.
Natural de Aracaju, capital do estado de Sergipe, Geraldo Campos chegou a Brasília em 1.958 e foi um dos primeiros a se instalar no que seria a nova capital. Foi funcionário da Novacap e membro do Partido Comunista. Em 1964, durante a ditadura militar, foi preso e torturado por dois anos. Em 1986, assumiu o primeiro mandato como deputado e dois anos mais tarde, fundou o PSDB no DF.
Durante o exercício na Câmara Federal, teve como chefe de gabinete Antônio Barbosa, de quem foi amigo até os últimos dias de vida. Barbosa se disse muito abalado. “Eu tinha o Geraldo não apenas como amigo, mas como irmão. Era uma pessoa das mais sérias que eu já conheci. O que eu tenho do Geraldo é um exemplo de vida, de homem, de pai, e companheiro. Sempre me mirei nele”. Mas também lembrou com carinho de momentos divertidos. “Ele gostava de biritar. Bebia conhaque, vinho e cerveja. Acho que é por isso que viveu tanto. Ele curtiu a vida, fez o que gostava e amava muito a família”, riu o amigo.
Na manhã da segunda-feira (17/12), o presidente da mesa diretora da Câmara Legislativa (CLDF), deputado Joe Valle (PDT) pediu um minuto de silêncio em homenagem ao falecimento do político. Geraldo campos deixa uma filha, um genro e um neto. O enterro ocorreu ontem (18/12), no Cemitério Campo da Boa Esperança, na Asa Sul.
Veja a repercussão
“Brasília perde um dos seus mais importantes pioneiros, o ex-deputado federal Geraldo Campos. Sua biografia está diretamente ligada à história da cidade, onde ele fincou raízes desde a década de 1950. Foi com profundo pesar que recebi a notícia da morte de Geraldo, político incansável na luta pela redemocratização do Brasil. Geraldo Campos atuou com firmeza na defesa dos servidores públicos do Distrito Federal, especialmente quando presidiu a Associação dos Servidores da Novacap, e por melhorias na qualidade de vida dos operários responsáveis pela construção da nossa capital. À família, desejo paz e conforto neste momento de dor. Aproveito para declarar luto oficial de três dias”. Rodrigo Rollemberg, governador do DF.
“É com muita tristeza que comunicamos o falecimento de nosso querido professor, ex-deputado e fundador do PSDB, Geraldo Campos. Como uma das mais destacadas lideranças do PSDB, Geraldo Campos participou ativamente da luta pela autonomia política do Distrito Federal. Eleito deputado constituinte em 1986, foi presidente da Subcomissão de Direito dos Trabalhadores e Servidores Públicos e relator da Lei 8.112, que institui o Regime Jurídico Único do Servidor Público na Comissão de Justiça, Finanças e Trabalho da Câmara dos Deputados. Em 1988 foi um dos artífices mais importantes na fundação e construção do Partido da Social Democracia Brasileira, especialmente de sua representação na capital do país.
O PSDB do DF manifesta solidariedade à família, demais parentes e amigos neste momento de grande dor.” Izalci Lucas, presidente do PSDB/DF