Com o desafio de desenvolver tecnologias de bioenergia de baixo impacto ambiental, a USP em São Carlos implantará o Polo Temático em Energias Renováveis e Meio Ambiente da USP, o poloTErRA. O centro integrará quatro unidades do campus: o Instituto de Física de São Carlos (IFSC), a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), o Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).
As áreas de pesquisa envolvidas abrangem as “Energias Renováveis” (etanol, tecnologias de pré-tratamentos e hidrólise enzimática, estudos de parede celular de plantas e modificação na morfologia e composição de biomassa durante processos de pré-tratamentos e hidrólise), “Biotecnologias” (novas enzimas e proteínas com aplicação biotecnológica, biotecnologia molecular e estrutural, clonagem, expressão e purificação de enzimas em larga escala, processos fermentativos, fotobioreatores, produção de bioprodutos e bioinsumos), “Tecnologias Ambientais”, “Química Verde”, “Bioinformática”, etc.
“A USP, em seus diversos campi, congrega grupos de pesquisa com tradição em estudos voltados à bioenergia e vem desenvolvendo linhas de pesquisa complementares, em vista da crescente demanda de tecnologias de energia renovável apoiadas pelas linhas de financiamento específicas das agências de fomento”, afirma Igor Polikarpov, professor do IFSC e um dos coordenadores do poloTErRA.
Ele sublinha que o protagonismo da USP nesses campos requer integração de esforços, além da disseminação de grupos de diversidade e especialidade distintas dentro de seu corpo docente.
Para o professor, é essencial que se criem mecanismos institucionais para estimular a cooperação dessas equipes, o conhecimento mútuo da pesquisa desenvolvida e sua transferência nos vários níveis da pesquisa básica fundamental às linhas mais relacionadas ao setor produtivo, permitindo avanços científicos substanciais e o desenvolvimento tecnológico inovador.
As pesquisas envolverão profissionais desde professores a alunos de iniciação científica, mestrandos, doutorandos e jovens doutores. “A locação do poloTErRA será no campus II da USP em São Carlos e se integra ao Laboratório de Escoamentos Multifásicos Industriais (LEMI), financiado pela Petrobras, sendo que sua infraestrutura é constituída por espaço físico construído de acordo com os padrões e normas das designadas ‘construções verdes’”.
O professor Tito J. Bonagamba, diretor do Instituto de Física de São Carlos, assinou em fevereiro o contrato que viabiliza o início da primeira fase da construção do poloTErRA. A previsão é de que o prédio seja finalizado até agosto de 2016.
Segundo o pesquisador Polikarpov, a construção do primeiro prédio do poloTErRA eliminará um gargalo extremamente danoso para o desenvolvimento das pesquisas no campus da USP em São Carlos, permitindo a readequação e otimização de espaços e equipamentos das unidades envolvidas, de modo a beneficiar um grande número de usuários diretos e indiretos.
“O nosso campus está se esforçando para captar recursos por intermédio de projetos de pesquisa. Estimamos que somente projetos já aprovados e ligados diretamente com as linhas de pesquisa totalizem cerca de R$ 77 milhões. A captação expressiva de recursos e a aquisição de um parque de equipamentos, junto com o crescimento constante de docentes, resultaram em uma situação inaceitável de escassez de área útil para acomodar os professores, técnicos, alunos de graduação e pós-graduação, bem como os equipamentos de médio e grande porte, daí que as limitações de espaço são preocupantes”, explica Polikarpov.
Impactos
As unidades do Campus têm interagido de várias formas, tanto no Ensino como na Pesquisa. No Ensino, várias disciplinas básicas são ministradas por professores do nosso Instituto em cursos inseridos em outras instituições, da mesma forma que há aulas no IFSC que são realizadas por professores dessas outras unidades. Entretanto, para o Igor Polikarpov, tais colaborações têm dificuldades de articulação, pois não há claro um apoio institucional e, muitas vezes, elas são prejudicadas pela separação departamental, disciplinar e fragmentação histórica dos grupos de pesquisa.
“Nós prevemos um impacto extremamente significante da infraestrutura no desenvolvimento de interação entre todas as equipes do IFSC/USP interessadas em tecnologias e energias renováveis e meio ambiente”, diz o docente, que acrescenta que a cidade de São Carlos é conhecida como a Capital da Tecnologia por sediar mais de 120 empresas de base tecnológica, que geram cerca de dois mil empregos de qualidade; além de duas universidades públicas de renome internacional (USP e Universidade Federal de São Carlos – UFSCar); um centro universitário privado (Unicep); duas unidades da Embrapa; duas escolas técnicas e três incubadoras de empresas onde germinam ideias e onde são desenvolvidos produtos que contribuem para o desenvolvimento tecnológico do Brasil”.
Por Rui Sintra, da Assessoria de Comunicação do IFSC
Mais informações: (16) 3373-9770