José Luis Oreiro: Agenda Brasil 2018

Ao que tudo indica a economia brasileira deverá fechar o ano com um crescimento próximo de 1%, resultante dos efeitos combinados da liberação dos depósitos inativos do FGTS, da redução forte, ainda que tardia, da taxa de juros e do elevado crescimento das exportações, tanto de produtos básicos como de manufaturados, em razão da aceleração do crescimento da economia mundial. Considerando a queda acumulada de quase 9% do PIB real no período 2014-2016 trata-se de uma recuperação anêmica, ainda que bem-vinda.

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Demétrio Magnoli: Sob Trump, potência dominante vandaliza sistema que ela esculpiu

A “armadilha de Tucídides” ressurgiu num editorial da revista “The Economist” que alerta para as agressivas táticas usadas pela China para estender sua influência externa. Trata-se de conceito oriundo da Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.): a ascensão de uma nova potência curva a geometria do sistema internacional até que a tensão explode na forma de guerra com a potência tradicional. O voto da Assembleia Geral da ONU, na quinta (21), indica que, sob Trump, a potência dominante vandaliza o sistema que ela mesma esculpiu, acelerando a tendência de colapso.

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Míriam Leitão: Voo solo

O voo da Embraer para ser parte da indústria global será sempre turbulento, seja qual for a rota. Se virar parte da Boeing, não será em uma simples “combinação dos negócios”, mas sim um processo no qual a grande engolirá a pequena. Se ficar isolada em um mercado, hoje dominado por um duopólio, mas ameaçado pela China, pode ser pequena demais para competir. Para o país, o dilema também não é fácil.

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Dora Kaufman: A ética e a inteligência artificial

 O clássico da literatura do século XIX “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski, relata as angústias do estudante Raskólnikov após cometer um assassinato. No curso das investigações, um artigo de sua autoria publicado na juventude aguça as suspeita do juiz Porfírio Petróvitch. Nele, Raskólnikov divide os indivíduos em ordinários e extraordinários e, na interpretação do juiz, concede aos últimos o direito de infringir a lei precisamente porque são extraordinários. Debatendo-se entre a convicção de ter livrado o mundo de uma velha agiota, e o sentimento de culpa pela dificuldade de sustentar seu ato, Raskólnikov acaba sendo indulgente consigo.

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