Fernando Gabeira: No coração das trevas

Uma querida amiga disse que leu um artigo meu três vezes para entender bem. Prometi que na próxima, reescreverei três vezes. Italo Calvino disse que o texto do século XXI teria de ser leve. Mas como são pesados os temas do Brasil de hoje. ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse que os comandantes da PM estão ligados ao crime e que o governo não controla sua polícia. Não ficou aí, nessa sinistra generalização. Disse que a esperança de mudar só viria mesmo após as eleições de 2018. Estamos em novembro de 2017. Quantos tiroteios, quantas balas perdidas, quantas mortes nos esperam até lá? Se o quadro é esse mesmo que o ministro pintou, o governo federal deveria fazer algo para transformá-lo.

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Manoel Pires: Para entender a regra de ouro das finanças públicas

A regra de ouro das finanças públicas é um princípio que limita o endividamento do setor público aos investimentos. O princípio econômico que justifica essa regra é que o investimento, ao aumentar o estoque de capital público, beneficia várias gerações e não apenas a geração presente sobre a qual recai o ônus de financiar aquele investimento realizado. Dessa forma, é desejável que os custos do financiamento desse investimento sejam absorvidos pelas várias gerações beneficiadas e não somente pela geração presente.

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Daniel Aarão Reis: O desvio autoritário de uma ideia

Durante o século XIX, socialismo e democracia eram conceitos intercambiáveis. O socialismo era visto como um aprofundamento da democracia e só seria possível quando esta fosse aperfeiçoada. Eram ideias poderosas, que se sedimentaram principalmente após as revoluções francesas de 1848 e de 1871 (a Comuna de Paris), quando vários partidos socialistas se formaram pelo mundo.

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Arnaldo Jordy: É guerra mesmo

O Brasil não está em guerra no sentido formal, mas é como se estivesse, tal o escândalo dos números do 11º Anuário Brasileiro do Fórum de Segurança Pública, que foram apresentados ao público nesta segunda-feira, 30. Causa estarrecimento saber que a cada nove minutos uma pessoa é morta violentamente no país. Em 2016, foram exatos 61.619 assassinatos, na sua grande maioria por armas de fogo.

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Victor Missiato: Emilia Viotti e os sentidos da História

A História no Brasil perdeu no dia 02 de novembro uma de suas grandes representantes. Faleceu na cidade de São Paulo, aos 89 anos, a professora e historiadora Emília Viotti da Costa. Durante boa parte de sua formação escolar, Emília Viotti estudou no Colégio Mackenzie, sendo que ali também viveu sua primeira experiência docente ao longo do último ano de sua graduação em História.

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Murillo de Aragão: A carta de Churchill 

Era noite quando o trem chegou a Vladivostok, cidade portuária da Rússia. Havia nevado, mas a temperatura estava um pouco melhor. Fazia cerca de zero grau. O diplomata japonês Yosuke Matsuoka estava enfastiado da longa viagem que fizera, via Moscou, desde Berlim. Em Moscou, assinara um tratado de neutralidade com a Rússia.

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Roberto Freire: Guerra não declarada

Em qualquer pesquisa que se faça sobre as maiores preocupações dos brasileiros em relação à vida cotidiana, a sensação de insegurança e a impotência em relação à violência aparecem, invariavelmente, no topo da lista. Como se não bastassem as enormes dificuldades ainda enfrentadas pela população em função da maior recessão econômica da história do país – que agora, enfim, começa a ser deixada para trás –, não há uma família sequer que se sinta plenamente segura ao andar pelas ruas, seja nas metrópoles ou nos pequenos e médios municípios. A chaga da violência atingiu tal nível de desmantelo no Brasil que, lamentavelmente, quase já se vive em um cenário típico de guerra.

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