Monica de Bolle: Guerreiros de teclado
O resultado é uma arena de cacofonia onde tribos gritam e se esbofeteiam na internet e, de bom mesmo, nada sai.
O resultado é uma arena de cacofonia onde tribos gritam e se esbofeteiam na internet e, de bom mesmo, nada sai.
Quero reafirmar que à luz dos novos tempos velhas narrativas não mais passarão.Não sobreviverão provérbios retrógados e retóricos e, menos ainda ,tradicionais omissões. Quando eu disse que “ coisa de preto” era subtexto de grande parte da mente nacional e muitas vezes das mentes do mundo, eu não estava fazendo uma hipótese. Estou falando de uma teoria filha da prática de uma experiência de existir numa sociedade racista, sendo muitas vezes a única negra não funcionária daquele ambiente, o que me dá um lugar muito particular que eu faço questão de compartilhar.
A crise que flagela o país é mais uma da turbulenta evolução pós-1930: aumento da população – de 40 a 207 milhões, hoje a 5ª população do mundo -, industrialização acelerada e urbanização desordenada.
A caça às bruxas de grupos radicais contra artistas, professores, feministas e jornalistas se estende pelo país. Mas as pesquisas dizem que os brasileiros não são mais conservadores.
Corre contra o tempo quem acalenta a ideia de reconstruir o centro político em 2018.
O principal problema do Brasil é o Estado, grande, ineficiente, injusto e corrupto, capturado e dominado pelo patrimonialismo e pelo corporativismo, que se apropriam de grandes fatias dos recursos públicos. Mas a solução e o desenvolvimento futuro do Brasil dependem também do Estado. Precisamos de outro Estado. Como sugeriu Tibério Canuto em reunião da Roda Democrática no Nordeste, precisamos refundar o Estado brasileiro. E não se trata de rever o seu tamanho, mas redefinir seu papel e suas funções, suas prioridades e a estrutura organizacional.
Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) aborda temas conjunturais e traz os cenários para os parâmetros econômicos e variáveis fiscais, tanto para o curto prazo, quanto para o longo prazo (até 2030)
A cientista social e economista pernambucana Tânia Bacelar priorizaria investimentos em infraestrutura e educação para reduzir os efeitos da crise no Nordeste. Para ela, o impacto negativo só não foi maior em razão da pujança econômica do governo Lula na região, o que ainda segurou alguns indicadores.
Líder em trabalho escravo, em violência no meio rural, em pistoleiros de aluguel, em destruição da natureza, em educação ruim, em precariedade de serviços e saneamento básico nas cidades, em saúde pública — a lista de fatos desabonadores em uma agenda cotidiana na Amazônia é extensa e assustadora.
A questão do papel Estado é um divisor de águas e tende a estar no centro da disputa presidencial. As duas candidaturas populistas estão presas a modelos passados que perderam sentido e não respondem às necessidades do século 21. O Brasil de hoje é inteiramente diferente do que era nos tempos do varguismo ou do estatismo do presidente militar Ernesto Geisel. Mas a direita e a esquerda estatistas pensam ainda ser possível alavancar o desenvolvimento a partir do intervencionismo estatal. Não por coincidência, Lula e Bolsonaro são pródigos em elogios à era Geisel.
Os principais obstáculos para o Brasil se tornar um país com mais crescimento econômico e desenvolvimento humano – ou seja, mais rico, próspero, inclusivo e justo – podem ser resumidos em dois pontos: crise fiscal e crise de representatividade.
Desde a expulsão dos holandeses é da tradição de Pernambuco unir os diferentes em torno de objetivos nobres. Não seria diferente na Roda Nordestina, a mais expressiva e representativa de todas as rodadas realizadas até agora.