Cristovam e Celina Leão, ingressam no PPS

O PPS-DF e a Fundação Astrojildo Pereira promoveram nesta segunda feira, dia 22/02/2016 no espaço Arildo Dória em Brasília, o evento de filiação do Senador Cristovam Buarque e da Presidente da Câmara Legislativa do DF, deputada distrital Celina Leão ao PPS.

Na ocasião, o presidente da FAP, Prof. Alberto Aggio convidou os novos filiados a participarem efetivamente das atividades da FAP.

Confira na íntegra:

https://www.youtube.com/watch?v=EAlB_p7Gbps


Supla: 30 anos de carreira, livro e música nova no #ProgramaDiferente

O performático cantor Supla, filho da senadora Marta e do ex-senador Eduardo Suplicy, completa neste ano o 30º aniversário de carreira artística e 50 anos de idade apresentando músicas novas e um livro sobre a sua trajetória, que inclui desde o visual punk rock até o sucesso nos "piores clipes" apresentados por Marcos Mion, passando ainda pela Casa dos Artistas de Silvio Santos, o pré-BBB.

O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, aproveita o lançamento de "Supla: Crônicas e Fotos do Charada Brasileiro" para entrevistá-lo, contar um pouco desta carreira e discutir o atual momento do país. Além de Supla, ouvimos seu pai (que anuncia em primeira mão a candidatura a vereador para ajudar o PT e Haddad contra Martanas eleições de outubro), sua mãe, o irmão João, a "japa girl" da música famosa e o cantor e compositor Kiko Zambianchi. Assista.


Alvo da Lava Jato, Odebrecht patrocina Encontro Folha de Jornalismo. E aí?

No dia em que está sendo deflagrada a 23ª etapa da Operação Lava Jato, desta vez tendo como principais alvos a empresa Odebrecht e o publicitário e marqueteiro João Santana, responsável pelas mais recentes campanhas eleitorais do PT (LulaDilmaHaddad & cia.), vale esmiuçar uma polêmica que tomou conta do meio jornalístico na semana passada: o contestado patrocínio da Odebrecht ao Encontro Folha de Jornalismo, evento que marcou a passagem dos 95 anos da Folha de S. Paulo.

A ombudsman da Folha, Vera Guimarães Martins, tratou do assunto neste domingo: Precisamos falar sobre a Odebrecht. A Folha respondeu em nota oficial, assinada pelo editor-executivo Sérgio Dávila.

Leia a nota:

"O Encontro Folha de Jornalismo teve como patrocinadores a Fiesp e a Odebrecht. Como em outros conteúdos editoriais –caso de cadernos, sites e seminários–, a relação das empresas patrocinadoras com o jornal é comercial, sem qualquer interferência na parte editorial.

A Folha defende a pluralidade e a liberdade de expressão comercial, representadas pelos mais de dez mil anunciantes que tem como clientes.

Toda relação comercial do anunciante com o jornal pressupõe independência do produto editorial em que o anúncio será veiculado, seja um caderno, um site ou um evento. Não há motivo para discriminar anunciante ou local onde o anúncio será veiculado.

O jornal acredita também que a saúde financeira da empresa é fundamental para sua independência editorial. Parte dessa saúde resulta de uma carteira variada de anunciantes."

O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, foi direto à fonte e perguntou a Otavio Frias Filho, diretor de redação da Folha, sobre o assunto. Assista.

Veja algumas postagens do Blog do PPS que já revelavam o envolvimento político da Odebrecht:

E o cerco sobre os corruPTos vai se fechando...

Como nunca antes na história deste país... 

"Padrão Fifa": Tragédias não ocorrem por acaso

Você aí também quer um triplex no Guarujá?

Para tolerar o prefeito Haddad, nem tomando uma...

Os "sem dias" de Haddad na Prefeitura de São Paulo

Escárnio e fim-de-feira petista. Salve-se quem puder!


Seminário organizado pelo PPS-ES e FAP discutiu propostas para as finanças municipais

Com o intuito de elaborar um documento para ser colocado em discussão na Conferência Nacional de Governança Democrática, que será realizada em Vitória (ES), nos dias 19 e 20 de março, vários especialistas se reuniram neste sábado (20), em um seminário sobre finanças municipais. O encontro aconteceu no Hotel Sheraton, na Praia de Santa Helena, e contou com especialistas de várias partes do Brasil.

Outras cidades brasileiras também estão realizando seminários temáticos. As palestras em Vitória discorreram sobre sistema tributário brasileiro, pacto federativo, repasses de recursos dos entes federados (União, Estados e Municípios) e troca de experiências nessas áreas.

Participaram do seminário Márcio Guedes, subsecretário de orçamento da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV), Davi Diniz, secretário de Fazenda da PMV, Luiz Fernandes Braga, diretor de Finanças da Neltur (RJ), Roberto Bezerra, VEPPP, Fortaleza (CE), Luiz Cezar Moretzsohn, auditor fiscal (RJ), François Bremaeker, Observatório de Informações Municipais, Maria Amélia Enriquez, secretária adjunta de desenvolvimento do Pará, Fabrício Gandini, presidente do PPS-ES, Alberto Aggio, presidente da FAP, Felipe Salto, Luciano Rezende, prefeito de Vitória, André Gomyde, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), Alcione Romero, secretária do PPS de Bom Despacho (MG), Fernando Cabral, prefeito de Bom Despacho (MG), Gustavo Von Krüger, PPS-BH, Ricardo Capillé, Carlos Alberto Lopes, PPS-PR, Arnaldo Souza dos Reis, economista do PPS-AM e Lenise Loureiro, secretária de Desenvolvimento da Cidade de Vitória.

Uma das questões abordadas foi a implantação da nota fiscal eletrônica e a importância dos entes municipais se estruturarem para gerir melhor essa questão.

O prefeito Luciano Rezende, anfitrião do seminário, elogiou o nível do encontro. “Estamos tratando de diagnósticos para os candidatos do PPS que irão disputar as eleições em outubro, em todo o Brasil e não só no Espírito Santo”, disse.

Luciano falou sobre experiências e ações adotadas em seu governo que contribuíram para redução de despesas e a melhoria da qualidade do gasto público.

“A conferência o mês que vem será maravilhosa. Os programas de governo estão prontos, a partir desses seminários, é só adaptar para o cenário local”, salientou Rezende.

O prefeito de Bom Despacho (MG), Fernando Cabral, contou um pouco de sua experiência e disse que herdou uma dívida milionária do seu antecessor. Além disso, começou a gestão com apenas 28% dos moradores contribuindo com o IPTU na sua cidade.

“Após realizarmos uma série de protestos dessas dívidas, esse percentual subiu de 28% para 80% de contribuintes adimplentes. Nós também implantamos a nota fiscal eletrônica e fizemos outras ações que serviram para compensar a perda de receita, principalmente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que teve uma redução de seu percentual de repasses”, pontuou Cabral.

A conferência nacional de março pretende mobilizar não apenas candidatos, mas a militância, dirigentes e o público em geral interessado na solução dos problemas das cidades.

Confiram abaixo a programação:

PROGRAMAÇÃO

19 de março de 2016 (sábado)

10h – Abertura solene

11h – Plenária: O que é governança democrática?

13h – Intervalo para almoço

15h – Grupos Temáticos:

1 – Assistência à Saúde

2 – Educação

3 – Segurança Pública

4 – Mobilidade Urbana

5 – Finanças Municipais

6 – Parcerias Público-Privadas – PPP’s

7 – Cultura, Esporte e Lazer

19h – Encerramento dos trabalhos dos grupos

21h – Jantar

20 de março de 2016 (domingo)

10h – Plenária final de encerramento

11h – Lançamento do Livro do Luciano Rezende sobre a gestão de Vitória

12h – Encerramento da conferência


O ex-senador Eduardo Suplicy será candidato a vereador para fortalecer o PT e o prefeito Haddad contra candidatura de Marta pelo PMDB

O ex-senador Eduardo Matarazzo Suplicy, atual secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, admite com exclusividade ao #ProgramaDiferente que será candidato a vereador para fortalecer o PT e o prefeito Fernando Haddad contra Marta Suplicy (pré-candidata a prefeita pelo PMDB) nas eleições municipais de outubro. Assista.

O objetivo da direção petista é fazer de Suplicy o "puxador de votos" da sua bancada de vereadores, que ocupa atualmente 10 cadeiras no Legislativo paulistano e tende a diminuir para a próxima legislatura com a altíssima rejeição do eleitorado ao PT.

A aposta é que Suplicy e o próprio Haddad possam descolar em certa medida da imagem negativa do PT na campanha, com um discurso para fora do partido, atingindo diversos segmentos da população e recuperando votos em setores descontentes com as gestões petistas.

Não é a toa que Suplicy defende as investigações contra o partido, admite que "erros" possam ter sido cometidos e prega que os culpados sejam punidos. É a mesma linha do marketing adotado por Haddad, que inclusive critica a presidente Dilma Rousseff e já acena para a oposição propondo um entendimento pela governabilidade.

Essa aproximação entre PT e PSDB, considerada até então improvável, não pode ser totalmente descartada. Principalmente se for confirmado o favoritismo do candidato Celso Russomanno (PRB) à Prefeitura, fato que pode deixar o PSDB, dividido entre três pré-candidaturas, fora do 2º turno.

Com isso, parte dos tucanos poderia eventualmente votar em Haddad contra Russomanno. Isso, claro, se o próprioHaddad não ficar de fora do 2º turno, atual desejo de nove entre dez eleitores. Falta combinar tudo isso com os russos(manos) e paulistanos.


Matéria Especial: Encontro Folha de Jornalismo no #ProgramaDiferente

Ao completar 95 anos, o jornal Folha de S. Paulo promoveu o Encontro Folha de Jornalismo, um ciclo de debates sobre os desafios do jornalismo no século 21 e a crise política e econômica brasileira. O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, que trata semanalmente destes temas, acompanhou os dois dias do evento realizado no MIS (Museu da Imagem e do Som).

Assista a matéria completa, ou acompanhe individualmente as entrevistas exclusivas realizadas com Otavio Frias Filho, diretor de redação da Folha; Sérgio Dávila, editor-executivo; Vera Guimarães Martins, ombudsman; Caio Tulio Costa, primeiro ombudsman da Folha (de 1989 a 1991); Eugênio Bucci, professor da USP e ex-presidente da Radiobrás no Governo Lula; Mario Sergio Conti, apresentador da GloboNews e colunista da Folha; Mario Cesar Carvalho, repórter especial da Folha; Roberto Muylaert, presidente da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) por nove anos, de 1986 a 1995; Dácio Nitrini, diretor de jornalismo da TV Gazeta de São Paulo; e Fernanda Torres, atriz e colunista da Folha e da Veja Rio.


Atriz Fernanda Torres no #ProgramaDiferente: Que momento é este, Brasil?

A atriz Fernanda Torres fala com exclusividade ao #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, sobre o atual momento do Brasil: são tempos "normais"? Ou vivemos entre "tapas e beijos"? Por que tanto ódio e intolerância nas redes sociais? Que crise é essa do país? Até onde tudo isso vai chegar?

Colunista da Folha de São Paulo e da Veja Rio, escritora, filha da atriz Fernanda Montenegro e do ator Fernando Torres, ela própria uma das atrizes de maior sucesso da Rede Globo, premiada como melhor atriz no Festival de Cannes, Fernanda Torres opina sobre fatos polêmicos como o do secretário de Direitos Humanos do Governo do Rio de Janeiro que foi exonerado após dizer que acredita na "cura gay". Assista.


Prévias no PSDB: o #ProgramaDiferente entrevista em primeira mão os três pré-candidatos tucanos à Prefeitura de São Paulo

#‎ProgramaDiferente entrevista com exclusividade e em primeiríssima mão os três pré-candidatos do PSDB que disputam as prévias do partido à Prefeitura de São Paulo no próximo dia 28 de fevereiro: Andrea Matarazzo, João Doria e Ricardo Tripoli.

As entrevistas tiveram a participação de Humberto Laudares, do Onda Azul, e Fernando Gouveia, do Implicante. Além de perguntas em vídeo de Marcelo Mattos, da Jovem Pan Online; Adriana Ferraz, do Estadão; Oded Grajew, da Rede Nossa São Paulo; José Cassio, do Diário do Centro do Mundo; e Rodolpho Barbosa da JPSDB Paulistana.

Assista a íntegra (sem edição) das três entrevistas:

Andrea Matarazzo

João Doria

Ricardo Tripoli

A rodada de entrevistas marca o início da cobertura da TVFAP.net sobre as eleições municipais de 2016. Vem aí muita novidade nesta 2ª temporada do #ProgramaDiferente, inclusive com entrevistas e debates para os quais serão convidados todos os pré-candidatos à sucessão paulistana, e uma cobertura diferenciada das disputas municipais.

Uma edição com respostas dos três pré-candidatos do PSDB aos mesmos questionamentos possibilita um confronto de ideias que até o momento não havia ainda ocorrido na pré-campanha, pois não existiu concordância para a realização de debates antes do 1º turno das prévias tucanas. Havendo 2º turno, previsto para o dia 20 de março, espera-se que o debate, enfim, ocorra.

Este programa exclusivo que permite a comparação entre os três concorrentes do PSDB vai ao ar neste domingo, 21 de fevereiro, às 21h30, na TV Aberta, o canal comunitário da cidade de São Paulo (Net canal 9, Vivo canal 186 e Vivo Fibra canal 8). Assista.

Leia também:

Tudo sobre as eleições de 2016, com abordagem verdadeiramente diferenciada e inteligente, no #ProgramaDiferente, da TVFAP.net

#ProgramaDiferente é o c******! Na TV é tudo igual! (Só que não...)

Oded Grajew fala sobre a Nossa São Paulo e o IRBEM no #ProgramaDiferente

Eleições 2016 no #ProgramaDiferente: Como é #ACidadeQueEuSonho?


Seminário sobre Mobilidade Urbana, 20 de fevereiro, em Curitiba - PR

O Seminário sobre Mobilidade Urbana, será realizado no dia 20 de fevereiro, sábado, em Curitiba, das 9 às 18 horas, no Lizon Curitiba Hotel, à Avenida 7 de setembro, 2246, Centro.


Seminário - Finanças Municipais e Parcerias Público-Privadas (PPPS), 20 de fevereiro, em Vitória - ES

O Seminário Finanças Municipais e Parcerias Público-Privadas (PPPS) será realizado no dia 20 de fevereiro, sábado, em Vitória, das 9 às 18 horas, no Sheraton Vitória Hotel, à Avenida Saturnino de Brito, 217, Vitória.

O encontro reunirá especialistas na área – secretários de finanças, administradores e economistas , com objetivo de preparar o documento que servirá de base para a Conferência Nacional sobre Cidades, nos dias 19 e 20 de março, em Vitória.

O responsável pelo documento final é o prefeito de Vitória, Luciano Rezende; o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória, André Gomyde, está encarregado da organização do evento no local, juntamente com o presidente regional do PPS, Fabrício Gandini.

O conselheiro Luiz Carlos Azedo junto à FAP, será o responsável pela realização do evento, sob a coordenação do secretário-geral do PPS, Davi Zaia, e do presidente da FAP, Alberto Aggio.

 


Alberto Aggio: A democracia e a ‘cidade futura’

Apesar das circunstâncias que atormentam a vida da maioria dos brasileiros em razão da crise que assola o País, as eleições municipais de outubro próximo, como sempre foi no passado, não deixarão de demarcar a sua importância. Se as instituições da República suportarem a carga das crises que se avolumam a cada dia, provocada pelo desgoverno de turno, estaremos todos convocados a eleger ou reeleger os dirigentes das nossas cidades, desde as menores até as grandes metrópoles.

Apesar de tudo, os brasileiros, com a sua costumeira “desesperança esperançosa”, ainda creem no poder da sua participação por meio do voto. Pela via da política, estas eleições têm o poder de definir, mesmo que parcialmente, se o futuro imediato será ou não melhor do que os desencantos, as desilusões e as carências do presente.

O Brasil segue a tendência mundial de se afirmar como parte de um planeta cada vez mais urbano. É cada vez mais evidente que as cidades brasileiras devem ser pensadas de acordo com um tempo de mudanças aceleradas, mas de crise profunda e extensiva. Por isso elas necessitam de uma política que, além de enfrentar seus problemas setoriais com a eficiência requerida – como saúde, educação, segurança, mobilidade urbana, habitação e infraestrutura de saneamento básico -, se estruture a partir de uma orientação consonante com o tempo de grandes transformações que vivemos, especialmente na esfera da comunicação entre pessoas, corporações e instituições públicas e privadas.

Mas há alguns obstáculos que se antepõem a essa estratégia. O primeiro deles, e que faz parte do senso comum do brasileiro, é a visão de que as pessoas vivem nos municípios, e não nos Estados ou na Federação. Trata-se de uma meia-verdade. Os problemas das cidades brasileiras não se restringem apenas ao que ocorre cotidianamente nelas. É preciso entender que os municípios são entes federativos.

O vice-presidente Michel Temer, em artigo recente neste espaço, afirmou acertadamente que a nossa Federação é composta de Estados e municípios. As cidades brasileiras vivem sob o influxo de determinações políticas e financeiras dos três entes federativos (municipal, estadual e federal) que compõem o Estado brasileiro. E, como se sabe, uma das principais repercussões da crise hodierna do Estado brasileiro se manifesta pela crescente concentração de recursos no plano federal. Hoje, as finanças públicas dos municípios estão esgarçadas, provocando um desequilíbrio crescente que ameaça sua capacidade administrativa. É urgente repensar, portanto, um novo federalismo, que estabeleça uma nova divisão dos recursos públicos amealhado dos brasileiros.

As cidades brasileiras engendram historicamente exclusões e desigualdades, bolsões de segregação social e graves problemas ambientais. Essa realidade é conhecida dos especialistas e governantes, mas deve-se registrar que não há monopólio de nenhuma corrente intelectual ou força política a respeito das possíveis soluções para esses graves problemas. Por essa razão, é justo e imprescindível que se faça uma avaliação crítica do chamado “orçamento participativo”, uma política que, além de lidar com um porcentual irrisório de recursos do município, provocou ilusões e muitas distorções. Ela não foi efetivamente uma política democrática de participação e acabou cedendo espaço ao paternalismo, ao clientelismo e ao assistencialismo, impulsionando mais ainda elementos extremamente negativos na prática da política municipal.

A gestão democrática da cidade mostrou-se como uma questão de muito maior complexidade do que pensavam os arautos do “orçamento participativo”. Em artigo recente, a socióloga Maria Alice Rezende de Carvalho nos chama a atenção para o fato de que, no processo de modernização do Brasil das últimas décadas, passou-se da “cidade da ditadura”, com seus desastres habitacionais, de mobilidade e ecológicos, para a “cidade financista”, que elevou o mercado como a referência para o redesenho das necessidades urbanas e sociais básicas. O que nos leva a concluir que, no Brasil, a “cidade da democracia”, uma “polis contemporânea verdadeira”, não se tornou entre nós uma construção efetiva nestes últimos anos.

Recentemente, diversas mobilizações, tais como a Occupy Wall Street, os “indignados” ou as jornadas de junho de 2013 no Brasil, alimentaram a expectativa de que essa conquista emergiria das “cidades rebeldes”, numa difusa antevisão da “cidade futura”. No mundo intelectual, há tempos se fala em “cidades tecnológicas”, “inteligentes” ou “sustentáveis”, mas em todas as formulações a perspectiva de uma “cidade democrática” permanece distante e frágil como nexo fundante da acalentada “cidade futura”.

Alguns urbanistas qualificam as cidades brasileiras como “cidades cindidas, desiguais e insustentáveis”. Mas isso não é um destino. E a melhor maneira de enfrentar essa realidade talvez seja conectar democracia representativa e ativismo cidadão. O urbanista espanhol Josep Pascual chama essa estratégia de “governança democrática”, um modo de governar a “crescente complexidade e diversidade das sociedades contemporâneas, que se caracterizam pela interação de uma pluralidade de atores, pelas relações horizontais, pela participação da sociedade no governo e sua responsabilidade de fazer frente aos desafios socialmente colocados”.

Trata-se de uma proposta que pressupõe uma cidadania ativa, envolvida com a solução dos desafios sociais e que compartilha valores cívicos e públicos, a revalorização da política democrática e do governo representativo, além do fortalecimento do interesse geral, entendido como “construção coletiva”. O entendimento é que a “cidade futura” é sempre um arranjo inconcluso no qual não deve haver nem ganhadores nem perdedores definitivos. (O Estado de S. Paulo – 05/02/2016)

ALBERTO AGGIO É HISTORIADOR, PROFESSOR TITULAR DA UNESP E PRESIDENTE DA FAP (FUNDAÇÃO ASTROJILDO PEREIRA)

Fonte: PPS


Crise que Dilma não consegue apontar saída vai deixando o brasileiro mais pobre

Apesar das circunstâncias que atormentam a vida da maioria dos brasileiros em razão da crise que assola o País, as eleições municipais de outubro próximo, como sempre foi no passado, não deixarão de demarcar a sua importância. Se as instituições da República suportarem a carga das crises que se avolumam a cada dia, provocada pelo desgoverno de turno, estaremos todos convocados a eleger ou reeleger os dirigentes das nossas cidades, desde as menores até as grandes metrópoles.

Apesar de tudo, os brasileiros, com a sua costumeira “desesperança esperançosa”, ainda creem no poder da sua participação por meio do voto. Pela via da política, estas eleições têm o poder de definir, mesmo que parcialmente, se o futuro imediato será ou não melhor do que os desencantos, as desilusões e as carências do presente.

O Brasil segue a tendência mundial de se afirmar como parte de um planeta cada vez mais urbano. É cada vez mais evidente que as cidades brasileiras devem ser pensadas de acordo com um tempo de mudanças aceleradas, mas de crise profunda e extensiva. Por isso elas necessitam de uma política que, além de enfrentar seus problemas setoriais com a eficiência requerida – como saúde, educação, segurança, mobilidade urbana, habitação e infraestrutura de saneamento básico -, se estruture a partir de uma orientação consonante com o tempo de grandes transformações que vivemos, especialmente na esfera da comunicação entre pessoas, corporações e instituições públicas e privadas.

Mas há alguns obstáculos que se antepõem a essa estratégia. O primeiro deles, e que faz parte do senso comum do brasileiro, é a visão de que as pessoas vivem nos municípios, e não nos Estados ou na Federação. Trata-se de uma meia-verdade. Os problemas das cidades brasileiras não se restringem apenas ao que ocorre cotidianamente nelas. É preciso entender que os municípios são entes federativos.

O vice-presidente Michel Temer, em artigo recente neste espaço, afirmou acertadamente que a nossa Federação é composta de Estados e municípios. As cidades brasileiras vivem sob o influxo de determinações políticas e financeiras dos três entes federativos (municipal, estadual e federal) que compõem o Estado brasileiro. E, como se sabe, uma das principais repercussões da crise hodierna do Estado brasileiro se manifesta pela crescente concentração de recursos no plano federal. Hoje, as finanças públicas dos municípios estão esgarçadas, provocando um desequilíbrio crescente que ameaça sua capacidade administrativa. É urgente repensar, portanto, um novo federalismo, que estabeleça uma nova divisão dos recursos públicos amealhado dos brasileiros.

As cidades brasileiras engendram historicamente exclusões e desigualdades, bolsões de segregação social e graves problemas ambientais. Essa realidade é conhecida dos especialistas e governantes, mas deve-se registrar que não há monopólio de nenhuma corrente intelectual ou força política a respeito das possíveis soluções para esses graves problemas. Por essa razão, é justo e imprescindível que se faça uma avaliação crítica do chamado “orçamento participativo”, uma política que, além de lidar com um porcentual irrisório de recursos do município, provocou ilusões e muitas distorções. Ela não foi efetivamente uma política democrática de participação e acabou cedendo espaço ao paternalismo, ao clientelismo e ao assistencialismo, impulsionando mais ainda elementos extremamente negativos na prática da política municipal.

A gestão democrática da cidade mostrou-se como uma questão de muito maior complexidade do que pensavam os arautos do “orçamento participativo”. Em artigo recente, a socióloga Maria Alice Rezende de Carvalho nos chama a atenção para o fato de que, no processo de modernização do Brasil das últimas décadas, passou-se da “cidade da ditadura”, com seus desastres habitacionais, de mobilidade e ecológicos, para a “cidade financista”, que elevou o mercado como a referência para o redesenho das necessidades urbanas e sociais básicas. O que nos leva a concluir que, no Brasil, a “cidade da democracia”, uma “polis contemporânea verdadeira”, não se tornou entre nós uma construção efetiva nestes últimos anos.

Recentemente, diversas mobilizações, tais como a Occupy Wall Street, os “indignados” ou as jornadas de junho de 2013 no Brasil, alimentaram a expectativa de que essa conquista emergiria das “cidades rebeldes”, numa difusa antevisão da “cidade futura”. No mundo intelectual, há tempos se fala em “cidades tecnológicas”, “inteligentes” ou “sustentáveis”, mas em todas as formulações a perspectiva de uma “cidade democrática” permanece distante e frágil como nexo fundante da acalentada “cidade futura”.

Alguns urbanistas qualificam as cidades brasileiras como “cidades cindidas, desiguais e insustentáveis”. Mas isso não é um destino. E a melhor maneira de enfrentar essa realidade talvez seja conectar democracia representativa e ativismo cidadão. O urbanista espanhol Josep Pascual chama essa estratégia de “governança democrática”, um modo de governar a “crescente complexidade e diversidade das sociedades contemporâneas, que se caracterizam pela interação de uma pluralidade de atores, pelas relações horizontais, pela participação da sociedade no governo e sua responsabilidade de fazer frente aos desafios socialmente colocados”.

Trata-se de uma proposta que pressupõe uma cidadania ativa, envolvida com a solução dos desafios sociais e que compartilha valores cívicos e públicos, a revalorização da política democrática e do governo representativo, além do fortalecimento do interesse geral, entendido como “construção coletiva”. O entendimento é que a “cidade futura” é sempre um arranjo inconcluso no qual não deve haver nem ganhadores nem perdedores definitivos. (O Estado de S. Paulo – 05/02/2016)

ALBERTO AGGIO É HISTORIADOR, PROFESSOR TITULAR DA UNESP E PRESIDENTE DA FAP (FUNDAÇÃO ASTROJILDO PEREIRA)

Fonte: PPS