Auto da Compadecida é discutido em encontro virtual da Biblioteca Salomão Malina

Obra será debatida em sessão do Clube de Leitura Eneida de Moraes, que terá transmissão ao vivo.
Arte: FAP
Arte: FAP

Obra será debatida em sessão do Clube de Leitura Eneida de Moraes, que terá transmissão ao vivo

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

A Biblioteca Salomão Malina vai discutir, no dia 3 de agosto, das 18h30 às 20h, o livro Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, durante encontro virtual do Clube de Leitura Eneida de Moraes. O evento online terá transmissão ao vivo na página da biblioteca no Facebook. A retransmissão em tempo real será realizada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em sua página na rede social e em seu site.

Empréstimo do livro pode ser solicitado à Biblioteca Salomão Malina, localizada em Brasília. Como está fechada ao público durante a pandemia, a unidade disponibiliza serviço de empréstimo delivery gratuito, para moradores da capital federal e região, por meio do seu Whatsapp oficial (61 984015561). Além disso, o arquivo do livro em PDF no catálogo virtual da biblioteca.

Assista ao vídeo!

https://www.facebook.com/salomaomalina/videos/622989671984842

A peça teatral Auto da Compadecida foi escrita por Ariano Suassuna, em 1955. É um auto por ser uma peça de apenas um ato e que traduz a tradição do teatro medieval português ao contexto social e histórico do nordeste brasileiro. A peça retoma elementos do teatro popular, contidos nos autos medievais, e da literatura de cordel para exaltar os humildes e satirizar os poderosos e os religiosos que se preocupam apenas com questões materiais.

O enredo da peça gira em torno das aventuras de João Grilo, que protagoniza os acontecimentos de forma absolutamente imaginosa, e seu companheiro Chicó. Ambos se envolvem no caso do cachorro da mulher do padeiro, comprometendo um número considerável de personagens que, em meio às confusões armadas pelas mentiras de João Grilo, vão se enredando numa trama que culmina com o julgamento de algumas delas diante de Jesus, da Virgem Maria e do Diabo.

Ao resgatar essa tradição teatral medieval, Ariano Suassuna realiza uma leitura da moral católica muito ajustada aos tipos que cometem gestos transgressores, conforme analisa a coordenadora da biblioteca, Thalyta Jubé. “Outra linha de força de Auto da Compadecida é a presença do anti-herói ou herói quixotesco, uma espécie de personagem folclórica que vive ao sabor do acaso e das aventuras”, afirma.

João Grilo é o típico anti-herói, que se envolve com as mais diversas personagens e se compromete com as próprias mentiras. No entanto, conforme observa Thalyta, é através dele que o autor propõe um exame dos valores sociais e da moral estabelecida. Em outras palavras, Suassuna pretende refletir sobre a fragilidade e a suscetibilidade de nossas convicções.

A religiosidade, a fixação da cultura popular, a presença do anti-herói e a linguagem simples bem articulada nas falas das personagens são elementos que merecem um olhar atento, pois sua combinação constitui a arquitetura e a lógica do Auto da Compadecida.

Ariano Suassuna traz à tona reflexões de ordem moral por meio das quais problematiza as fraquezas humanas, relativizando valores e convicções. “Não se pode ignorar a linha marcante do humor que percorre toda a estrutura da peça, caricaturizando não apenas as personagens, mas também as circunstâncias em que elas se envolvem”, diz Thalyta.

Leia também:

Livro de Machado de Assis é discutido em webinar da Biblioteca Salomão Malina

Livro Senhor das Moscas, que aborda poder e violência, é discutido em webinar

Biblioteca Salomão Malina oferece empréstimo de livro em casa, de forma gratuita

Privacy Preference Center