O revolucionário cordial | Arte: FAP

Revista online | Um historiador cordial 

Ivan Alves Filho*, especial para a revista Política Democrática online (43ª edição: maio/2022) 

Em debate recente com o historiador Martin Cezar Feijó, em Niterói, por ocasião das comemorações do centenário da fundação do Partido Comunista, tive a oportunidade de dizer publicamente que o considerava o intelectual mais preparado de minha geração. Não disse isso por razões de amizade, apesar da grande estima que tenho por ele. Pensei justamente na sua belíssima contribuição à cultura brasileira, por intermédio de uma obra capital: O revolucionário cordial, uma biografia política daquele que Afonso Arinos de Melo Franco considerava a maior aventura intelectual de seu tempo, o crítico literário Astrojildo Pereira.  

O livro de Martin é extremamente bem construído. E está sendo reeditado em boa hora pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e a Editora Boitempo, com prefácio de Sérgio Augusto e em novo formato. Esta obra é um ensaio, uma aula magna, sem dúvida um exemplo de como se deve construir um estudo de caráter histórico-biográfico. Pois tudo se encontra lá: a fluência do texto, a pesquisa rigorosa, a qualidade teórica, a exata compreensão do papel do indivíduo na História. 

Foi um prazer poder reler esse clássico, cuja primorosa reedição realça o livro como objeto. Astrojildo Pereira marcou, como poucos, nossa trajetória nacional. Se não, vejamos. Gráfico de profissão, foi secretário geral da Central Operária Brasileira (COB), em 1913. Em 1917 e 1918, lideraria importantes greves no Rio de Janeiro, sendo barbaramente espancado na cadeia. Fundou, em 1922, a Seção Brasileira da Internacional Comunista - Partido Comunista. Percebendo o papel crescente das camadas médias no país, buscou aproximar o movimento comunista brasileiro dos militares revoltosos - foi ele quem trouxe Luiz Carlos Prestes para o PCB - e da própria intelectualidade - Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, participantes da Semana de Arte Moderna, os quais ingressaram no partido ainda nos primórdios da agremiação. Com isso, rompia com a chamada política de classe contra classe, revelando visão mais sofisticada da nossa realidade.  

Autor de vários livros, e posso citar Machado de Assis e Formação do PCB, Astrojildo criou também inúmeras publicações teóricas, com destaque para a revista Estudos Sociais, que circularia entre 1958 e 1964. Nessa revista seminal, apresentaria valores como Armênio Guedes e Leandro Konder, para ficarmos apenas nesses dois nomes. No plano internacional, integrou a Executiva da Internacional Comunista, fundada por Vladimir Lenin, sendo, aos 39 anos de idade, um dos líderes da revolução mundial. Não era para qualquer um. Em Moscou, dividiu um apartamento com ninguém menos do que o revolucionário, político, escritor, poeta e jornalista vietnamita Ho Chi Minh, figura central das lutas pela emancipação do homem no século XX. 

Astrojildo Pereira e sua companheira Inês Dias | Reprodução: Vermelho.org.br
Os fundadores do PCB em março de 1922, na cidade de Niterói (RJ) | Reprodução: Cidadania23
Astrojildo Pereira, sua mãe Isabel e sua esposa Inês Dias | Reprodução: Famosos Que Partiram
Astrojildo Pereira em fotografia de 1962 | Reprodução: Folhapress
Reprodução: FAP
Reprodução: FAP
Astrojildo Pereira escoltado por policiais em 1965 no Rio de Janeiro | Reprodução: Folhapress
Astrojildo Pereira durante visita à redação do jornal Última Hora em 1965 | Reprodução: Folhapress
Reprodução: Unesp
Astrojildo Pereira e sua companheira Inês Dias | Reprodução: Vermelho.org.br
Os fundadores do PCB em março de 1922, na cidade de Niterói (RJ) | Reprodução: Cidadania23
Astrojildo Pereira, sua mãe Isabel e sua esposa Inês Dias | Reprodução: Famosos Que Partiram
Astrojildo Pereira em fotografia de 1962 | Reprodução: Folhapress
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Astrojildo Pereira escoltado por policiais em 1965 no Rio de Janeiro | Reprodução: Folhapress
Astrojildo Pereira durante visita à redação do jornal Última Hora em 1965 | Reprodução: Folhapress
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Astrojildo Pereira e sua companheira Inês Dias | Reprodução: Vermelho.org.br
Os fundadores do PCB em março de 1922, na cidade de Niterói (RJ) | Reprodução: Cidadania23
Astrojildo Pereira, sua mãe Isabel e sua esposa Inês Dias | Reprodução: Famosos Que Partiram
Astrojildo Pereira em fotografia de 1962 | Reprodução: Folhapress
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Astrojildo Pereira escoltado por policiais em 1965 no Rio de Janeiro | Reprodução: Folhapress
Astrojildo Pereira durante visita à redação do jornal Última Hora em 1965 | Reprodução: Folhapress
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Oriundo do anarquismo, de extração libertária, portanto, Astrojildo Pereira talvez tenha trazido para o PCB visão mais rica do papel da sociedade civil entre nós, sempre maior do que o Estado. O PCB só ganharia com isso. Este revolucionário cordial, na feliz expressão de Martin Cezar, conviveu com homens como Lima Barreto, Oscar Niemeyer, Hélio Silva, Otto Maria Carpeaux, Graciliano Ramos, Heitor Ferreira Lima, Nelson Werneck Sodré e Luiz Carlos Prestes. Ou seja, com o que o Brasil tinha de melhor e mais plural.  

Com apenas 17 anos, protagonizou um encontro com Machado de Assis, eternizado em uma crônica de Euclides da Cunha, intitulada A última visita. O cineasta Zelito Vianna reconstituiu historicamente esse episódio, a partir de um argumento do próprio Martin Cezar. Astrojildo Pereira foi um brasileiro raro. 

E um democrata exemplar. Escrevendo de Moscou em 1925, reconheceu que "a democracia, ainda que burguesa, era vista como um bem pelas massas". Era preciso ter coragem política para escrever isso naquele momento no país dos soviéticos. Astrojildo sempre estivera à frente de seu tempo. No rastro dos dirigentes históricos - e pensamos em Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lenin, Rosa Luxemburgo, Antônio Gramsci, Palmiro Togliatti, Georgi Dimitrov, György Lukács, Karol Kosik, Adam Schaff e José Carlos Mariátegui -, Astrojildo unira dialeticamente pensamento e ação.  Era a filosofia da práxis ambulante. Também não era para qualquer um.  

Conheci-o em nossa casa, no Rio de Janeiro, logo após sua saída da prisão, em 1965. Astrojildo era companheiro de meu pai, Ivan Alves, gráfico, jornalista e comunista como ele. Eu ficara impressionado com seu estado de saúde: o velho revolucionário, então com 75 anos, tinha sofrido um infarto na cadeia, de onde saíra ainda com os dois pulmões contaminados pela tuberculose, após os interrogatórios torturantes a que fora submetido pelos esbirros da ditadura. Meu pai me confidenciou, já na década de 1980, que Carlos Lacerda, então governador da Guanabara, se empenhara em sua soltura. A sobrinha de Astrojildo, Norma Dias, me diria a mesma coisa, há cerca de 15 anos. Indiquei, certa vez, que Astrojildo Pereira foi o primeiro herói da minha vida. E nem poderia ser de outra forma. 

Em uma de suas visitas ao saudoso historiador marxista Nelson Werneck Sodré, este, ao se despedir de Martin Cezar, já à porta de seu apartamento em Botafogo, disparou: "Você tem a responsabilidade de resgatar para nós a atuação do maior intelectual brasileiro do século XX". 

Meu querido amigo Martin Cezar Feijó cumpriu à risca determinação de Werneck Sodré. Astrojildo Pereira, onde quer que esteja, pode se orgulhar disso. 

Sobre o autor

*Ivan Alves Filho é historiador licenciado pela Universidade Paris-VIII (Sorbonne) e pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Os mais recentes de suas dezenas de livros publicados são Os nove de 22: o PCB na vida brasileira e Presença negra no Brasil: do século XVI ao início do século XXI.

** O artigo foi produzido para publicação na revista Política Democrática online de maio de 2022 (43ª edição), produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.

*** As ideias e opiniões expressas nos artigos publicados na revista Política Democrática online são de exclusiva responsabilidade dos autores. Por isso, não reflete, necessariamente, as opiniões da publicação.

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Crise ecológica global | Arte: FAP

Risco de “milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar" 

Luciara Ferreira e João Vítor*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida

Um total de 13.235 km² de floresta amazônica foi desmatado e bateu recorde em 2021, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No Cerrado, o desmatamento aumentou 7,9%, entre agosto de 2020 e julho de 2021, alcançando a marca de 8.531 km². A diminuição do verde e o aumento de cinzas aumentam a crise ecológica global.

Ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o economista Sérgio Besserman afirma que a destruição do meio ambiente é uma tragédia. O risco, conforme alerta, é de provocar impacto na população. “Centenas de milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar”, lamenta.

Desmatamento na Amazônia nos últimos 10 anos | Reprodução: UOL

A crise ecológica global pode ter reflexos diretamente na mesa da população. De acordo com o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado em 2021, 116,8 milhões de brasileiros não têm pleno acesso à comida.

Besserman confirmou presença no webinar organizado pela Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP), ambas em Brasília. A live será transmitida, na quarta-feira (1º/6), a partir das 17 horas, na página da biblioteca no Facebook, assim como no site e canal da FAP no YouTube.

Além do economista, o sociólogo e cientista socioambiental Elimar Pinheiro do Nascimento e o presidente do Conselho de Administração da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) Benjamin Benzaquen Sicsú também confirmaram participação no evento online.

Pinheiro aponta consequências na degradação da natureza e do aquecimento global. “Uma alimenta a outra. Isso mata os seres vivos aquáticos, pois aquece a água e impacta na cadeia alimentar”, explica.

Floresta em formato de pulmão desmatado | Reprodução/Estratégia
Aligator dies by fire | Foto: Shutterstock/Tiago Marinho
Amazônia crises | Foto: Shutterstock
Amazônia desmatamento | Foto: shutterstock/Rich Carey
Deforestation forest destruction | Foto: shutterstock/Viktor Sergeevich
Desmatamento | Foto: shutterstock/Paralaxis
Floresta queima | Foto: shutterstock/JH Bispo
Global crises | Foto: Shutterstock/Marti Bug Cacther
Pantanal em chamas | Foto: Shutterstock/Rafael Martos Martins
Save the earth | Foto: Shutterstock/studiovin
Save the planet | Foto: Shutterstock/Teekatat Roongruang
World crises | Foto: Shutterstock/Osorio
Floresta em formato de pulmão desmatado
Aligator dies by fire
Amazônia crises
Amazônia desmatamento
Deforestation forest destruction
Desmatamento
Floresta queima
Global crises
Pantanal em chamas
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Floresta em formato de pulmão desmatado
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Floresta queima
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Os eventos críticos climáticos, segundo Pinheiro, provocam tempestades, seca, esfriamento e aquecimento. “São temperaturas extremas, não há meio termo”, afirma.

Pinheiro observa que essas temperaturas têm a ver também com as migrações de pessoas e animais. Segundo ele, a terra não produz mais com superaquecimento do solo, e, assim, os seres vivos precisam se deslocar. “São bilhões de dólares que nós estamos perdendo, e mortes acontecendo”, enfatiza.

O Observatório do Clima, rede que reúne 73 organizações socioambientais, por meio de documento postado no dia 19 de maio, alertou que “com Bolsonaro, não há futuro para política ambiental no Brasil”.

O economista Besserman vê que há interesses econômicos de políticos por trás da crise que impedem as transformações necessárias para ajudar o meio ambiente.

Nascimento diz que o preço vai ser alto e enxerga descaso do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Tem déficit cognitivo e não compreende o que é impacto climático”, critica ele, que é autor do livro Um mundo de riscos e desafios e alerta que, por causa disso, os recursos vão se reduzir.

https://open.spotify.com/episode/6vJm0lHdvRFdEsKOnswb3A?si=7ehgqr9qRTyG64UkGRjQzg
https://open.spotify.com/episode/6GgBLl2KDWqT1blpn6g5l1?si=ltQ1xM07RUC-7s4LAmJaTg

Serviço

Webinar Crise ecológica global

Dia: 1/6/2022

Horário da transmissão: 17h

Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade

Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP)

*Integrantes do programa de estágio da FAP, sob supervisão do jornalista, editor de conteúdo e coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida


Imagem mil inscritos curso | Arte: FAP

Curso de formação política ultrapassou 1,5 mil inscritos, em parceria da FAP com ITV

Cleomar Almeida, coordenador de Publicações da FAP, (atualização do número de inscritos)

Mais de 1,5 mil pessoas se inscreveram no curso inédito de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV). Sem custo para os matriculados e totalmente online, a qualificação foi a primeira a ser realizada pelas duas instituições, vinculadas ao Cidadania e ao PSDB, após a federação partidária.

Inscreva-se no curso de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes

Veja, abaixo, vídeo de apresentação do curso:

https://youtu.be/aSQI-mi-eC0

O curso foi realizado, de 23 a 27 deste mês, com a últimas aulas marcada para os dias 30 e 31 seguintes, das 19h às 20h30, por meio da plataforma Somos Cidadania, totalmente interativa, moderna e com design responsivo. No primeiro dia, as aulas inaugurais foram ministradas pelos presidentes nacionais do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o diretor financeiro da FAP, Raimundo Benoni, vice-prefeito de Salinas (Cidadania-MG), afirmou que “esse curso é imperdível". Ele ressaltou que as aulas abordarão análise de conjuntura política, atividade parlamentar, estratégias de campanha, comunicação e redes sociais, legislação eleitoral, arrecadação, contabilidade e finanças, além da importância das mulheres na política.

Confira, abaixo, vídeo de Benoni:

https://youtu.be/cvhtl2pQL_s

Diretor financeiro do ITV, o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG) também destacou a relevância da formação política para capacitação de candidatos e candidatos, além de suas equipes, com o objetivo de que, durante o mandato, todos desempenhem o seus papéis de forma eficiente, com foco na população e no desenvolvimento do Brasil.

“Buscar o êxito nas eleições, consolidar a federação entre os partidos e se comprometer com os ganhos sociais e econômicos do nosso país é defender a democracia. Esse é o espírito desse curso dirigido a todos que desejam exercer a representatividade política”, disse o deputado federal.

O diretor executivo da FAP, Marco Aurélio Marrafon, parabenizou as duas instituições e os partidos pelo sucesso no curso já na fase de inscrição. “Para que um time seja vitorioso, precisa de formação, dedicação, empenho e muita energia para alcançar a vitória. E é isso que nossos candidatos, nossas candidatas, as suas assessorias e suas equipes estão demonstrando ao alcançar, em pouquíssimo tempo, mais de 1 mil inscrições”, disse ele.

https://open.spotify.com/episode/5Fpkn5HGQy6W8SQocDdeUX?si=f0e9b7f055b54d25

No lançamento das inscrições, realizado no dia 5 deste mês, o presidente do Conselho Curador do ITV, o economista Marcus Pestana, que foi deputado federal pelo PSDB-MG, destacou o objetivo do curso e a expectativa para que a qualificação resulte no exercício de mandatos com excelência.

“Esse curso visa qualificar, preparar e treinar nossos candidatos, e nossas candidatas, além de suas equipes, para que consigam cumprir sua missão: conseguir processo eficiente de comunicação com a população levando conteúdo, a discussão do futuro do país, a defesa da democracia”, asseverou Pestana.

O presidente do Conselho Curador da FAP e ex-prefeito de Vitória (ES) por dois mandatos consecutivos, o médico Luciano Rezende disse que o foco deve ser sempre “juntar o talento político à boa técnica de gestão”. “Esse talento político, que é inerente aos candidatos que vão disputar a eleição em outubro, terá uma potencialização com a formação política porque o curso tem um programa espetacular aplicado”, observou ele. 

Veja, abaixo, vídeos das aulas:



Saiba mais sobre os palestrantes

Análise da conjuntura política23/5

Bruno Araújo: formado pela Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi eleito duas vezes deputado estadual e deputado federal por Pernambuco durante três mandatos consecutivos. Foi ministro das Cidades entre 2016 e 2017. Atualmente é o presidente nacional do PSDB.

Roberto Freire: presidente nacional do Cidadania 23, atuou como deputado estadual e federal por Pernambuco e São Paulo; senador por Pernambuco; líder do governo Itamar Franco; ministro da Cultura e candidato a presidente da República em 1989 pelo PCB.

O mediador será o deputado federal do PSDB/SP Samuel Moreira.

Atividade parlamentar: 24/5

Carlos Sampaio: procurador de Justiça do Estado de São Paulo, é formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Foi vereador (1993 a 1997), deputado estadual (1999 a 2023) e, desde 2003, é deputado federal por São Paulo.

Rubens Bueno: professor de formação, vice-presidente nacional do Cidadania, exerce o seu quinto mandato de deputado federal pelo Paraná, sendo o terceiro consecutivo.

A mediadora será a senadora do Cidadania Eliziane Gama.

Estratégias de campanha, comunicação e redes sociais: 25/5

Paulo Vasconcelos: natural de Belo Horizonte (MG), o publicitário Paulo Vasconcelos do Rosário Neto liderou a coordenação do marketing da campanha de Aécio Neves à presidência da República de 2014. Em 1995, assumiu a Secretaria de Comunicação do Governo de Minas Gerais. Atuou nas melhores agências de propaganda do país ao longo das últimas quatro décadas.

Sergio Denicoli: pós-doutor em comunicação digital, pesquisador da Universidade do Minho, em Portugal. CEO da AP Exata Inteligência Digital. Foi professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e, também, em Portugal, na Universidade Lusófona e na Universidade do Minho.

O mediador será o advogado e doutor em direito Marco Marrafon.

Legislação eleitoral: 26/5

Marilda Silveira: Doutora e mestre em Direito Administrativo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Coordenadora do IDP Online e Professora dos cursos de graduação e pós-graduação da EDB/IDP. Membro do IBRADE, da ABRADEP e das Comissões de Direito Administrativo e Eleitoral da OAB/ DF (2015). Foi Assessora Jurídica de Ministros e da Presidência do TSE.

Arlindo Fernandes: servidor público, consultor legislativo do Senado Federal nas áreas de direito constitucional e eleitoral, desde 1996, é advogado e especialista em direito constitucional e em ciência política.

O mediador será o presidente do Conselho Curador do ITV Marcus Pestana.

Arrecadação de campanha, contabilidade e finanças: 27/5

Guilherme Sturm: contador pela Fundação Educacional do Município de Assis (Fema), concluiu o MBA Executivo Internacional pela FGV-Chinese University Hong Kong e MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio pela FGV. Sócio do Grupo Essent Negócios Contábeis e CEO da Essent Jus, startup especializada em Arrecadação e Contabilidade Digital para Partidos, Igrejas e outras entidades.

Marcelo Nunes: ex-servidor do TER-ES, professor e advogado especialista em direito eleitoral, com atuação nas eleições dos últimos 20 anos.

O mediador será o presidente do Conselho Curador da FAP Luciano Rezende.

Mulheres na política: 30/5

Shéridan Oliveira: psicóloga e mestranda em gestão pública, é deputada federal por Roraima desde 2015. É presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara Federal. Foi secretária da Promoção Humana e Desenvolvimento de Roraima de 2007 a 2014.

Eliziane Gamasenadora da República pelo Maranhão e líder da bancada feminina do Senado Federal. Esposa, mãe, cristã. Teve atuação destacada na CPI da covid-19. Foi deputada estadual entre 2007 e 2014 e deputada federal de 2015 a 2018.

A mediadora será a coordenadora do PSDB-Mulher no nordeste Iraê Lucena.

A representatividade negra na política: 31/5

Gabriela Cruz: presidente do Tucanafro.

Kennedy Vasconcelos: Coordenador do Igualdade23 MG.

A mediadora será a ativista transexual Mariana Valentim.


Revista online | Novidades para o Oscar 2023. Será que agora vai? 

Lilia Lustosa*, especial para a revista Política Democrática online (43ª edição: maio/2022)

Em março, a série documental 3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central estreou na Netflix Brasil e em vários outros países do mundo como parte da iniciativa Mais Brasil na Tela, pensada por essa gigante do streaming.  

Assim como a série dirigida por Daniel Billio, nos últimos anos, várias foram as produções brasileiras que conseguiram chegar aos lares e olhos de uma multidão de espectadores de diversas nacionalidades. As plataformas de streaming, essas modernas ferramentas de exibição, têm sido fundamentais no processo de democratização das cinematografias de todo o mundo. 

O cinema brasileiro vai-se tornando assim cada vez mais conhecido para além de nossas fronteiras, bem como nossos atores, que passaram a “existir” para o mercado internacional, ocupando mais e mais espaço nas produções estrangeiras. Wagner Moura, Rodrigo Santoro, Maria Fernanda Cândido são apenas alguns dos nomes a integrar elencos de grandes produções internacionais, como o do recém-lançado Animais Fantásticos: os Segredos de Dumbledoreem que a atriz brasileira interpreta Vicência Santos, uma das candidatas ao posto de Chefe Supremo da Confederação Internacional dos Bruxos. 

Significaria isso que nossos filmes estão chegando com mais frequência às salas de cinemas de outras partes do globo? Ou estamos ainda limitados às bordas da tela pequena? Haveria alguma relação com nossos repetidos insucessos na hora de emplacar um candidato ao Oscar na categoria filme internacional?  

Filmes de boa qualidade não faltam. Isso temos de sobra! O que falta mesmo são estratégias para posicionar nossos produtos nas prateleiras dos exibidores de todo o mundo, assim como nos palcos dos grandes festivais. É o velho problema da distribuição que nos persegue desde sempre. 

O historiador e crítico de cinema Waldemar Dalenogare Neto tem sido enfático quanto aos erros cometidos na escolha do filme que representa o Brasil no Oscar a cada ano. O gaúcho é membro da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais e crítico legitimado na terra do Tio Sam, tendo-se convertido no primeiro sul-americano a entrar para a Critics Choice Association, organização que distribui anualmente os Critic’s Choice Movie Awards. 

Oscar | Reprodução/Wowbiz.ro
Estatueta Reprodução/Portal Multiplix
Reprodução/Notícias e Tecnologia
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Premiação | Imagem: reprodução/facebook
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ABRACINE | Reprodução/Academia Brasileira de Cinema
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Recentemente, Dalenogare postou em seu canal de Youtube os novos critérios aprovados para o processo de escolha do candidato brasileiro ao Oscar. Ele fez parte de um grupo de estudos composto por profissionais de diversas áreas da indústria cinematográfica brasileira (produção, direção, marketing etc.), que desde dezembro passado vem debatendo as razões dos repetidos fracassos do Brasil na dita premiação e alternativas para reverter esse quadro. 

Para Dalenogare, o que mais falta para que nosso candidato chegue à short-list é tempo. Tempo para que o filme selecionado faça sua campanha comme il faut. Afinal, como já comentamos repetidas vezes aqui, o Oscar é muito mais business do que arte. Infelizmente. Ganha quem investe mais no pré-Oscar, organizando sessões para críticos e diretores, participando dos circuitos alternativos de festivais e tornando assim mais visível sua produção. Se o país não estiver disposto a investir neste lobby é melhor nem participar, já que o processo é custoso e desgastante para todos os membros da equipe do filme selecionado. O objetivo é que o candidato consiga atrair a atenção de alguma major para que consiga uma boa distribuição em solo americano. Como aconteceu com CODA neste ano, que emplacou 3 prêmios para as 3 indicações recebidas, depois de investimento gigante da Apple. 

Com isso em mente e tendo a valiosa participação de membros das equipes de Deserto Particular e de Babenco – nossos candidatos nos últimos anos –, ficou decidido que, para 2023, uma Comissão de Seleção [1] composta por 25 pessoas será montada, sendo 21 delas eleitas pelos membros da Academia e 4, por indicação de sua diretoria. Todos os filmes inscritos serão vistos pelos 25 membros, que terão a incumbência de selecionar 6 para uma segunda fase. Desses 6, deverá sair o candidato, não sem antes passar por mais uma sessão de debates. Importante: tudo isso acontecerá antes de setembro, para que o filme tenha a oportunidade (e o tempo) para circular pelas salas de cinema americanas e assim poder arrebanhar fãs e defensores. 

Até o ano passado, o filme selecionado era eleito em uma única reunião, em que cada membro já chegava com seu voto pronto. Ou seja, havia muitos favoritismos, pouco tempo para debates e menos tempo ainda para que o candidato fizesse sua campanha nos EUA. 

Que venha então um 2023 de muito sucesso! Parabéns à Academia Brasileira de Cinema por rever seus critérios e aprovar uma reformulação tão necessária. Quem sabe daqui a um ano não estarei aqui escrevendo sobre o Oscar que trouxemos para casa?  

Sobre a autora

*Lilia Lustosa é crítica de cinema e doutora em História e
Estética do Cinema pela Universidade de Lausanne (UNIL), Suíça.

** O artigo foi produzido para publicação na revista Política Democrática
online de maio de 2022 (43ª edição), editada pela Fundação Astrojildo Pereira
(FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.

 *** As ideias e opiniões expressas nos artigos publicados na revista
Política Democrática online são de exclusiva responsabilidade dos autores. Por
isso, não reflete, necessariamente, as opiniões da publicação.

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Foto: Ricardo Stuckert/Instagram | Os índios atravessaram a ponte

Revista online | Os Índios atravessaram a Ponte!

Luis Quesada*, especial para a revista Política Democrática online (43ª edição: maio/2022)

Não adianta querer, tem que ser, tem que pá 

O mundo é diferente da ponte pra cá 

Não adianta querer ser, tem que ter pra trocar 

O mundo é diferente da ponte pra cá 

Mano Brown, 2002 

A Semana de Arte Moderna de 1922 representa o início de uma importante obra de “engenharia” artística. Trata-se de uma ponte estética fundamental para a atuação artística nacional. A criação desta Ponte permitiu o tráfego cultural das vanguardas europeias no Brasil. A publicação do Manifesto Antropófago (1928), de Oswald Andrade, conclui o contraponto da nossa ponte modernista hegemônica. Seu percurso, de 1922 a 1928, criou um plano de atuação diante da velha resistência e reciprocidade colonial da cultura brasileira por via de sua inclinação a copiar o europeu, assim como para aludir à sua relação com o Ocidente hegemônico. A ponte serviu para legitimar a apropriação crítica, seletiva e metabolizante das tendências artísticas. 

A ponte revisou as imagens construídas sobre a identidade cultural brasileira e questionou a imagem do “Índio” como herói nacional, “dizimado” para o “surgimento” da nação, construída pelo romantismo brasileiro (Século 19), criando uma versão que passou a entendê-lo como parte vital da raça miscigenada brasileira (Macunaíma, de Mario de Andrade), ou utilizando o “Índio” como objeto metafórico, que devora a cultura branca, europeia e invasora, para obter todos os frutos dos seus saberes, a fim de usá-los a seu favor (Antropofagia). 

A ponte centenária de 1922 descreve tendência presente no Brasil desde os princípios da colonização europeia e cria uma estratégia de ação. Sua estrada não sobreviveu somente ao modernismo das suas origens, senão que foi percorrida pelo auge das ideias pós-modernas, que se aproximaram da apropriação, ressignificação e validação da cópia. A ponte foi claramente interditada com o fluxo artístico dos anos 1960 e foi local de passeatas e manifestações para todo o movimento artístico denominado Tropicalismo

As propostas artísticas contemporâneas também seguem percorrendo a velha ponte. A mudança que interfere no artista do século 21 provém das aceitações e rejeições, dentro da legitimação que se faz da arte moderna e pós-moderna. Isto é, a ponte da arte moderna segue aberta. Hoje em dia, há “pedágios” para percorrê-la, já que não se pode transgredir ou questionar sem aceitar sua existência e seu impacto histórico. Ela segue no seu vaivém centro-periferia oferecendo diversas perspectivas de expansão intelectual e artística. 

Reprodução: Revista Amais
A pintura Batizado de Macunaíma, de Tarsila do Amaral, em 1956, retrata a cerimônia batismal da criança que nasceu do fundo do mato virgem | Reprodução: Arte Brasileiros
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Reprodução: Revista Amais
A pintura Batizado de Macunaíma, de Tarsila do Amaral, em 1956, retrata a cerimônia batismal da criança que nasceu do fundo do mato virgem | Reprodução: Arte Brasileiros
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A pintura Batizado de Macunaíma, de Tarsila do Amaral, em 1956, retrata a cerimônia batismal da criança que nasceu do fundo do mato virgem | Reprodução: Arte Brasileiros
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Reprodução: Elisclésio Makuxi/Agência Brasil
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Foto Daiara TukanoInstagram
Foto: Ricardo Stuckert/Instagram | Os índios atravessaram a ponte
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Hoje, o “índio” deixou de ser “objeto” (como foi no modernismo, por exemplo, na pintura Mani Oca (1921), de Rego Monteiro, exposta na Semana de 1922) e passou a ser um sujeito ativo na produção de arte contemporânea brasileira. 

Atravessaram a ponte artistas indígenas, como Denilson Baniwa ou Jaider Esbell, que reivindicaram, em seus discursos, a antropofagia como pensamento indígena apropriado por Oswald de Andrade. Um exemplo é a performance “Pajé-Onça Hackeando a 33ª Bienal de Artes de São Paulo” [1], onde Baniwa crítica abertamente a “História da Arte” e os usos e abusos da imagem do “índio” que estavam presentes nessa mesma bienal, imagens que desprezavam o presente dos povos indígenas. É vital compreender que o modernismo brasileiro se usou de manifestações culturais indígenas e seu poder estético, sem contar ativamente com sujeitos indígenas. 

No caso de Jaider Esbell, artista da etnia Makuxi, ele reivindica a figura de Macunaíma alegando uma reapropriação pelos índios do “herói sem nenhum caráter” que simbolizou o nascimento mítico da cultura “brasileira” na obra de Mário de Andrade. Em seu livro Terreiro de Makunaima – Mitos, Lendas e Estórias em Vivências, Esbell expõe que a figura de Macunaíma provém da cosmogonia indígena Makuxi, que representa um dos dois heróis míticos de sua tradição cultural, em que o personagem representa um dos “filhos do Sol”, além da criação mítica de todas as plantas comestíveis existentes na mata. 

No decorrer dos tempos, a arte indígena nunca foi tida como contemporânea, e agora, após um século da existência da ponte de 22, diversas releituras antropofágicas inspiram os artistas indígenas em seu ativismo artístico, funcionando como estratégias de afirmação política para a descolonização estética e cultural.

[1] Pajé-Onça Hackeando a 33ª Bienal de Artes de São Paulo” [1] (Denilson Baniwa, 2018; performance, HD vídeo, 16:9, cor, som, 15’).

Veja vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=MGFU7aG8kgI

Sobre o autor

*Luis Quesada é artista visual multimídia, docente e doutor em Artes pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). É licenciado em Belas Artes pela Universidade de Granada (Espanha) e mestre em Produção e Investigação em Artes pela mesma universidade. Sua obra e pesquisa se desenvolvem sobre a perspectiva do hibridismo cultural e o estudo da identidade/alteridade com foco nas demandas político-artísticas socioambientais de criações que se envolvem com comunidades indígenas.

** Artigo produzido para publicação na revista Política Democrática online de maio de 2022 (43ª edição), produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.

*** As ideias e opiniões expressas nos artigos publicados na revista Política Democrática Online são de exclusiva responsabilidade dos autores. Por isso, não reflete, necessariamente, as opiniões da publicação.

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TICs e crise no mundo do trabalho | Arte: FAP

“Trabalho misto será tendência mundial”, diz professor doutor da UFBA

Luciara Ferreira*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida

As tecnologias da informação e comunicação (TICs) são aliadas no combate à crise no mercado de trabalho. “No futuro, a tendência será maior autonomia para trabalhar em casa com interação no mundo via internet. Com uma parte presencial e a outra remotamente, o trabalho misto será tendência mundial”, afirmou o professor doutor George Gurgel, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Gurgel vai participar do webinar TICs e crise no mundo do trabalho, que será realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), na quarta-feira (11/5), a partir das 18 horas, com transmissão em tempo real no portal e nas redes sociais da FAP (YouTube e Facebook).

Também confirmaram participação no webinar o professor catedrático aposentado do Instituto Superior de Economia e Gestão (Iseg) José Maria Carvalho Ferreira; a presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Ana Stela Alves de Lima; o ex-deputado estadual de São Paulo Davi Zaia, que também foi vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

De acordo com especialistas, as TICs também influenciam o cenário do mercado de trabalho mundial. Alguns países adotam as tecnologias de informação e comunicação como maneira de potencializar a produtividade, otimizar as relações entre os profissionais de uma empresa ou automatizar fluxos de processos e procedimentos trabalhistas do presente e do futuro.

Uberização

Por outro lado, as transformações no mercado de trabalho também têm reflexos na precarização das relações no setor, a exemplo de pessoas que se submetem a jornadas exaustivas para conseguir ou complementar a renda. “A uberização é um problema mundial”, disse Gurgel.

No caso da chamada “uberização”, Gurgel explicou que ela ocorre na situação em que um profissional é submetido, de maneira geral a condições exaustivas e até mesmo insalubres de trabalho, agravando ainda mais a precarização.

“A precarização tem como consequência a falta de remuneração. A pessoas não têm condições de suprir suas necessidades básicas, como compra de alimentos para seu próprio sustento e a atender a suas demandas como educação moradia e saúde”, afirmou.

No Brasil, a situação tem piorado por causa do aumento da taxa de desocupação. Os índices de demissão ficaram em alta, perante a crise no mundo trabalhista. A estimativa é de que o desemprego permaneceu estável em 11,1% no primeiro trimestre e atingiu quase 12 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda no número de pessoas admitidas foi maior, em relação aos anos anteriores. Uma das consequências dessa degradação dos funcionários ativos em empresas foi a pandemia da covid-19, que chegou ao Brasil em 2020.

A legislação trabalhista, criada em 1º de maio de 1943 para garantir os direitos de trabalho a todos os empregados com carteira assinada e que passou por adaptações recentemente, também repercute na crise no mundo do trabalho. De acordo com Gurgel, “a legislação trabalhista foi construída com uma visão de trabalho que não existe mais, mas tem que continuar assegurando o direito dos trabalhadores, como diz a Constituição Federal de 1988, mesmo que ocorra alterações”, disse.

Saiba mais sobre os participantes do evento

Ana Stela Alves de Lima: presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e região, membro do diretório municipal do Cidadania de Campinas (SP).

Davi Zaia: ex-deputado estadual SP, ex-vice presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e filósofo.

José Maria Carvalho Ferreira: professor catedrático aposentado do Instituto Superior de Economia e Gestão (Iseg) da Universidade de Lisboa.

George Gurgel: professor doutor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

*Integrante do programa de estágio da FAP, sob supervisão do jornalista, editor de conteúdo e coordenador de Publicações da fundação, Cleomar Almeida.


Edifício sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Prazo para emitir ou regularizar título termina quarta-feira

Graça Adjuto*, Agência Brasil

Quem quiser votar nas eleições 2022 tem até a próxima quarta-feira (4) para emitir ou regularizar o título de eleitor. Esse é o prazo legal para que a Justiça Eleitoral conclua o cadastro de todo o eleitorado apto a votar em outubro.

O mesmo prazo vale para quem quiser transferir o domicílio eleitoral, mudando o município onde vota, bem como para incluir o nome social no título de eleitor – no caso de pessoas transsexuais e travestis. A data vale também para idosos e pessoas com mobilidade reduzida solicitarem a transferência do local de votação para uma seção acessível.

Assim como em todo ciclo eleitoral, a busca por regularizar a situação do título tem aumentado com a proximidade do fim do prazo, o que levou a Justiça Eleitoral de diversos estados a ampliar o horário de funcionamento dos cartórios eleitorais. 

Vale lembrar, contudo, que todos os procedimentos relativos ao título de eleitor, incluindo a emissão do documento pela primeira vez, podem ser realizados inteiramente online, sem a necessidade de sair de casa, por meio do Atendimento Online ao eleitor.

Por meio da internet é possível, por exemplo, pagar multas eleitorais atrasadas e solicitar a revisão de dados no caso de título cancelados. De acordo com a Justiça Eleitoral, mais de 6 milhões de títulos foram cancelados de 2018 a 2021.

Isso pode acontecer, por exemplo, quando o eleitor não comparece à votação nem justifica a ausência por três eleições consecutivas, apesar de se enquadrar nos critérios de obrigatoriedade do voto.

Contudo, quem teve o título cancelado por ter faltado à revisão do eleitorado e à coleta de biometria em seu estado não precisa se preocupar. No mês passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu os efeitos do cancelamento devido à continuidade da pandemia de covid-19. Dessa maneira, os eleitores nessa situação poderão votar normalmente em outubro. 

Para verificar e resolver pendências relativas ao título, o eleitor deverá ter em mãos documentos como cadastro de pessoa física. Em alguns casos é necessário tirar fotos de rosto e de documentos, entre eles RG e comprovante de residência, para solicitar determinados procedimentos. Todas as informações estão disponíveis no portal da Justiça Eleitoral

O prazo limite para emitir ou modificar informações relativas ao título de eleitor é decorrente da Lei das Eleições, que prevê o fechamento do cadastro eleitoral 150 dias antes do pleito. Neste ano, a data do fechamento é 5 de maio.

*Texto publicado originalmente na Agência Brasil


Daniel Silveira G1 | Foto: EVARISTO SA/AFP

PTB indica Daniel Silveira, condenado pelo Supremo, para compor duas comissões da Câmara

Elisa Clavery*, TV Globo 

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) foi indicado pelo partido dele para ocupar vagas em duas comissões da Câmara dos Deputados.

Silveira será membro titular da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), uma das mais cobiçadas e importantes da Casa. A CCJ é responsável por examinar se são constitucionais e se podem ser admitidas propostas que tramitam na Câmara.

Todos os projetos precisam ser validados por essa comissão, que tem o poder de arquivar ou manter a tramitação das propostas.

O parlamentar também foi indicado pelo partido, e eleito pelos pares, 1º vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

Neste caso, o deputado foi eleito por unanimidade, com 20 votos, assim como o presidente do colegiado, Aluisio Mendes (PSC-MA), e o 2º vice-presidente, Junio Amaral (PL-MG).

Condenado pelo STF

Daniel Silveira foi condenado a oito anos e nove meses de prisão em regime fechado por ataques antidemocráticos ao Supremo e a ministros da corte.

No dia seguinte, entretanto, o presidente Jair Bolsonaro concedeu indulto individual (perdão da pena) ao parlamentar – o que, na prática, deve impedir a execução da pena.

Os ministros da Corte também determinaram a perda do mandato e dos direitos políticos, além de multa de cerca de R$ 200 mil.

A cúpula do Congresso, porém, tem defendido que cabe o mandato do deputado só poderá ser cassado com aval da Câmara à decisão do STF

Também titular na CCJ, a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) criticou a indicação de Silveira para a vaga, o que ela considera uma provocação ao STF.

"O fato dele estar na principal comissão da casa mostra que eles seguem nessa tentativa de empoderar e dar respaldo a esses inimigos das liberdades democráticas, gente que infelizmente vocifera ódio, violência, intolerância e faz apologia ao que foi pior da nossa história, que é a ditadura militar."

*Texto publicado originalmente no G1


Oficina de redação do Enem banner site

Enem: Biblioteca Salomão Malina abre inscrição para oficina gratuita de redação

Luciara Ferreira*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida

A Biblioteca Salomão Malina, vinculada à Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em Brasília, abriu nesta quarta-feira (20/4) as inscrições da segunda Oficina de Redação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022, que será realizada, gratuitamente, de forma presencial. As vagas são limitadas.

Clique aqui para fazer sua inscrição na oficina!  

A primeira das quatro aulas será ministrada, no dia 13 de maio, a partir das 16 horas, no auditório da unidade de leitura, localizada na região central de Brasília. As demais serão oferecidas nas sextas-feiras seguintes (20/5, 27/5 e 3/6). O professor responsável pela oficina é Paulo Souza, de 31 anos, que também é produtor cultural.

De acordo com a coordenação da biblioteca, a oficina será mais um evento gratuito de cunho educativo que cumpre algumas das finalidades da FAP, como produção e difusão do conhecimento, além de promoção da cultura democrática. O objetivo é alcançar estudantes do ensino médio ou pessoas interessadas em fazer a prova do Enem 2022, em novembro.

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O professor

O brasiliense Paulo Souza é bacharel em letras pelo Centro Universitário Internacional (Uninter). O escritor também foi colaborador e idealizador dos projetos Literatura por Mulheres, Encontro de Literatura Fantástica do Cerrado (Elifant) e Brasília que Escrevo e mediador dos bate-papos Arte da Palavra e Vitrine Literária. 

Paulo Souza foi convidado pela biblioteca, inaugurada em 28 de fevereiro de 2008. A unidade de leitura é um importante espaço de incentivo à produção do conhecimento em Brasília. Com funcionamento de segunda à sexta, das 9h às 18h, o espaço está situado no Conic, tradicional ponto de cultura urbana próximo à Rodoviária do Plano Piloto.

Aberta ao público em geral, a biblioteca foi reinaugurada em 8 de dezembro de 2017, após ser revitalizada. Isso garantiu ainda mais conforto aos frequentadores do local e reforçou o compromisso da biblioteca em servir como instrumento para análise e discussão das complexas questões da atualidade, aberta a todo cidadão.

Para mais informações, entre em contato com a biblioteca pelo Whatsapp oficial: 

*Integrante do programa de estágio da FAP, sob supervisão do jornalista, editor de conteúdo e coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida