Movimento Pró-Impeachment já mobiliza parlamentares de diversos partidos
O afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) começou a ganhar mais força dentro do Congresso nacional nesta quinta-feira , quando líderes do PPS, PSDB, DEM, PSC e SDD, com apoio de deputados do PMDB, PTB, PP, entre outros partidos, lançaram na Câmara dos Deputados o Movimento Pró-Impeachment. O site do grupo, proimpeachment.com.br, já está recebendo mensagens e vídeos de brasileiros a favor do afastamento e coletando, por meio de uma petição pública, o apoio da sociedade.
No ato de lançamento, que lotou o salão verde da Câmara, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (PT), fez um paralelo do atual momento do país com o vivenciado pela sociedade brasileira e pelo meio político na época do impeachment do então presidente Fernando Collor. “Depois de um certo tempo, nós costumamos rememorar a história. Foi deste salão aqui também, já num momento mais avançado, que foi entregue o pedido de impeachment do presidente Fernando Collor. Naquele momento a sociedade brasileira se mobilizava em um nível até menor do que se mobiliza hoje. As pesquisas, hoje , estão indicando que a sociedade rejeita mais este governo (de Dilma) do que rejeitava o governo de Collor”, ressaltou.
Freire lembrou ainda que naquela ocasião o PPS estava junto com os que hoje estão no governo para derrubar Collor pela intervenção constitucional do impeachment. “Era uma ação democrática e tão democrática quanto essa que estamos dando início aqui e agora. É importante salientar isso porque a partir de hoje nós vamos começar a focar qual pedido de impeachment vai se concretizar aqui no plenário da Câmara dos Deputados. Após essa etapa levaremos ao Senado para confirmar aquilo que a ingovernabilidade que reina no país exige de todos nós: restaurar a confiança tal como já fizemos historicamente no passado. Precisamos retomar a esperança e o Brasil precisa retomar o caminho democrático”, defendeu.
Já o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), ressaltou que não faltam razões para colocar em andamento o processo de impeachment da presidente Dilma. “Não só as condições éticas, econômicas e sociais que a cada dia se agravam e colocam o país em mais dificuldade. A presidente da República vive uma crise de autoridade sem precedentes na história do país. E por uma razão muito simples: O estelionato eleitoral de 2014 indica exatamente os motivos dessa falta de autoridade. Ela disse que tudo estava bem e quando terminou a eleição começou a fazer tudo o que disse para os brasileiros que não faria”, afirmou.
Rubens Bueno ressaltou ainda que o ato de lançamento do movimento era o primeiro passo de um grande caminho a seguir. “Chamamos a cada um dos parlamentares aqui presentes a responsabilidade de pressionar os deputados de forma democrática e legítima para que tenhamos no mínimo 342 deputados e deputadas favoráveis à autorização para a abertura do processo de impeachment. A partir de agora vamos começar um processo novo para que o Brasil volte a ter respeito e que tenhamos aqui governos sérios, decentes e que se preocupem a médio e longo prazo com o futuro do país”, conclamou.
A oposição também continuará conversando com os movimentos populares que defendem o impeachment e com figuras públicas, como o jurista Hélio Bicudo, fundador do PT, que na última semana ingressou com pedido de afastamento da presidente.
Com o crescimento do movimento e assinaturas recolhidas, os parlamentares irão pedir ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que se posicione sobre algum dos pedidos que já foram apresentados à Câmara.
Se houver rejeição, a oposição poderá recorrer ao plenário da Câmara para levar o processo de impeachment adiante.
Fonte: Assessoria do PPS
Para entender em meia hora a polêmica dos taxistas contra o Uber
Em mais uma de suas matérias especiais, o #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, mostra os dois lados da polêmica entre taxistas e o aplicativo de transporte Uber. Assista aqui uma série de depoimentos e entrevistas com argumentos contra e a favor, para entender o que está em jogo e quais são os interesses explícitos e implícitos nesta disputa travada no mundo inteiro.
Nesta quarta-feira, 9 de setembro, a Câmara Municipal de São Paulo deve aprovar em segunda e definitiva votação o projeto de lei que proíbe o aplicativo na cidade. São esperados milhares de taxistas mobilizados para pressionar os 55 vereadores paulistanos. Se aprovado, como tudo indica, seguirá para sanção ou veto do prefeito Fernando Haddad (PT).
O assunto polêmico vem causando um debate acirrado e por vezes violento, que expõe a dificuldade do poder público em lidar com avanços tecnológicos e a incapacidade de resolver o problema da mobilidade urbana e do transporte de passageiros.
Parte 1 - Entrevista com os vereadores paulistanos Ricardo Young (PPS), Adilson Amadeu (PTB) e Salomão Pereira (PSDB); além do porta-voz da Uber no Brasil, Fabio Sabba; do presidente da Easy Taxi, Dennis Wang; do presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo, Antonio Raimundo Matias dos Santos, conhecido como Ceará; e do presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos, o ex-vereadorNatalício Bezerra.
Parte 2 - Audiência pública realizada na Câmara Municipal de São Paulo, com diversos pronunciamentos, entre eles o do vereador de Guarulhos e presidente da Associação Brasileira das Associações e Cooperativas de Motoristas de Táxi, Edmilson Americano; do presidente da Uber no Brasil, Daniel Mangabeira; e do vereador paulistano Police Neto (PSD).
Parte 3 - O desentendimento entre os vereadores Ricardo Young (PPS) e Adilson Amadeu (PTB), com o pronunciamento de ambos em plenário, a reação exaltada da plateia de taxistas e uma palavra final do vereadorClaudio Fonseca (PPS) e dos representantes da Uber.
#programadiferente nº 28 - Respeito à Diversidade e Combate à Homofobia.
Apresentação: Campanha "50 Vozes Contra a Homofobia", do fotógrafo André Giorgi.
Entrevista: Giba Um, jornalista com mais de 40 anos com uma coluna diária nos jornais, fundador e presidente emérito do Projeto Down.
Olhar Diferente: A diversidade das manifestações políticas que vem ocorrendo, ouvimos a presidente da Une, Carina Vitral, o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, o líder do MTST, Guilherme Boulos, os jornalistas Leonardo Sakamoto e Bob Fernandes, e os petistas José Mentor e Ítalo Cardoso, entre outros, e até entre os apoiadores do PT aumentam os protestos contra a política econômica e social do governo Dilma.
Debate: Respeito à Diversidade e Combate à Homofobia.
Assista também na íntegra:
Entrevista Giba Um (36 min.)
Matéria Especial Manifestações de 20 de agosto (30 min.)
Debate Respeito à Diversidade e Combate à Homofobia (56 min.)
Assista aqui todos os programas já exibidos, desde a estreia em 1º de março de 2015.
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TVFAP.net acompanha debate sobre livro de Mario Schenberg na Unesp
Como afirma o professor Silvio Salinas na sua apresentação, esta obra é a biografia política de um militante notável, intelectual que se manteve fiel às perspectivas socialistas desde a sua juventude, e que foi também um dos grandes cientistas brasileiros. Foi um dos fundadores da "física moderna" no Brasil e manteve uma produção científica respeitadíssima no Brasil e no exterior.
O livro e o debate apresentam Mario Schenberg (1914 - 1990) como um homem de partido, participante ativo das lutas democráticas no país, mas também um militante muito especial, pois foi um daqueles intelectuais de formação e interesse amplos, herdeiros do Renascimento e do Iluminismo, que fazem muita falta na cultura especializada do Brasil contemporâneo. Marxista heterodoxo e anti-stalinista, muito antes da morte de Stalin e do 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética, sempre pertenceu à "alma civilista", institucional, parlamentar e democrática do comunismo brasileiro.
Silvio R. A. Salinas – Bacharel em Física e Professor Titular aposentado, ambos no Instituto de Física da USP. Doutor em Física pela Carnegie-Mellon University, Pittsburgh/EUA. Publicou artigos científicos e livros na área de física estatística, principalmente sobre propriedades de modelos estatísticos para transições de fase em sistemas de interesse físico.
Alberto Aggio - Graduado em História, Mestre e Doutor em História Social, todos pela USP. Professor Titular aposentado da Unesp, campus de Franca. Atuou como professor visitante na Universidade de Valencia (Espanha) e na Universidade Roma (Itália), onde realizou Pós-Doutorado. Atua na área de História Política, com ênfase em história política da América Latina contemporânea, cultura política e democracia, intelectuais e pensamento político. É autor de "Um lugar no mundo: estudos de história política latino-americana" (FAP/Contraponto, 2015).
Mea culpa envergonhado de Dilma não resolve a crise, diz líder do PPS
A desculpa envergonhada e reticente da presidente Dilma Rousseff (PT) em vídeo postado pelo Palácio do Planalto nas redes sociais, além de atrasada, não contribui em nada para solucionar a crise em que o Brasil está mergulhado. A avaliação foi feita nesta terça-feira pelo líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), para quem a petista mostrou medo de uma reação popular ao decidir não fazer pronunciamento oficial em cadeia de rádio e televisão no dia 7 de setembro.
“Mea culpa envergonhado não resolve a crise. Antes da eleição, Dilma usou e abusou da cadeia de rádio e televisão para espalhar mentiras, como a diminuição da tarifa de energia elétrica. Agora, que precisa se explicar diante da Nação e dizer com clareza que medidas vai tomar, ela abre mão desse espaço. Tem medo da reação popular”, disse o líder do PPS.
Para Rubens Bueno, a presidente também tem muita dificuldade para assumir os erros que cometeu. No vídeo gravado para a internet, ela diz que “se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente”. Segundo o deputado, falta coragem para encarar a crise de frente. “Onde está o corte de ministérios, de cargos comissionados, do cartão corporativo que seu governo prometeu? Isso ela ainda não fez, mas já aumentou a alíquota de alguns impostos e cogita aumentar outros por decreto”, criticou o líder do PPS.
Ao falar da crise, ressalta Rubens Bueno, a presidente escondeu a verdade ao dizer que por longo período o governo entendeu que deveria gastar o que fosse preciso para garantir o emprego, a renda do trabalhador e a continuidade dos programas sociais. “Na verdade, e isso está claro para todos, ela gastou demais com o único objetivo de se reeleger”, finalizou o líder do PPS.
Fonte: Assessoria do PPS
Roberto Freire: Um governo que já não governa
Como se ainda fosse necessário, a presidente Dilma Rousseff parece se superar a cada dia na dedicada tarefa de apresentar aos brasileiros as credenciais de sua própria incompetência. A mais recente trapalhada de um governo que não tem mais nada a oferecer ao país é a entrega ao Congresso Nacional da peça orçamentária de 2016 com um déficit de mais de R$ 30 bilhões, o que escancara o tamanho do rombo produzido pelo PT nas contas públicas e o total descompromisso do Executivo com suas obrigações.
Além de assumir categoricamente que o governo não tem capacidade sequer de pagar as próprias contas, Dilma não demonstra constrangimento em violar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que entrou em vigor durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. O texto legal é claro e não deixa margem para dúvidas: o Executivo tem de dizer de onde vêm as receitas para cobrir as despesas previstas – e entregar ao Legislativo uma proposta de Orçamento equilibrada, e não deficitária.
A desfaçatez lulopetista, além de flagrantemente ilegal, é moralmente inaceitável. Incapaz de realizar os cortes e ajustes que se impõem para o equilíbrio orçamentário, sobretudo depois da farra dos últimos 13 anos que destruiu as contas do país em troca da popularidade fácil e para perpetuar o PT no poder, o governo joga sobre os ombros do Parlamento uma proposta inconcebível e tenta transferir aos congressistas uma prerrogativa exclusiva da presidente da República.
Com todos os seus problemas, é nítido que o Legislativo vem atuando de forma soberana e mais independente em relação ao governo federal do que nas legislaturas anteriores. Neste momento, é fundamental que os parlamentares ajam mais uma vez de forma altiva e devolvam a peça orçamentária ao Executivo para que a presidente resolva um problema criado por ela e por seu antecessor – ao invés de descumprir a lei como vem fazendo, o que pode configurar mais uma das inúmeras razões para a abertura de um processo de impeachment por crime de responsabilidade.
O rombo no Orçamento é o atestado definitivo da incapacidade do governo do PT de conduzir o país em meio a uma das maiores crises de nossa história republicana. A política econômica irresponsável levada a cabo por Lula, com base no incentivo ao consumo exacerbado, levou o país ao chão. A conta que a sociedade paga hoje é altíssima e vem na forma de desemprego, inflação, endividamento e queda da renda das famílias, além da desindustrialização que comprometerá o desenvolvimento do Brasil por décadas.
A conjunção de diversas crises – econômica, social, política e moral – se agrava a cada dia e paralisa o país. A ingovernabilidade se instalou de tal forma que a presidente da República já não consegue comandar coisa alguma, pois perdeu a credibilidade e o apoio parlamentar que lhe dava sustentação no Congresso. O único objetivo de Dilma é permanecer no cargo e concluir o mandato para o qual foi eleita graças às mentiras, aos ataques rasteiros contra os adversários e às irregularidades nas contas de campanha – mas esse desfecho parece cada vez mais improvável diante das enormes dificuldades no horizonte político, o que reforça a tese do impeachment.
O país não aguenta mais três anos de incompetência, desfaçatez e desmantelo. Com Dilma e o PT, estamos condenados a mais do mesmo e não sairemos do buraco. Este governo não sabe o que fazer para enfrentar a crise, não oferece nenhuma perspectiva, não tem futuro. O futuro é nos livrarmos dele, respeitando a Constituição e o calendário eleitoral, e resgatarmos a confiança dos brasileiros no Brasil.
Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS
Fonte: Blog do Noblat
O sucesso do filme "Que Horas Ela Volta?", estrelado por Regina Casé, e entrevista a diretora Anna Muylaert
O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, apresenta uma entrevista exclusiva com a diretora de cinema Anna Muylaert. Ela fala sobre cultura, política, educação, preconceito, machismo e o sucesso do filme "Que Horas Ela Volta?", estrelado por Regina Casé e premiado internacionalmente antes mesmo de ter entrado em cartaz no Brasil (estreou em 27 de agosto). Assista.
Há uma semana no circuito nacional, "Que Horas Ela Volta?" já é candidatíssimo a representar o Brasil no prêmio Oscar de 2016. O sucesso é estrondoso, tanto de público quanto de crítica.
A diretora também acabou envolvida em uma polêmica com os cineastas pernambucanos Cláudio Assis ("Amarelo Manga", "Baixio das Bestas" e "Febre do Rato") e Lírio Ferreira ("Baile Perfumado e "Sangue Azul"). Leia no G1, O Globo, Diário de Pernambuco e no próprio facebook dos envolvidos.
Formada em Cinema pela USP, a paulistana Anna Muylaert traz a público, aos 51 anos, uma comédia de costumes que, como tal, extrapola na missão de fazer rir. Com forte crítica social, toca em temas como educação e cultura, além de levar à reflexão sobre afeto, preconceitos e relações familiares (não por acaso, o título internacional do filme é "Second Mother", ou "Segunda Mãe").
Como roteirista de TV, Anna participou das equipes de criação dos programas Mundo da Lua (1991) e Castelo Rá-Tim-Bum (1995), da TV Cultura; Disney Club (1998), do SBT; e Um Menino Muito Maluquinho (2006), da TVE Brasil.
Em 2005, foi roteirista da série Filhos do Carnaval, da HBO, e do filme O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias, ambos dirigidos por Cao Hamburguer. Também colaborou nos roteiros da série Alice, direção de Karim Ainouz, e do filme "Quanto Dura Um Amor?", entre outros trabalhos.
Como diretora realizou vários curta-metragens, como Rock Paulista (1988) e A Origem dos Bebês Segundo Kiki Cavalcanti (1996). Também dirigiu os longas Durval Discos (2002), prêmio de melhor filme e melhor diretor no Festival de Cinema de Gramado, com Ary França, Marisa Orth, Letícia Sabatella e Etty Fraser, e É Proibido Fumar(2009), com Gloria Pires e Paulo Miklos. Em 2012 dirigiu Chamada a Cobrar.
No filme "Que Horas Ela Volta?", Regina Casé interpreta Val, uma mulher humilde que sai do interior de Pernambuco, onde deixa uma filha pequena, Jéssica, para trabalhar como empregada doméstica em São Paulo.
Na casa da classe alta paulistana, Val é considerada "praticamente" de casa e "praticamente" uma segunda mãe para Fabinho (vivido na adolescência por Michel Joelsas). A doméstica sente-se culpada por ter "abandonado" a filha Jéssica (Camila Márdila). O reencontro acontece quando a garota resolve prestar vestibular em São Paulo. A partir daí, revela-se um novo mundo para todos, além das aparências, das convenções e das conveniências.
Pela atuação, Regina Casé e Camila Márdila já ganharam o prêmio especial do júri como melhores atrizes em filme estrangeiro no Festival de Sundance. O filme também ganhou o prêmio da Mostra Panorama no Festival de Berlim e o prêmio CICAE Art Cinema, da International Confederation of Art House Cinema, júri independente do festival.
Ferreira Gullar e as culturas políticas das esquerdas
Pesquisa é desenvolvida na Unesp de Franca.
Dia 30 de setembro Marcus Vinicius Furtado da Silva Oliveira apresenta na Unesp de Franca a dissertação de mestrado "Um rabo de foguete: Ferreira Gullar e a crítica às culturas políticas das esquerdas (1970-1985)".
A pesquisa objetiva compreender em que medida as experiências com o exílio e os autoritarismos das ditaduras latino americanas se configuram enquanto eventos traumáticos capazes de alterar profundamente as concepções de mundo do poeta e crítico literário maranhense Ferreira Gullar, entre 1963 e 1985.
Para tanto, são utilizados enquanto fontes históricas de ensaios produzidos pelo poeta ao longo desse período, bem como seu livro de memórias do exílio publicado em 1998. Com a leitura dos ensaios pretende-se demonstrar que, durante os anos 1960, Gullar inicia um processo de construção de uma concepção de mundo, próxima à cultura política comunista compartilhada pelo PCB.
Com as experiências do exílio essa concepção de mundo se altera, de modo que as expectativas revolucionárias são canceladas em Gullar. Isso ocorre em virtude destas experiências terem se configurado enquanto traumas.
O trauma, nesse sentido, é compreendido como um passado que se presentifica, sendo capaz de transformar as leituras que o indivíduo traumatizado opera acerca da realidade e de seu próprio passado.
Assim, a crise da expectativa revolucionária, bem como a adesão a uma cultura política reformista ocorrem, em Gullar, a partir dos traumas advindos do exílio e das ditaduras.
Comissão Examinadora
Alberto Aggio – Orientador
Fabiana de Souza Fredrigo – UFG
Marcos Sorrilha Pinheiro – FCHS
Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa Unesp
A crise do governo Dilma e a possibilidade do impeachment em debate
Vivemos uma crise, como é óbvio. Mas já existem condições políticas para um impeachment? Há alguma comparação com a situação do país em 1992, ano da queda de Collor? Quais as semelhanças e diferenças? A História se repete? O vice Michel Temer seria um novo Itamar Franco?
A partir do recém-lançado livro do sociólogo e professor da USP Brasilio Sallum Jr. ("O Impeachment de Fernando Collor - Sociologia de Uma Crise"), o #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, debate a crise política e a possibilidade do impeachment ou da renúncia da presidente Dilma Roussef.
Discutem o tema, além do autor do livro, Brasilio Sallum, também Alberto Aggio, historiador, professor da Unesp Franca e presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira (FAP); e Luiz Sérgio Henriques, ensaísta, tradutor, editor do site Gramsci e o Brasil e da página Esquerda Democrática.
Quais as possíveis saídas para a crise e para o "pós-PT"? Quais os prós e contras de um processo de impeachment? Como vencer a recessão econômica, a descrença da população e a falta de representatividade política? Qual o papel da oposição? O protagonismo do Judiciário é benéfico para a democracia? Assista.
Bueno pede ao TCU dados de investigações sobre participação de empresas públicas em empreendimentos privados
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), apresentou solicitação, ao TCU (Tribunal de Contas da União), de cópias de documentos já levantados e respectivos relatórios produzidos pela corte sobre todas as investigações empreendidas sobre participações societárias de empresas públicas em empreendimentos privados.
O parlamentar quer saber detalhes da situação denunciada pelo jornal O Globo na última segunda-feira (24) que mostra que o governo usou estatais para se associar a empresas privadas e driblar, entre outras, a Lei de Licitações (8.666/93).
O Globo revelou que, graças a esse desvirtuamento da prática da participação societária de estatais em negócios privados, pelo menos 234 empresas recebem recursos públicos sem fiscalização por parte dos órgãos de controle.
“Os casos revelam a verdadeira desordem que o TCU vem esmiuçando, mas que não pode, nem deve, prescindir do escrutínio do Congresso Nacional, a quem cabe, no exercício de sua função fiscalizadora, acompanhar a inquirição dos fatos que sejam de relevante interesse nacional no combate à corrupção”, justificou Rubens Bueno no requerimento.
Bueno ressaltou que, conforme informou o jornal, o TCU fez um levantamento no qual identificou que a CaixaPar, vinculada à Caixa Econômica Federal, é sócia de 12 empresas de propósito específico. Uma delas, a Branes Negócios e Serviços, foi anulada pelo tribunal por ter sido contratada pelo próprio banco, sem licitação, para serviços de crédito imobiliário da ordem de R$ 1,2 bilhão.
Já o Banco do Brasil e subsidiárias participam, minoritariamente, de 19 empresas. Em uma delas, o banco tem metade das ações. O BNDESPar, criado para capitalizar empreendimentos controlados por grupos privados, figura como sócio de 42 empresas, com participações que variam de 0,01% a 50% do total de ações.
Segundo outra reportagem publicada pelo Globo, em janeiro, a Petrobras criou “empresas de papel” para construir e operar uma rede de gasodutos, a Gasene, cujo trecho localizado na Bahia chegou a ter os custos superfaturados em mais de 1800%.
"Descobriu-se que a criação de empresas para a construção da referida rede de gasoduto não pasava de uma façanha de engenharia financeira produzida para dar aspecto de empreeendimento privado a uma transação tão espuria que incluiu até mesmo um dirigente laranja 'responsável' por investimentos que alcançavam a inacreditável soma de R$ 6,3 bilhões", acrescentou Bueno.
Fonte: Assessoria de imprensa do PPS
Freire: Só um novo governo conseguirá tirar o Brasil da recessão
Governo Dilma não tem competência para enfrentar a crise, diz presidente do PPS.
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse, nesta sexta-feira (28), que o pior lado, para os brasileiros, da notícia de que o país entrou em recessão é que é difícil saber quando ele vai sair dessa situação. “A recessão já vinha sendo sentida pelas famílias e pelas empresas. O anúncio dela já estava previsto”, afirmou.
Para Freire, o governo “é de uma incompetência tão impressionante que qualquer previsão de enfrentamento e saída da crise é frágil e se desmancha com total facilidade no ar, a ponto de estar se consolidando, na opinião pública nacional, a ideia de que não temos mais governo e de que é necessário construirmos um novo governo”.
Por isso, no entender do presidente do PPS, as oposições precisam estar atentas para possivelmente iniciar um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
CPMF
Ao falar sobre a possibilidade da volta da CPMF, Freire declarou que “o atual governo não tem nenhuma condição de pedir à sociedade brasileira qualquer dose de sacrifício para enfrentar a crise”. O parlamentar salientou que ninguém confia mais na presidente.
Na avaliação de Freire, nem o Congresso Nacional nem a sociedade vão permitir que Dilma recrie a CPMF. “Seria difícil para qualquer governo legítimo, merecedor da confiança do povo brasileiro, propor aumento de impostos, imaginar que o governo Dilma, degradado como está, conseguirá fazê-lo é mais difícil ainda”.
Para Roberto Freire, se a presidente insistir na recriação da contribuição, ela acabará perdendo o “tênue apoio que ela tem da banca financeira e do grande capital”. Da cidadania, disse Freire, ela já perdeu.
Freire lembrou que, para defender a volta da CPMF, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, argumentou que o setor viverá “a barbárie” se o imposto não for recriado. “Ele fala como se já não tivéssemos a barbárie na saúde na saúde brasileira nesses tempos de Lula e Dilma. O que é preciso termos em mente é que um novo governo se impõe”, ressaltou.
Fonte: Assessoria do PPS
Entrevista com o jornalista Breno Altman: onde Dilma, Lula e o PT erraram?
Neste 20 de agosto, dia em que o PT e algumas entidades anunciam mobilizações e passeatas como contraponto às manifestações populares e da oposição ao governo Dilma no domingo, 16 de agosto, o #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, ouve uma das vozes que representam este movimento de resistência do petismo.
O jornalista Breno Altman, diretor editorial do site Opera Mundi, militante do PT, amigo pessoal de Lula e José Dirceu, vinculado a organizações políticas de esquerda no Brasil e no mundo, fala sobre a situação do país e a crise do governo petista nesta entrevista exclusiva. Assista.
Chamado nas redes sociais com as hashtags #NãoVaiTerGolpe e #EmDefesaDaDemocracia, o movimento desta quinta-feira tem à frente, além do PT, também a CUT, a UNE e o MTST. Os discursos são contra "a onda golpista que assola a política brasileira". Vamos acompanhar.
Porém, mesmo dentro deste movimento há divergências. Ainda que todos eles defendam a permanência da presidente Dilma Roussef no governo, a maioria ataca a política econômica e o ministro Joaquim Levy.
Na entrevista, Breno Altman chega a comparar a situação de Dilma à do ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev. Durante seu governo, as tentativas de reforma, tanto no campo político, representadas pela Glasnost(abertura política), como no campo econômico, através da Perestroika (abertura econômica), deram fim ao poder do Partido Comunista, levando à dissolução da União Soviética.
"Sem uma mudança na política econômica, a presidente não se reconcilia com a base social petista, e sem se reconciliar com a base social petista ela corre o risco de viver uma situação parecida com o Gorbachev", afirma Breno Altman.
"Qual era a situação do Gorbachev? Ele já não interessava mais a nenhuma classe social. Os setores que defendiam a manutenção do socialismo, viam no Gorbachev um homem que desmontava o socialismo. E os setores desejosos de restaurar o capitalismo, viam o governo Gorbachev como tímido, medroso para as medidas restauradoras que eles desejavam. Era um governo na zona fantasma, e é um governo que vai se desidratando. Sua queda foi um peteleco."
"Não estou dizendo que isso vai acontecer com o governo Dilma, estou dizendo que, quando um governo progressista rompe com a sua base social, aprova uma política econômica que se confronta com a sua base social, esse é o risco que corre."
Assista a íntegra da entrevista com Breno Altman. É bastante reveladora da mentalidade do petismo em crise e dos movimentos partidários que vem sendo executados. Nesse sentido, recomendamos também as entrevistas comLeonardo Attuch (Brasil 247) e com o ex-deputado petista Adriano Diogo, o debate "O PT matou o petismo?" e a cobertura do 1º Ato do PT e do PCdoB "em defesa da democracia e contra o golpismo".