Nota Oficial da Fundação Astrojildo Pereira (FAP)
A Diretoria Executiva da Fundação Astrojildo Pereira, instituição dedicada à promoção da democracia, da cidadania e da memória política brasileira, repudiam veementemente o projeto de lei apresentado pelo Partido Liberal (PL) que visa conceder anistia aos responsáveis pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
Os ataques perpetrados contra as sedes dos Três Poderes da República configuram uma tentativa de golpe de Estado, atentando contra a ordem constitucional e os princípios fundamentais da democracia brasileira. Conceder anistia a tais crimes seria não apenas um retrocesso institucional, mas também uma afronta à justiça e à memória das vítimas da repressão política no Brasil. 
A história recente do país nos ensina que a impunidade diante de crimes contra a democracia apenas encoraja novas investidas autoritárias. É imperativo que o Estado brasileiro reforce seu compromisso com a responsabilização dos envolvidos, garantindo que a justiça prevaleça e que a democracia seja protegida de ameaças futuras.
A FAP conclama o Congresso Nacional a rejeitar qualquer iniciativa que busque anistiar crimes contra o Estado Democrático de Direito, reafirmando o compromisso do Brasil com a justiça, a verdade e a consolidação de uma democracia sólida e resiliente.
Brasília, 14 de abril de 2025
Fundação Astrojildo Pereira
Mulheres que Transformam: Liderança e Impacto no Cidadania
No dia 18 de fevereiro de 2025, em Brasília e online, das 13h às 18h, será realizado o evento Mulheres que Transformam: Liderança e Impacto no Cidadania. O evento visa fortalecer a liderança feminina e a participação no partido.
Confira a programação, a seguir:
Boas-vindas
Painel 1: A força do associativismo feminino: como o engajamento coletivo transforma a política
Painel 2: Marketing político e redes sociais: potencializando a mensagem do núcleo feminino
Painel 3: Sustentabilidade e impacto: “estrategizando” ações para o fortalecimento do núcleo
E tem mais!
- Dinâmica de quebra-gelo: Para compartilharmos nossas trajetórias no Cidadania.
- Espaço para perguntas e troca de experiências no final de cada painel.
Clique no link e faça sua inscrição agora mesmo: https://forms.gle/vtySG29bQ73dWNRA8
Dez anos sem Leandro Konder
Um relato sobre a vida, a obra e o pensamento de um dos mais importantes filósofos do país.
Há dez anos, o Brasil se despedia de Leandro Konder, uma das mentes mais brilhantes de sua geração. Filósofo marxista, historiador e professor, Konder foi um dos principais divulgadores do pensamento crítico no país, contribuindo significativamente para a filosofia e para a cultura brasileira.

Em seu comentário para a Rádio Brasitalia, o jornalista e historiador Ivan Alves Filho relembra a vida, obra e o pensamento de Leandro Konder, com quem relata ter aprendido muito em décadas de amizade.
Clique abaixo para ouvir o comentário de Ivan Alves Filho:
Leandro Konder - A necessidade da filosofia (Brasileiros e Militantes)
Fonte:
https://brasitaliawebradio.com/dez-anos-sem-leandro-konder/
FAP promove webinar para prefeitos, vices, vereadores e assessores
Inscrições gratuitas estão abertas por meio do site da Fundação Astrojildo Pereira
Comunicação FAP
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Cidadania 23, vai realizar nos dias 10 e 12 de dezembro um curso, intensivo e online, destinado à formação qualificada de prefeitos, vices e vereadores eleitos do partido. As inscrições foram abertas, nesta terça-feira (26/11), no site da entidade, gratuitamente.
Nos dois dias do curso, o presidente do Cidadania 23, Comte Bittencourt, participará da abertura das aulas, que serão realizadas das 18h30 às 21h30.

Com o nome “Vencemos a eleição! E agora?”, o curso foi organizado, estrategicamente, com foco nos trabalhos específicos do Legislativo e do Executivo. No dia 10 de dezembro, haverá aulas para vereadores eleitos e seus assessores. No dia 12 de dezembro, para prefeitos e vice-prefeitos eleitos e seus assessores.
O conteúdo do curso será oferecido com base nos temas mais importantes para os municípios, como orçamento, processos e projetos legislativos, gestão pública, comunicação, estruturação de equipes, entre outros.
O presidente do Cidadania 23 destacou que já é uma tradição do partido e da FAP a realização de cursos de qualificação dos políticos do Cidadania, além da formação política dos filiados. “São importantes estes dois encontros do novo curso, um destinado a vereadores, e o outro, aos nossos prefeitos eleitos, no último pleito municipal”, afirmou Comte Bittencourt. “Mais uma vez, a FAP participa da vida orgânica do partido e da qualidade dos nossos mandatários”, ressaltou.
O diretor-geral da Fundação Astrojildo Pereira, Marcelo Aguiar, ex-secretário de Educação do Distrito Federal, disse que o novo curso é uma oportunidade imperdível de conhecer melhor os trâmites legislativos e o funcionamento do executivo municipal.
“A FAP põe à disposição dos nossos eleitos a experiência de quem já exerceu vários mandatos e poderá ajudar muito em sua jornada. É o compromisso da FAP com o Cidadania e com os mandatos, para termos o poder local com qualidade, compromisso e competência, que sempre foram a marca de nosso partido”, observou Aguiar.
O coordenador do curso, Luciano Rezende, que foi prefeito de Vitória (ES) por dois mandatos consecutivos, lembra que a FAP fez cursos preparatórios para a eleição, ao longo do ano de 2024 e de 2023, com mais de 2.500 inscritos.
“Agora, vamos fazer o curso para vereadores, vereadores, prefeitos, prefeitas, vice-prefeitos, vice-prefeitas e seus assessores”, ressaltou Rezende.
De acordo com o coordenador, o nome do curso é bastante sugestivo, porque, segundo ele, tão difícil quanto vencer a eleição é fazer um bom mandato. “A FAP e o Cidadania estão cumprindo a função de ajudar os eleitos a terem mandatos de qualidade e que possam representar bem a população”, ponderou.
Vladimir Carvalho - Nota de pesar | Roberto Freire
Com um sentimento de perda e tristeza tomei conhecimento neste exato momento do falecimento do grande cineasta brasileiro, amigo e camarada Vladimir Carvalho.
Um paraibano de Itabaiana que andou pelo Brasil e virou candango de Brasília e sempre um brasileiro que se vinculou ao povo e se celebrizou como documentarista de suas lutas e histórias.
Merecedor de todas as homenagens e honrarias. Aqui deixo as minhas com amizade e admiração. Meus sentimentos aos seus familiares, amigos e aos seus camaradas.
Roberto Freire
ex-Presidente Nacional do Cidadania 23
Cineasta Vladimir Carvalho morre aos 89 anos
Um dos nomes mais importantes do cinema brasileiro, Vladimir Carvalho morreu na manhã desta quinta-feira (24/10). O cineasta de 89 anos sofreu um infarto. Ele estava internado, os rins pararam de funcionar e, por isso, foi submetido a hemodiálise. O velório deve ser realizado no Cine Brasília, nesta sexta-feira (25/10). O horário ainda não foi definido.
Nascido em Itabaiana, na Paraíba, em 1935, Vladimir figurava entre os nomes mais importantes do cinema brasileiro, tendo produzido mais de 10 documentários sobre temas da política e da história nacionais. Filmes como O país de São Saruê (1971), Barra 68 (2000) e Conterrâneos velhos de guerra (1991) estão entre as principais produções do cineasta.
Vladimir teve um infarto em 5 de outubro e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Santa Helena, onde foi entubado. No entanto, chegou a ser extubado e estava consciente, fazendo hemodiálise e com a perspectiva de sair da UTI em breve, mas o sistema renal parou de funcionar.
A jornalista Márcia Zarur foi uma das últimas pessoas a estar com Vladimir antes do infarto. Em 5 de outubro, ela realizou uma entrevista com ele para uma websérie produzida pelo Sesc. Na mesma semana, ela e Vladimir haviam comparecido a uma reunião com Leandro Grass, presidente do Iphan, que havia sinalizado a possibilidade real de viabilizar o Museu do Cinema com o acervo do Cine Memória, uma coleção de objetos e filmes sobre cinema mantida por Vladimir desde os anos 1990. “Ele saiu da reunião muito animado, comentando que era um dos dias mais felizes da vida dele porque queria muito dar uma destinação digna ao acervo”, conta Márcia.
No sábado (5/10), após gravar a websérie, Márcia quis levar Vladimir em casa, mas ele preferiu ficar na casa que abrigava o Cine Memória, na W3 Sul, para molhar as plantas. O cineasta gostava de caminhar e voltaria andando para casa, mas se sentiu mal e pediu ajuda à companheira, Maria do Socorro. Logo depois, foi internado. "É uma dívida da cidade com ele fazer esse museu com o acervo dele. Era o maior desejo da vida dele. A gente fica com o coração arrasdo por ele não ter a chance de ver", lamenta Márcia. Tornar pública e acessível a coleção do Cine Memória era um dos maiores sonhos do cineasta.
A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, lembrou que Vladimir era professor emérito da instituição e ajudou a fundar o curso de cinema. "Ele nos deixa um grande legado, não só da sua produção cinematográfica, mas também do seu olhar crítico sobre a ditadura militar, e foi também um dos que resistiram naquele momento de muitas dificuldades para a nossa universidade. Esperamos que o professor Vladimir seja lembrado sempre como um grande defensor da democracia e do cinema brasileiro, além da nossa própria universidade", disse a reitora.
Em nota, o governador Ibaneis Rocha comentou a importância do cineasta para o cinema brasileiro. "O professor Vladimir de Carvalho dedicou sua arte para denunciar injustiças e dar voz aos desassistidos numa época de censura e de perseguição política. Contribuiu para mudar a linguagem cinematográfica brasileira, formou uma geração de aguerridos cineastas, levou e enobreceu o nome de Brasília no cenário cultural internacional. Que Deus receba seu espírito e conforte os familiares e amigos", afirmou Ibaneis.
O ex-governador Rodrigo Rollemberg lamentou a morte do cineasta. "Que tristeza!!! Um paraibano brasiliense dos mais ilustres, lúcidos e comprometidos com a memória, com a história de nosso povo e de nosso país. O cinema brasileiro perde um de seus mais talentosos representante", disse.
FONTE:
Em evento da FAP, Alberto Aggio e Eumano Silva lançam livros em São Paulo
Comunicação FAP
Dezenas de intelectuais e jornalistas participaram, nesta quinta-feira (4/4), em São Paulo, do lançamento conjunto dos livros Ainda respira... a democracia sob ameaça, do historiador Alberto Aggio, e Longa jornada até a democracia (Volume 2), do jornalista Eumano Silva. O evento foi organizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Cidadania 23. Apesar de suas diferenças, as duas obras, que estão à venda na internet, têm em comum a preocupação com a esquerda brasileira.










































O lançamento teve início às 19h30, na Rua Tinhorão, nº 60, na Consolação. O lugar convidativo e aconchegante deixou ainda mais à vontade para o diálogo todos os leitores que prestigiaram os autores. Cada um dos presentes aproveitou a ocasião para compartilhar memórias da vida, principalmente as da resistência à ditadura militar, que continuam a dar fôlego na luta em defesa da democracia.
Professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Alberto Aggio teve o seu livro editado pela Appris e, assim como Eumano Silva, recebeu o reconhecimento do público pela qualidade de sua obra. “Vimos muita gente vinculada à história do PCB nos anos 1970 e 1980. Houve presença de muitos jornalistas e membros do Cidadania de vários lugares, principalmente de Campinas e São Carlos. Alguns políticos do PSDB. Foi um lançamento com pessoas muito simpáticas”, contou.
O historiador ressaltou os pontos de convergência dos dois livros. “São diferentes, mas se tocam por preocupações em relação à esquerda brasileira, ao Partido Comunista, à forma de entender a política no Brasil, a história política brasileira e seus impasses, dilemas e, eventualmente, derrotas e vitórias, como o livro do Eumano narra a estratégia vitoriosa que o PCB conseguiu implementar contra a ditadura militar”, disse.
Depois de lançar seu livro em Brasília e no Rio de Janeiro, Eumano Silva viu a obra Longa jornada até a democracia, editado pela FAP, ser bem recebida pelo público na capital paulista. “A noite de autógrafos foi compartilhada com o historiador Alberto Aggio. Foi, então, uma grande oportunidade de encontro de antigos participantes da luta pela democracia, pessoas que militaram no PCB, intelectuais, jornalistas e amigos. A hospitalidade proporcionada pelo Instituto Fernand Braudel e o conforto do local deixaram o ambiente ainda mais acolhedor e agradável", contou.
FAP lança no Rio livro sobre história do PCB na resistência ao regime militar
Obra reconstitui a trajetória do Partidão na luta clandestina contra a ditadura e na formação da ampla frente política que redemocratizou o Brasil
Comunicação FAP
O livro-reportagem Longa jornada até a democracia – Volume II, de autoria do jornalista Eumano Silva, terá o seu segundo lançamento nesta quinta-feira (14/3). O evento será realizado no Taberna da Glória, no Rio de Janeiro, a partir das 17 horas.
A obra conta a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no enfrentamento à ditadura e na redemocratização do país. Lastreada em documentos oficiais inéditos, entrevistas, reportagens e farto material bibliográfico, a obra editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) recompõe a trajetória do Partidão – apelido do PCB – de 1967 até 1992.
O livro-reportagem Longa jornada até a democracia – Volume II conta a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no enfrentamento à ditadura e na redemocratização do país. Lastreada em documentos oficiais inéditos, entrevistas, reportagens e farto material bibliográfico, a obra editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) recompõe a trajetória do Partidão – apelido do PCB – de 1967 até 1992.

Escrito pelo jornalista Eumano Silva, o livro reproduz o clima sombrio da Guerra Fria, com relatos minuciosos sobre a vida clandestina de dirigentes e militantes, fugas, prisões, torturas, mortes e desaparecimentos de comunistas. O roteiro de histórias entrelaça personagens que parecem saídos dos romances policiais, como espiões e informantes infiltrados pela repressão nas organizações de esquerda. Mostra também o trabalho silencioso, e essencial para o partido, de caseiros, motoristas e distribuidores de jornais.
Análise: PCB, da luta armada à defesa da democracia
Carlos Marchi lança livro Longa Jornada até a Democracia, no Rio
Livro Longa Jornada até a Democracia, de Carlos Marchi, será lançado em São Paulo
A CIA e da KGB aparecem em vários episódios do mundo real retratado pelo autor. O caso mais conhecido envolveu o “Agente Carlos”, apelido de um assessor do então secretário-geral do PCB, Luiz Carlos Prestes, que passou para o lado da repressão e trabalhou para a CIA.
O texto jornalístico percorre o submundo da ditadura e repassa, em ordem cronológica, os fatos e os personagens mais destacados na longa jornada dos brasileiros rumo à democracia, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e José Sarney. A reportagem reconstitui as agruras da clandestinidade e a participação do PCB, desde o final da década de 1960, na ocupação de espaços na sociedade e na formação da frente democrática de oposição ao regime militar.
O Volume II de “Longa jornada até a democracia” trata de fatos transcorridos entre dezembro de 1967, data do VI Congresso, e janeiro de 1992, quando o PCB realizou o X Congresso, encontro que decidiu pela mudança de nome para Partido Popular Socialista (PPS).
O primeiro volume, lançado em 2022, escrito pelo jornalista Carlos Marchi, aborda o período compreendido entre 1922, ano da fundação do PCB, e 1967, marco da mudança na estratégia da organização comunista. No VI Congresso, a definição por mudança na linha política tornou o PCB a única organização comunista a tomar o caminho pacífico no enfrentamento ao governo instalado no Brasil com o golpe de 1964. As demais forças originadas no partido fundado em 1922 optaram pela luta armada.
Apesar da opção pelo caminho pacífico, o Partidão se tornou alvo da repressão na mesma medida que as demais organizações de esquerda. Uma dezena de dirigentes do Comitê Central do PCB foi assassinada pelo governo militar.
Mesmo clandestino, e com perdas irreparáveis, o partido teve expressiva influência na política institucional ao atuar dentro do MDB, legenda legal de oposição. Os comunistas foram responsáveis, por exemplo, pela incorporação, pelos emedebistas, das bandeiras da anistia, da Assembleia Nacional Constituinte e da eleição direta para presidente.

Arquivos militares obtidos pelo autor documentam a montagem da máquina repressiva pelo governo fardado. Os papeis registram o passo a passo da estruturação dos Departamentos de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codis). Descrevem também as disputas entre o Exército e a Marinha pelo controle do aparato criado pelas Forças Armadas para perseguir adversários.
Os anexos do livro contêm fotos inéditas de dirigentes do Partidão procurados pela repressão e imagens de presos nas dependências militares. Apresentam ainda fac-símiles de páginas de exemplares raros do jornal Voz Operária.
Entre os episódios mais impressionantes narrados pelo livro, está a cinematográfica operação montada no exterior para retirar do Brasil o dirigente Giocondo Dias. A transferência do arquivo de Astrojildo Pereira, fundador do PCB, para a Europa também teve lances espetaculares. Outra façanha dos comunistas foi manter durante dez anos, longe das garras da repressão, uma gráfica no Rio de Janeiro, no subsolo de uma casa, onde era produzido o material impresso do partido. Os documentos oficiais também identificam um sargento da Polícia Militar de São Paulo infiltrado pelo PCB no DOI-Codi do estado. Quando tomava conhecimento de prisões de militantes, o policial avisava o partido e ou as famílias.
As artimanhas dos comunistas para enganar os órgãos de segurança incluíam disfarces, documentos falsos. Camaradas instalados nas fronteiras ajudavam nas travessias de militantes e dirigentes nas fronteiras com os países vizinhos – muitas vezes com malas de dólares.
“Longa Jornada até a democracia” resgata a experiência no exílio e os abalos sofridos pelo partido em decorrência da ação de dirigentes do partido cooptados pelos órgãos de segurança. O livro também desenredou mistérios que, durante décadas, suscitaram especulações. As apurações elucidaram, por exemplo, o segredo do “ouro de Moscou”, expressão usada pelos adversários dos comunistas para designar os recursos enviados ao PCB pelo bloco comunista. Com base em depoimentos dos responsáveis pelo transporte do dinheiro, o autor calculou valores anuais repassados ao Partidão.
O colapso da União Soviética, acelerado no final dos Anos 1980, teve contribuição determinante para as mudanças de rumo que levaram à mudança de nome em 1992. O desempenho eleitoral insatisfatório, e dissidências internas, como a saída do grupo de Prestes, abalaram e enfraqueceram o Partidão. O surgimento do Partido dos Trabalhadores (PT) no final da ditadura também reduziu o espaço de atuação dos comunistas e ajuda a explicar a perda de relevância do PCB depois da redemocratização.
SOBRE O AUTOR

Formado em jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) em 1987, Eumano Silva trabalhou em alguns dos principais veículos da imprensa brasileira. Nascido em 1964 em Iturama (MG), especializado em política, o autor foi repórter da revista Veja e dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Começou a carreira na cobertura da Assembleia Nacional Constituinte, dirigiu as sucursais de Brasília das revistas Época e Istoé, ocupou as funções de editor de política do jornal Correio Braziliense e editor-executivo do site Congresso em Foco e da revista Veja Brasília. Há mais de três décadas, realiza pesquisas sobre a ditadura militar. Concentrou-se, sobretudo, na busca e análise dos arquivos secretos das Forças Armadas.
O jornalista foi ainda observador independente nas buscas de desaparecidos na região da Guerrilha do Araguaia e participou dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. É também autor dos livros “A morte do diplomata” e “Nas asas da mamata”. Como analista político, fez trabalhos para Rádio CBN, Portal Metrópoles, TV Democracia, programa Sua excelência, o fato, e Broadcast Político.
Eumano ganhou os seguintes prêmios: Jabuti de melhor livro-reportagem com o livro “Operação Araguaia – Os arquivos secretos da guerrilha”; Esso, com uma série de reportagens sobre a Guerrilha do Araguaia. Excelência Jornalística, na categoria meio ambiente, da Sociedade Interamericana de Imprensa, com a reportagem digital “O Levante dos ribeirinhos”, posteriormente editada como livro impresso.
Atualmente, Eumano exerce a função de especialista em inteligência política da Oficina Consultoria.
Nota de pesar: Morre o sociólogo Luiz Werneck Vianna, aos 86 anos
Equipe FAP
Morreu nesta quarta-feira (21/02/2024) o cientista social Luiz Werneck Vianna, aos 86 anos, no Rio de Janeiro. Também graduado em Direito, o intelectual lecionou em universidades do país e publicou livros considerados fundamentais para a sociologia brasileira.
Intelectual da mais alta qualidade, sempre teve o entendimento de que a política feita de maneira honesta e transparente e baseada na busca de consensos é o único caminho para o desenvolvimento social e econômico de uma Nação.
Werneck é autor de de grandes clássicos da sociologia brasileira com os livros “Liberalismo e sindicato no Brasil”, de 1976; “A revolução passiva: iberismo e americanismo no Brasil”, de 1997; “A judicialização da política e das relações sociais no Brasil”, 1999; “Democracia e os três poderes no Brasil”, de 2002; e “A modernização sem o moderno, 2011.
Nascido 1938, lecionou em várias universidades brasileiras, dentre as quais a Universidade Federal de Juiz de Fora, a PUC-Rio e a Unicamp. Também foi professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), presidiu a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) e foi um dos fundadores do Centro de Estudos Direito e Sociedade (Cedes).
Fica uma lacuna na intelectualidade do país, mas também o ensinamento que o entendimento e a união em torno dos anseios da população são o único caminho para a construção de um país mais forte e justo com todos.
Nós, conselheiros, diretores e colaboradores da FAP manifestamos a todos os seus familiares, amigos e companheiros os nossos votos de profundo pesar. Luiz Werneck Vianna ficará para sempre em nossa memória.