Mulheres que Transformam: Liderança e Impacto no Cidadania

No dia 18 de fevereiro de 2025, em Brasília e online, das 13h às 18h, será realizado o evento Mulheres que Transformam: Liderança e Impacto no Cidadania. O evento visa fortalecer a liderança feminina e a participação no partido.

Confira a programação, a seguir:

Boas-vindas

Painel 1: A força do associativismo feminino: como o engajamento coletivo transforma a política

Painel 2: Marketing político e redes sociais: potencializando a mensagem do núcleo feminino

Painel 3: Sustentabilidade e impacto: “estrategizando” ações para o fortalecimento do núcleo

E tem mais!

- Dinâmica de quebra-gelo: Para compartilharmos nossas trajetórias no Cidadania.

- Espaço para perguntas e troca de experiências no final de cada painel.

Clique no link e faça sua inscrição agora mesmo: https://forms.gle/vtySG29bQ73dWNRA8


Dez anos sem Leandro Konder

Um relato sobre a vida, a obra e o pensamento de um dos mais importantes filósofos do país.

Há dez anos, o Brasil se despedia de Leandro Konder, uma das mentes mais brilhantes de sua geração. Filósofo marxista, historiador e professor, Konder foi um dos principais divulgadores do pensamento crítico no país, contribuindo significativamente para a filosofia e para a cultura brasileira.

Ivan Alves Filho e Leandro Konder, na Alemanha, em 1973. Foto de Samuel Iavelberg.

Em seu comentário para a Rádio Brasitalia, o jornalista e historiador Ivan Alves Filho relembra a vida, obra e o pensamento de Leandro Konder, com quem relata ter aprendido muito em décadas de amizade.

Clique abaixo para ouvir o comentário de Ivan Alves Filho:



Leandro Konder - A necessidade da filosofia (Brasileiros e Militantes)

https://www.youtube.com/watch?v=on8j9TrjBpI

Fonte:

https://brasitaliawebradio.com/dez-anos-sem-leandro-konder/


FAP promove webinar para prefeitos, vices, vereadores e assessores

Inscrições gratuitas estão abertas por meio do site da Fundação Astrojildo Pereira

Comunicação FAP

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Cidadania 23, vai realizar nos dias 10 e 12 de dezembro um curso, intensivo e online, destinado à formação qualificada de prefeitos, vices e vereadores eleitos do partido. As inscrições foram abertas, nesta terça-feira (26/11), no site da entidade, gratuitamente.

Nos dois dias do curso, o presidente do Cidadania 23, Comte Bittencourt, participará da abertura das aulas, que serão realizadas das 18h30 às 21h30.

Com o nome “Vencemos a eleição! E agora?”, o curso foi organizado, estrategicamente, com foco nos trabalhos específicos do Legislativo e do Executivo. No dia 10 de dezembro, haverá aulas para vereadores eleitos e seus assessores. No dia 12 de dezembro, para prefeitos e vice-prefeitos eleitos e seus assessores.

O conteúdo do curso será oferecido com base nos temas mais importantes para os municípios, como orçamento, processos e projetos legislativos, gestão pública, comunicação, estruturação de equipes, entre outros.

O presidente do Cidadania 23 destacou que já é uma tradição do partido e da FAP a realização de cursos de qualificação dos políticos do Cidadania, além da formação política dos filiados. “São importantes estes dois encontros do novo curso, um destinado a vereadores, e o outro, aos nossos prefeitos eleitos, no último pleito municipal”, afirmou Comte Bittencourt. “Mais uma vez, a FAP participa da vida orgânica do partido e da qualidade dos nossos mandatários”, ressaltou.

O diretor-geral da Fundação Astrojildo Pereira, Marcelo Aguiar, ex-secretário de Educação do Distrito Federal, disse que o novo curso é uma oportunidade imperdível de conhecer melhor os trâmites legislativos e o funcionamento do executivo municipal.

“A FAP põe à disposição dos nossos eleitos a experiência de quem já exerceu vários mandatos e poderá ajudar muito em sua jornada. É o compromisso da FAP com o Cidadania e com os mandatos, para termos o poder local com qualidade, compromisso e competência, que sempre foram a marca de nosso partido”, observou Aguiar.

O coordenador do curso, Luciano Rezende, que foi prefeito de Vitória (ES) por dois mandatos consecutivos, lembra que a FAP fez cursos preparatórios para a eleição, ao longo do ano de 2024 e de 2023, com mais de 2.500 inscritos.

“Agora, vamos fazer o curso para vereadores, vereadores, prefeitos, prefeitas, vice-prefeitos, vice-prefeitas e seus assessores”, ressaltou Rezende.

De acordo com o coordenador, o nome do curso é bastante sugestivo, porque, segundo ele, tão difícil quanto vencer a eleição é fazer um bom mandato. “A FAP e o Cidadania estão cumprindo a função de ajudar os eleitos a terem mandatos de qualidade e que possam representar bem a população”, ponderou.


Vladimir Carvalho - Nota de pesar | Roberto Freire

Com um sentimento de perda e tristeza tomei conhecimento neste exato momento do falecimento do grande cineasta brasileiro, amigo e camarada Vladimir Carvalho.

Um paraibano de Itabaiana que andou pelo Brasil e virou candango de Brasília e sempre um brasileiro que se vinculou ao povo e se celebrizou como documentarista de suas lutas e histórias.

Merecedor de todas as homenagens e honrarias. Aqui deixo as minhas com amizade e admiração. Meus sentimentos aos seus familiares, amigos e aos seus camaradas.

Roberto Freire
ex-Presidente Nacional do Cidadania 23


Cineasta Vladimir Carvalho morre aos 89 anos

Um dos nomes mais importantes do cinema brasileiro, Vladimir Carvalho morreu na manhã desta quinta-feira (24/10). O cineasta de 89 anos sofreu um infarto. Ele estava internado, os rins pararam de funcionar e, por isso, foi submetido a hemodiálise. O velório deve ser realizado no Cine Brasília, nesta sexta-feira (25/10). O horário ainda não foi definido. 

Nascido em Itabaiana, na Paraíba, em 1935, Vladimir figurava entre os nomes mais importantes do cinema brasileiro, tendo produzido mais de 10 documentários sobre temas da política e da história nacionais. Filmes como O país de São Saruê (1971), Barra 68 (2000) e Conterrâneos velhos de guerra (1991) estão entre as principais produções do cineasta.

Vladimir teve um infarto em 5 de outubro e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Santa Helena, onde foi entubado. No entanto, chegou a ser extubado e estava consciente, fazendo hemodiálise e com a perspectiva de sair da UTI em breve, mas o sistema renal parou de funcionar.

A jornalista Márcia Zarur foi uma das últimas pessoas a estar com Vladimir antes do infarto. Em 5 de outubro, ela realizou uma entrevista com ele para uma websérie produzida pelo Sesc. Na mesma semana, ela e Vladimir haviam comparecido a uma reunião com Leandro Grass, presidente do Iphan, que havia sinalizado a possibilidade real de viabilizar o Museu do Cinema com o acervo do Cine Memória, uma coleção de objetos e filmes sobre cinema mantida por Vladimir desde os anos 1990. “Ele saiu da reunião muito animado, comentando que era um dos dias mais felizes da vida dele porque queria muito dar uma destinação digna ao acervo”, conta Márcia.

No sábado (5/10), após gravar a websérie, Márcia quis levar Vladimir em casa, mas ele preferiu ficar na casa que abrigava o Cine Memória, na W3 Sul, para molhar as plantas. O cineasta gostava de caminhar e voltaria andando para casa, mas se sentiu mal e pediu ajuda à companheira, Maria do Socorro. Logo depois, foi internado. "É uma dívida da cidade com ele fazer esse museu com o acervo dele. Era o maior desejo da vida dele. A gente fica com o coração arrasdo por ele não ter a chance de ver", lamenta Márcia. Tornar pública e acessível a coleção do Cine Memória era um dos maiores sonhos do cineasta.

A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, lembrou que Vladimir era professor emérito da instituição e ajudou a fundar o curso de cinema. "Ele nos deixa um grande legado, não só da sua produção cinematográfica, mas também do seu olhar crítico sobre a ditadura militar, e foi também um dos que resistiram naquele momento de muitas dificuldades para a nossa universidade. Esperamos que o professor Vladimir seja lembrado sempre como um grande defensor da democracia e do cinema brasileiro, além da nossa própria universidade", disse a reitora.

Em nota, o governador Ibaneis Rocha comentou a importância do cineasta para o cinema brasileiro. "O professor Vladimir de Carvalho dedicou sua arte para denunciar injustiças e dar voz aos desassistidos numa época de censura e de perseguição política. Contribuiu para mudar a linguagem cinematográfica brasileira, formou uma geração de aguerridos cineastas, levou e enobreceu o nome de Brasília no cenário cultural internacional. Que Deus receba seu espírito e conforte os familiares e amigos", afirmou Ibaneis.

O ex-governador Rodrigo Rollemberg lamentou a morte do cineasta. "Que tristeza!!! Um paraibano brasiliense dos mais ilustres, lúcidos e comprometidos com a memória, com a história de nosso povo e de nosso país. O cinema brasileiro perde um de seus mais talentosos representante", disse.

FONTE:

https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/2024/10/6972019-cineasta-vladimir-carvalho-morre-aos-89-anos.html


Em evento da FAP, Alberto Aggio e Eumano Silva lançam livros em São Paulo

Comunicação FAP

Dezenas de intelectuais e jornalistas participaram, nesta quinta-feira (4/4), em São Paulo, do lançamento conjunto dos livros Ainda respira... a democracia sob ameaça, do historiador Alberto Aggio, e Longa jornada até a democracia (Volume 2), do jornalista Eumano Silva. O evento foi organizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Cidadania 23. Apesar de suas diferenças, as duas obras, que estão à venda na internet, têm em comum a preocupação com a esquerda brasileira.

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O lançamento teve início às 19h30, na Rua Tinhorão, nº 60, na Consolação. O lugar convidativo e aconchegante deixou ainda mais à vontade para o diálogo todos os leitores que prestigiaram os autores. Cada um dos presentes aproveitou a ocasião para compartilhar memórias da vida, principalmente as da resistência à ditadura militar, que continuam a dar fôlego na luta em defesa da democracia.

Professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Alberto Aggio teve o seu livro editado pela Appris e, assim como Eumano Silva, recebeu o reconhecimento do público pela qualidade de sua obra. “Vimos muita gente vinculada à história do PCB nos anos 1970 e 1980. Houve presença de muitos jornalistas e membros do Cidadania de vários lugares, principalmente de Campinas e São Carlos. Alguns políticos do PSDB. Foi um lançamento com pessoas muito simpáticas”, contou.

O historiador ressaltou os pontos de convergência dos dois livros. “São diferentes, mas se tocam por preocupações em relação à esquerda brasileira, ao Partido Comunista, à forma de entender a política no Brasil, a história política brasileira e seus impasses, dilemas e, eventualmente, derrotas e vitórias, como o livro do Eumano narra a estratégia vitoriosa que o PCB conseguiu implementar contra a ditadura militar”, disse.

Depois de lançar seu livro em Brasília e no Rio de Janeiro, Eumano Silva viu a obra Longa jornada até a democracia, editado pela FAP, ser bem recebida pelo público na capital paulista. “A noite de autógrafos foi compartilhada com o historiador Alberto Aggio.  Foi, então, uma grande oportunidade de encontro de antigos participantes da luta pela democracia, pessoas que militaram no PCB, intelectuais, jornalistas e amigos. A hospitalidade proporcionada pelo Instituto Fernand Braudel e o conforto do local deixaram o ambiente ainda mais acolhedor e agradável", contou.


FAP lança no Rio livro sobre história do PCB na resistência ao regime militar

Obra reconstitui a trajetória do Partidão na luta clandestina contra a ditadura e na formação da ampla frente política que redemocratizou o Brasil

Comunicação FAP

O livro-reportagem Longa jornada até a democracia – Volume II, de autoria do jornalista Eumano Silva, terá o seu segundo lançamento nesta quinta-feira (14/3). O evento será realizado no Taberna da Glória, no Rio de Janeiro, a partir das 17 horas.

A obra conta a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no enfrentamento à ditadura e na redemocratização do país. Lastreada em documentos oficiais inéditos, entrevistas, reportagens e farto material bibliográfico, a obra editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) recompõe a trajetória do Partidão – apelido do PCB – de 1967 até 1992.

O livro-reportagem Longa jornada até a democracia – Volume II conta a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no enfrentamento à ditadura e na redemocratização do país. Lastreada em documentos oficiais inéditos, entrevistas, reportagens e farto material bibliográfico, a obra editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) recompõe a trajetória do Partidão – apelido do PCB – de 1967 até 1992.

Escrito pelo jornalista Eumano Silva, o livro reproduz o clima sombrio da Guerra Fria, com relatos minuciosos sobre a vida clandestina de dirigentes e militantes, fugas, prisões, torturas, mortes e desaparecimentos de comunistas. O roteiro de histórias entrelaça personagens que parecem saídos dos romances policiais, como espiões e informantes infiltrados pela repressão nas organizações de esquerda. Mostra também o trabalho silencioso, e essencial para o partido, de caseiros, motoristas e distribuidores de jornais.

Análise: PCB, da luta armada à defesa da democracia

Carlos Marchi lança livro Longa Jornada até a Democracia, no Rio

Livro Longa Jornada até a Democracia, de Carlos Marchi, será lançado em São Paulo

A CIA e da KGB aparecem em vários episódios do mundo real retratado pelo autor. O caso mais conhecido envolveu o “Agente Carlos”, apelido de um assessor do então secretário-geral do PCB, Luiz Carlos Prestes, que passou para o lado da repressão e trabalhou para a CIA.

O texto jornalístico percorre o submundo da ditadura e repassa, em ordem cronológica, os fatos e os personagens mais destacados na longa jornada dos brasileiros rumo à democracia, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e José Sarney. A reportagem reconstitui as agruras da clandestinidade e a participação do PCB, desde o final da década de 1960, na ocupação de espaços na sociedade e na formação da frente democrática de oposição ao regime militar.

O Volume II de “Longa jornada até a democracia” trata de fatos transcorridos entre dezembro de 1967, data do VI Congresso, e janeiro de 1992, quando o PCB realizou o X Congresso, encontro que decidiu pela mudança de nome para Partido Popular Socialista (PPS).

O primeiro volume, lançado em 2022, escrito pelo jornalista Carlos Marchi, aborda o período compreendido entre 1922, ano da fundação do PCB, e 1967, marco da mudança na estratégia da organização comunista. No VI Congresso, a definição por mudança na linha política tornou o PCB a única organização comunista a tomar o caminho pacífico no enfrentamento ao governo instalado no Brasil com o golpe de 1964. As demais forças originadas no partido fundado em 1922 optaram pela luta armada.

Apesar da opção pelo caminho pacífico, o Partidão se tornou alvo da repressão na mesma medida que as demais organizações de esquerda. Uma dezena de dirigentes do Comitê Central do PCB foi assassinada pelo governo militar.

Mesmo clandestino, e com perdas irreparáveis, o partido teve expressiva influência na política institucional ao atuar dentro do MDB, legenda legal de oposição. Os comunistas foram responsáveis, por exemplo, pela incorporação, pelos emedebistas, das bandeiras da anistia, da Assembleia Nacional Constituinte e da eleição direta para presidente.

Arquivos militares obtidos pelo autor documentam a montagem da máquina repressiva pelo governo fardado. Os papeis registram o passo a passo da estruturação dos Departamentos de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codis). Descrevem também as disputas entre o Exército e a Marinha pelo controle do aparato criado pelas Forças Armadas para perseguir adversários.

Os anexos do livro contêm fotos inéditas de dirigentes do Partidão procurados pela repressão e imagens de presos nas dependências militares. Apresentam ainda fac-símiles de páginas de exemplares raros do jornal Voz Operária.

Entre os episódios mais impressionantes narrados pelo livro, está a cinematográfica operação montada no exterior para retirar do Brasil o dirigente Giocondo Dias. A transferência do arquivo de Astrojildo Pereira, fundador do PCB, para a Europa também teve lances espetaculares. Outra façanha dos comunistas foi manter durante dez anos, longe das garras da repressão, uma gráfica no Rio de Janeiro, no subsolo de uma casa, onde era produzido o material impresso do partido. Os documentos oficiais também identificam um sargento da Polícia Militar de São Paulo infiltrado pelo PCB no DOI-Codi do estado. Quando tomava conhecimento de prisões de militantes, o policial avisava o partido e ou as famílias.

As artimanhas dos comunistas para enganar os órgãos de segurança incluíam disfarces, documentos falsos. Camaradas instalados nas fronteiras ajudavam nas travessias de militantes e dirigentes nas fronteiras com os países vizinhos – muitas vezes com malas de dólares.

“Longa Jornada até a democracia” resgata a experiência no exílio e os abalos sofridos pelo partido em decorrência da ação de dirigentes do partido cooptados pelos órgãos de segurança. O livro também desenredou mistérios que, durante décadas, suscitaram especulações. As apurações elucidaram, por exemplo, o segredo do “ouro de Moscou”, expressão usada pelos adversários dos comunistas para designar os recursos enviados ao PCB pelo bloco comunista. Com base em depoimentos dos responsáveis pelo transporte do dinheiro, o autor calculou valores anuais repassados ao Partidão.

O colapso da União Soviética, acelerado no final dos Anos 1980, teve contribuição determinante para as mudanças de rumo que levaram à mudança de nome em 1992. O desempenho eleitoral insatisfatório, e dissidências internas, como a saída do grupo de Prestes, abalaram e enfraqueceram o Partidão. O surgimento do Partido dos Trabalhadores (PT) no final da ditadura também reduziu o espaço de atuação dos comunistas e ajuda a explicar a perda de relevância do PCB depois da redemocratização.

SOBRE O AUTOR

Formado em jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) em 1987, Eumano Silva trabalhou em alguns dos principais veículos da imprensa brasileira. Nascido em 1964 em Iturama (MG), especializado em política, o autor foi repórter da revista Veja e dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Começou a carreira na cobertura da Assembleia Nacional Constituinte, dirigiu as sucursais de Brasília das revistas Época e Istoé, ocupou as funções de editor de política do jornal Correio Braziliense e editor-executivo do site Congresso em Foco e da revista Veja Brasília. Há mais de três décadas, realiza pesquisas sobre a ditadura militar. Concentrou-se, sobretudo, na busca e análise dos arquivos secretos das Forças Armadas.

O jornalista foi ainda observador independente nas buscas de desaparecidos na região da Guerrilha do Araguaia e participou dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. É também autor dos livros “A morte do diplomata” e “Nas asas da mamata”. Como analista político, fez trabalhos para Rádio CBN, Portal Metrópoles, TV Democracia, programa Sua excelência, o fato, e Broadcast Político.

Eumano ganhou os seguintes prêmios: Jabuti de melhor livro-reportagem com o livro “Operação Araguaia – Os arquivos secretos da guerrilha”; Esso, com uma série de reportagens sobre a Guerrilha do Araguaia. Excelência Jornalística, na categoria meio ambiente, da Sociedade Interamericana de Imprensa, com a reportagem digital “O Levante dos ribeirinhos”, posteriormente editada como livro impresso.

Atualmente, Eumano exerce a função de especialista em inteligência política da Oficina Consultoria.


Nota de pesar: Morre o sociólogo Luiz Werneck Vianna, aos 86 anos

Equipe FAP

Morreu nesta quarta-feira (21/02/2024) o cientista social Luiz Werneck Vianna, aos 86 anos, no Rio de Janeiro. Também graduado em Direito, o intelectual lecionou em universidades do país e publicou livros considerados fundamentais para a sociologia brasileira.

Intelectual da mais alta qualidade, sempre teve o entendimento de que a política feita de maneira honesta e transparente e baseada na busca de consensos é o único caminho para o desenvolvimento social e econômico de uma Nação.

Werneck é autor de de grandes clássicos da sociologia brasileira com os livros “Liberalismo e sindicato no Brasil”, de 1976; “A revolução passiva: iberismo e americanismo no Brasil”, de 1997; “A judicialização da política e das relações sociais no Brasil”, 1999; “Democracia e os três poderes no Brasil”, de 2002; e “A modernização sem o moderno, 2011.

Nascido 1938, lecionou em várias universidades brasileiras, dentre as quais a Universidade Federal de Juiz de Fora, a PUC-Rio e a Unicamp. Também foi professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), presidiu a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) e foi um dos fundadores do Centro de Estudos Direito e Sociedade (Cedes).

Fica uma lacuna na intelectualidade do país, mas também o ensinamento que o entendimento e a união em torno dos anseios da população são o único caminho para a construção de um país mais forte e justo com todos.

Nós, conselheiros, diretores e colaboradores da FAP manifestamos a todos os seus familiares, amigos e companheiros os nossos votos de profundo pesar. Luiz Werneck Vianna ficará para sempre em nossa memória.


Nas entrelinhas: Werneck Vianna, intérprete do Brasil contemporâneo

Luiz Carlos Azedo/Entrelinhas/Correio Braziliense

O sociólogo carioca Luiz Jorge Werneck Vianna faleceu, nesta quarta-feira, aos 85 anos. Fez parte de uma geração de artistas e intelectuais que formou o pensamento crítico da esquerda brasileira nas décadas de 1960, 1970 e 1980, entre os quais, destacam-se Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Joaquim Pedro, Walter Lima Jr., Zelito Viana, Luiz Carlos Barreto, Glauber Rocha, Leon Hirszman, Ferreira Gullar, Leon Amoedo, Tereza Aragão, Zuenir Ventura, Milton Temer, Norma Pereira Rego, Leandro Konder, Darwin Brandão, Marilia Kranz, Ziraldo, Jaguar, Albino Pinheiro, Ferdy Carneiro, Hélio Oiticica e Hugo Bidet, Hugo Carvana, Paulo Góes, Vergara, Carlinhos Oliveira, Zózimo Amaral, Tom Jobim, Carlos Lira, Vinicius do Moraes e Oduvaldo Viana Filho.

Residentes no Rio de Janeiro, em sua maioria, formavam a chamada República de Ipanema. Apesar da influência do antigo PCB no meio cultural carioca, muitos não eram comunistas e tinham profundas divergências com os militantes do setor cultural do velho Partidão, do qual Werneck fez parte. Com raízes familiares na aristocracia cafeeira fluminense, Werneck Vianna foi criado em Ipanema e estudou nos melhores colégios da Zona Sul carioca, mas teve trajetória rebelde, influenciado por autores como Monteiro Lobato, Eça de Queiroz, Fiódor Dostoiévski e Miguel de Cervantes.

Em 1958, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Estado da Guanabara (atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro/Uerj), concluindo o curso em 1962. Em 1967, graduou-se em ciências sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e, dois anos após, ingressou na primeira turma de mestrado do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). Sua trajetória acadêmica, porém, foi interrompida na década de 1970, por cinco inquéritos policiais-militares, que o levaram a se exilar no Chile.

Retornou do exílio um ano após. Ao chegar, foi detido por seis meses. Acolhido em São Paulo por Francisco Weffort, seu orientador no doutorado em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), começou a trabalhar no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), fundado em 1969, com financiamento da Fundação Ford, por professores da Universidade de São Paulo (USP) afastados pelo regime militar, entre os quais, Boris Fausto, Elza Berquó, Fernando Henrique Cardoso, Francisco de Oliveira, José Arthur Giannotti, Octavio Ianni, Paul Singer e Roberto Schwarz.

Em 1974, com outros intelectuais que estudavam O Capital, de Karl Marx, como Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho, foi aluno de Anastacio Mansilla na Escola de Quadros do PCUS. No mesmo ano, de volta ao Brasil, foi um dos redatores do programa político do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 1975, fugindo da repressão ao PCB em São Paulo, retornou ao Rio de Janeiro e, escondido na casa do dramaturgo Paulo Pontes, companheiro da época de CPC, escreveu sua tese de doutorado: Liberalismo e sindicato no Brasil (Paz e Terra, 1976).

Modernização autoritária

Por três décadas, Werneck foi professor do Iuperj e, durante o biênio 2003-2004, presidiu a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). Encerrou sua carreira acadêmica como professor de sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Um dos grandes responsáveis pela difusão do pensamento gramsciano no Brasil, no rastro do jornalista Luiz Mario Gazzaneo, produziu ensaios que servem de referência para o estudo do pensamento social brasileiro, principalmente o liberalismo, do papel do Judiciário e da modernização do Brasil.

Destacam-se entre seus trabalhos, pela atualidade: A revolução passiva: iberismo e americanismo no Brasil (Revan, 1997); A judicialização da política e das relações sociais no Brasil, com Maria Alice Rezende de Carvalho, Manuel Palacios Cunha Melo e Marcelo Baumann Burgos (Revan, 1999); Esquerda brasileira e tradição republicana: estudos de conjuntura sobre a era FHC-Lula (Revan, 2006); Uma sociologia indignada — Diálogos com Luiz Werneck Vianna, de Rubem Barboza Filho e Fernando Perlatto (Ed. UFJF, 2012); Modernização sem o moderno: análise de conjuntura na era Lula (Contraponto/Fundação Astrojildo Pereira) e Diálogos gramscianos sobre o Brasil (Fundação Astrojildo Pereira, 2018).

Liberalismo e Sindicato no Brasil é um esforço de compreensão das profundezas da nossa “modernização conservadora”, no contexto das obras de Simon Schwartzman, Florestan Fernandes (1975) e José Murilo de Carvalho (1980). Estudou o liberalismo numa sociedade marcada pelo escravismo e pelo patrimonialismo. Sua tese de que a modernização brasileira não significava ruptura e/ou desaparecimento das elites tradicionais, mas a renovação dessas forças, continua atualíssima.

Segundo Werneck Vianna, numa sociedade excludente e autoritária, que não incorporou os valores liberais, o caminho da modernização foi o Direito e suas instituições, em meio a rupturas e negociações entre elites. Em síntese, a modernização brasileira ocorreu e ainda ocorre em meio a negociações entre o moderno e a cultura do atraso, sem rupturas com ele, mas em compromisso. Werneck condenou a luta armada e apostou na luta política pelas liberdades e na mobilização da sociedade civil durante o regime militar; após a redemocratização, na participação política radicalmente comprometida com a democracia representativa como valor universal.


FAP e IEPfD lançam livro O Horizonte Democrático, de Alessandro Ferrara

Comunicação FAP

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao partido Cidadania 23, e o Instituto de Estudos e Pesquisas para o Fortalecimento da Democracia (IEPfD) realizarão, no dia 27 de fevereiro, a partir das 18 horas, a mesa redonda online para o lançamento do livro O Horizonte Democrático: o hiperpluralismo e a renovação do liberalismo político (303 p.). A obra, editada pela FAP em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp), é do autor Alessandro Ferrara, professor de filosofia política no Departamento de História, Cultura e Sociedade da Universidade de Roma. “A democracia encontra-se numa encruzilhada”, diz ele, no livro.

O diretor-geral da FAP e professor associado na Faculdade de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Marco Aurelio Marrafon, e o presidente do IEPfD, João Rego, realizarão a abertura da mesa redonda. O debate será coordenado pelo historiador e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Alberto Aggio, ex-diretor da Fundação Astrojildo Pereira. O evento será transmitido, em tempo real, no site da FAP, na página da FAP no Facebook e no canal da entidade no Youtube.

A mesa redonda também terá participação do professor de história econômica no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e conselheiro da FAP, Vinicius Müller, e do pesquisador Gabriele de Angelis (Ciência Política da Universidade Nova de Lisboa).

O livro foi pensado a partir de uma preocupação com a democracia, a herança do “liberalismo político” e as fontes estéticas da normatividade. A obra lembra que, em todo o mundo, a o regime democrático enfrenta desafios sem precedentes, atribuídos, em parte, a seu próprio sucesso em se estabelecer no horizonte como a única forma de governo plenamente legítima.

Dividida em oito capítulos, a obra discute, entre outros pontos, a autonomia da política no horizonte global; democracia e abertura, pluralismo reflexivo e a volta conjectural; o hiperpluralismo e a polis democrática multivariada e democracias múltiplas. Também questiona negação ou realização do liberalismo; governança e democracia deliberativa; e verdade justificação e liberalismo político.

Segundo o autor, daqui a algumas décadas, o mundo global poderá testemunhar o confronto de dois regimes igualmente desagradáveis para qualquer democrata. “Por um lado, os regimes neoliberais ocidentais que, após contrabandearem com sucesso a ideia de Hobbes de que menos leis trazem mais liberdade como uma noção liberal, usam os vestígios de uma democracia representativa agora colonizada pela mídia e pelo dinheiro para desviar da atenção do público qualquer coisa além da estabilização de um mercado orientado pelas finanças e, ao mesmo tempo, tentar atrair para sua esfera de influência as populações seduzidas pelas sirenes do consumo”, afirma.

Por outro lado, segundo a obra, regimes não democráticos, como o chinês, no qual as elites partidárias e burocráticas tentam manter o consenso garantindo níveis crescentes de consumo e afastando as sirenes da democracia, ao mesmo tempo tentam atrair para sua esfera de influência as elites do Sul global que são igualmente cautelosas com a democracia.