Fome mata mais que covid, aponta reportagem da RPD Online
Reportagem especial da revista mensal da FAP cita dados de estudo da Oxfam divulgado neste mês
A fome, no país e no restante do mundo, pode matar 11 pessoas a cada minuto, até o final deste ano, no planeta, caso nada seja feito, segundo relatório da organização internacional Oxfam, publicado na reportagem especial da revista mensal Política Democrática online de julho (33ª edição).
Veja a versão flip da 33ª edição da revista Política Democrática online (julho/2021)
Para exemplificar o drama, a reportagem mostra a vida de pessoas como a idosa Maria Amélia da Conceição de Fátima, de 72 anos, e sua família, que vivem entre catadores de lixo no Setor de Clubes Sul, na capital federal, e comumente se alimentam de restos e migalhas. A publicação é produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. Todos os conteúdos podem ser acessados, gratuitamente, no portal da entidade.
O Brasil está entre os focos emergentes da fome, ao lado da Índia e da África do Sul, conforme lembra a reportagem, baseada no estudo. A taxa de mortalidade de quem não tem o que comer é maior que a da Covid-19, que é de sete pessoas por minuto.
Desde o início da pandemia, as mortes por Covid-19, no país, ficaram em terceiro lugar no mundo, enquanto o percentual de brasileiros em extrema pobreza quase triplicou – de 4,5% para 12,8%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A reportagem também cita dados da pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), segundo a qual, no final de 2020, mais da metade da população – 116 milhões de pessoas – enfrentava algum nível de insegurança alimentar, das quais quase 20 milhões passavam fome.
A publicação da FAP cita, ainda, o dado de que, no ano passado, 11% das famílias chefiadas por mulheres conviviam com a fome, enquanto mais de 10% das famílias negras enfrentavam o problema, em comparação com mais de 7% das famílias brancas.
Confira todos os autores da 33ª edição da revista Política Democrática Online
Na revista Política Democrática online de julho, os internautas também podem conferir entrevista exclusiva com a jurista Eliana Calmon. Também há artigos sobre políticas nacional e externa, economia, meio ambiente e cinema.
Além do diretor-geral da FAP, Caetano Araújo, o escritor Francisco Almeida e o ensaísta Luiz Sérgio Henriques compõem o conselho editorial da revista.
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Biblioteca Salomão Malina retoma atendimento presencial em Brasília
Unidade da FAP adotará uma série de medidas de enfrentamento à pandemia da Covid-19 para retomar o atendimento. Local conta com acesso gratuito à internet e acervo de mais de 3,5 mil livros para empréstimo
Brasília voltou a ter, nesta quarta-feira (30/6), mais uma opção de local de estudo e leitura, com acesso gratuito à internet e mais de 3,5 mil livros para empréstimo, sem qualquer custo, no Conic, no meio da capital federal. Mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), a Biblioteca Salomão Malina foi reaberta ao público quase um ano e meio depois de suspender atendimento presencial por causa da pandemia da Covid-19.
O técnico em enfermagem e recém-graduado em filosofia Carlos Gustavo Araújo dos Santos, de 29 anos, é um dos que já comemoram a reabertura da unidade mantida pela FAP. “A biblioteca significa muito para mim”, destaca. “Quando estava fazendo meu trabalho de conclusão de curso, foi o meio acessível de estudo e pesquisa por ter acervo com livros de qualidade disponibilizados gratuitamente”, afirma.
Conheça a Biblioteca Salomão Malina!
A biblioteca foi reaberta com restrição de funcionamento, das 10h às 16h, sem fechamento no horário de almoço. Oito pessoas, no máximo, poderão usar o local no mesmo momento, considerando a necessidade de distanciamento social e outras medidas de enfrentamento à pandemia. Não há necessidade de agendamento prévio. Em 2019, no ano antes da crise sanitária global, a unidade da FAP atendeu a mais de 6 mil pessoas.
Durante o período em que ficou fechada para atendimento presencial, a biblioteca manteve as atividades administrativas e aumentou a quantidade de livros editados pela FAP à venda na internet. Já são 32 títulos disponíveis para aquisição em plataformas digitais sobre assuntos de interesse público, como política, meio ambiente e democracia, entre outros. Veja relação de todos ao final desta reportagem.
» Jovens relatam qualidade de empréstimo delivery gratuito da Biblioteca Salomão Malina
» Biblioteca Salomão Malina oferece empréstimo de livro em casa, de forma gratuita
» Como produzir texto – Veja técnicas em encontro on-line da Biblioteca Salomão Malina
» Webinar da Biblioteca Salomão Malina debate desafios do novo normal cultural
» Webinar da Biblioteca Salomão Malina mostra dica de organizar livros
» Biblioteca Salomão Malina e Espaço Arildo Dória são reinaugurados em Brasília
Além de oferecer serviços de leitura e estudo em ambiente climatizado, a Biblioteca Salomão Malina faz doação de livros. Em maio, a Library of Congress Office, uma das maiores bibliotecas de Washington (EUA), fez o mais recente pedido de doação de livros do acervo da unidade mantida pela FAP.
A solicitação foi realizada pela bibliotecária sênior e representante da Library of Congress Office em Brasília, Elen Rocha. Ela também já enviou algumas publicações doadas pela biblioteca da FAP para a Biblioteca Jurídica em Washington, que, em seu acervo virtual (https://catalog.loc.gov/), disponibiliza 72 títulos relacionados à Fundação Astrojildo Pereira.
Confira a localização da Biblioteca Salomão Malina
Plano de retomada
Para retomar o atendimento presencial gradativamente, a Biblioteca Salomão Malina elaborou um plano, seguindo rigorosamente os protocolos de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Como não há necessidade de agendamento prévio para as pessoas terem acesso ao local, a unidade vai disponibilizar todas as informações necessárias ao público logo na porta de entrada.
O controle de vagas disponíveis no espaço será sinalizado na porta principal da entrada da biblioteca da seguinte forma: um caderno em espiral plastificado com as numerações de 0 a 8 ficará pendurado na porta de vidro, sinalizando a quantidade de vagas disponíveis, à medida em que os leitores chegarem para utilizar o espaço ou o deixarem.
Na entrada da biblioteca, será aferida a temperatura de cada usuário, com orientação da utilização do álcool em gel nas mãos. O usuário deverá fazer a assinatura no caderno de presença, com canetas previamente higienizadas, e receberá a chave do guarda volumes, também higienizada.
Serão adotados os seguintes protocolos na biblioteca:
» Disponibilização de álcool em gel na entrada;
» Disponibilização de álcool 70% em borrifadores para os próprios usuários higienizarem mesas e cadeiras, quando acharem necessário. (Antes da pandemia, já havia essa prática na biblioteca);
» Aferição de temperatura de todos os usuários, visitantes e funcionários antes de entrar no ambiente. Caso a temperatura detectada seja superior à 37,8°C, a pessoa será orientada a procurar os serviços de saúde e não poderá entrar na biblioteca;
» Sinalização na entrada da biblioteca: informações sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras, sobre o distanciamento de 2 metros entre as pessoas e sobre higienizar as mãos com álcool em gel;
» Proibir a entrada e a circulação de qualquer pessoa nas dependências da biblioteca sem o uso de máscaras, garantindo que estas sejam utilizadas de forma correta, cobrindo totalmente a boca e o nariz, e estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços laterais;
» Excepcionalmente, a biblioteca poderá fornecer máscara a visitante que não possua;
» Solicitar aos usuários e visitantes que observem todas as orientações de prevenção à Covid-19 adotadas na biblioteca.
» A mesa coletiva poderá ser ocupada apenas por quatro pessoas, sentadas de forma intercalada, sendo a mesa subdividida por placas de proteção de acrílico, delimitando os espaços;
» Os dois sofás terão um de seus assentos demarcado para não ser utilizado;
» Das três baias individuais de estudo, apenas duas estarão disponíveis. A baia do centro será isolada para manter o distanciamento mínimo de 2 metros entre as pessoas;
» Demarcação com fitas no chão, a cada 2 metros, para o distanciamento nas filas dos balcões de atendimento;
» Balcão de atendimento receberá uma estrutura em acrílico para bloquear o espaço entre o funcionário e o usuário;
» Será evitado o uso de ar condicionado e privilegiada a ventilação natural. Para isso, janelas e portas ficarão abertas;
» O acervo será isolado por separadores de fila. O leitor deverá solicitar no balcão o livro desejado e um dos funcionários irá retirar o(s) livro(s) com luvas;
» Após a utilização, os livros serão recolhidos e isolados em quarentena por 10 dias (tempo relativo para tornar corona vírus indetectável);
» Após o período de quarentena, os livros deverão retornar ao acervo;
» Não serão disponibilizados jornais e revistas para precaver qualquer tipo de contaminação em materiais bibliográficos que são compartilhados;
» O recebimento de doações de livros ficará suspensa temporariamente.
Acervo
Veja, abaixo, livros sobre o PCB disponíveis ao público na Biblioteca Salomão Malina, em Brasília
Veja, abaixo, a relação de obras da FAP à venda nos sites da Amazon, Americanas, Submarino e Shoptime
O homem de Sputnik se mantém como comédia histórica há 62 anos
Premiado, o filme O homem do Sputnik, do diretor Carlos Manga, lançado em 1959, será debatido nesta quinta-feira (22/7) em mais um evento do ciclo de webinars da Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em pré-celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna, marcado para o ano que vem. A transmissão será realizada, a partir das 17 horas, no portal da entidade e redes sociais (Facebook e Youtube).
Assista!
Em novembro de 2015, o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Foi listado por Jeanne Santos, do Cinema em Cena, como “clássico nacional”.
A comédia narra as peripécias de um homem simples que pensa que o satélite russo Sputnik 1 caiu no galinheiro de um sítio. A notícia se espalha e ele é perseguido por espiões de todos os tipos até que a verdade vem à tona.
Na época, o estreante Jô Soares, ainda como “Joe” Soares, fez o papel de um espião americano no Brasil. A inclusão desse espião fez com que o diretor Carlos Manga perdesse uma bolsa de estágio nos EUA. O filme teria sido visto por 15 milhões de espectadores.
O enredo é marcado por um casal de caipiras comerciantes de ovos, Anastácio e Cleci, que são surpreendidos por um estrondo em seu galinheiro. Ele encontra entre suas galinhas um globo metálico. No dia seguinte, ela lê no jornal sobre o acidente com o satélite russo Sputnik e reconhece na fotografia um objeto semelhante ao que caiu em seu quintal.
Anastácio, então, leva o globo à casa de penhores e mostra-o para a funcionária Dorinha. Ela liga para o jornal onde trabalha seu namorado, Nelson, e lhe conta o fato. Alberto, jornalista inescrupuloso, ouve a conversa entre o casal e conta a novidade ao chefe do jornal.
Nelson vai ao encontro de Anastácio e pede a ele que esconda o objeto. Anastácio coloca-o dentro do poço. A notícia de que o Sputnik caiu no Brasil vira primeira página dos jornais.
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Anastácio e Clecy se transformam em celebridades. Hospedam-se no Copacabana Palace, onde recebem propostas de grupos de russos, americanos e franceses que tentam seduzir Anastácio, apresentando-lhe a cantora francesa Bebe.
Os interesses desmedidos dos estrangeiros pelo satélite levam os dois à loucura. Anastácio é raptado pelos franceses e Nelson pelos americanos. Fogem e voltam para a casa de Anastácio. Russos, americanos e franceses os seguem, disputando o valioso troféu, que ninguém sabe onde está.
Anastácio revela o local onde o Sputnik se encontra e todos se alvoroçam. Não encontram nada no poço. Ao passar pelo local, o sacristão diz que pegou o Sputnik e transformou-o em pára-raios para a igreja. Os agentes estrangeiros partem decepcionados e Anastécio Cleci voltam para casa, mas se deparam com o verdadeiro Sputnik que acabara de cair no galinheiro. (Com informações públicas)
Ciclo de Debates sobre Centenário da Semana de Arte Moderna
10º evento online da série | Modernismo, cinema, literatura e arquitetura.
Webinário sobre o filme O homem do Sputnik, direção de Carlos Manga
Dia: 22/7/2021
Transmissão: a partir das 17h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira
Livro inédito de jovens de periferia escancara a vida em favelas
Editada pela FAP, obra reúne textos de poetas e poetisas do grupo artístico-cultural Slam-DéF e será colocada à venda na internet, em 14 de julho, dia de seu lançamento, a partir das 19h
Cleomar Almeida, coordenador de publicações da FAP
Drogas, violência, amor, racismo, sexismo, humor, lirismo, feminismo e outras experiências vividas na pele foram transformadas em poesias e registradas em livro inédito produzido por jovens de periferia do Distrito Federal. Em cada verso, escancaram os olhos para a realidade e, muitas vezes, ressignificam a dor, transformando-a em gritos de resistência. Libertam suas verdades.
Confira o vídeo!
Produzidas por 14 jovens e reunidas por eles próprios no livro “Slam-DéF: palavra em liberdade” (152 páginas), as 43 poesias entregam ao público a vida em palavras. Normalmente, eles se encontram em batalhas de poesias, na segunda quinta-feira de cada mês, realizada pelo grupo com nome igual ao do título da obra, na Biblioteca Salomão Malina, em Brasília.
Editado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), o livro será colocado à venda na internet, em 14 de julho, dia de seu lançamento, que será realizado, a partir das 19 horas, em evento on-line da Biblioteca Salomão Malina, localizada em Brasília. Todos os autores confirmaram participação no encontro virtual.
Inclusão
“O slam também é um evento que acolhe novos artistas da palavra”, afirma o professor Will Júnio, criador e produtor do Slam-DéF. Ele também é o organizador da obra “A competição de poesia falada e performance cresce entre jovens de todas as classes sociais. Trata-se de uma competição destinada a incentivar e dar espaço a poetas e poetisas que não o tiveram e não o têm”, ressalta.
Em suas poesias, os slammers, como são chamados poetas e poetisas que participam de cada slam, deixam em evidência suas singularidades, que, reunidas na obra, dão riqueza à pluralidade de ideias, pensamentos e visões de mundo.
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“Cada slammer tem sua característica, sua maneira de transmitir a informação, e, em um espaço democrático e inclusivo, todos são vistos como iguais”, ressalta o organizador. Ele explica que o movimento teve início na década de 1980, em Chicago, com o poeta Marc Kelly Smit, criador do Uptown Poetry Slam.
Crescimento
O gênero urbano chicagoense espalhou-se por todos os continentes, conforme explica o organizador. Ao Brasil, chegou em 2008, por meio da poeta Roberta Estrela D’Alva. Ela criou a Zona Autônoma da Palavra (ZAP!). Desde então, o gênero vem crescendo pelo país. Com dinâmica completamente diferente dos saraus, o slam é uma competição com regras e caráter eliminatório.
No Distrito Federal, a primeira batalha de poesia do Slam-DéF foi realizada, na noite do dia 3 de março de 2015, no Raízes Bar. “Aquela noite, em Brasília, foi especial. Foi mágica. Foi uma noite de poesia. Uma noite de epifania”, lembra Will Júnio. Segundo ele, o movimento tem ganhado adesão de mais jovens de periferias e de regiões nobres.
“O poeta é cientista da sua época. Ele observa tudo para transformar o todo em poesia. Tudo o que o incomoda, que o alegra, que o fortalece, que o deprime, que o faz bem ou mal é transformado em um linhar de léxicos que obtém diversas formas: narrativas de amor, de perspectivas intrínsecas, de reflexões, de protestos, de humor. Não há um ritmo, não há regras para recitar. O eu lírico é livre”, destaca o organizador da obra.Poetas e poetisas
A seguir, conheça cada autor a partir de suas auto descrições:
Aqualtune: poeta, atriz, dramaturga e estudante de Artes Cênicas na Universidade de Brasília (UnB). Começou suas atividades artísticas no Espaço Semente, como integrante da Semente Cia. de Teatro e organizadora, junto ao poeta Banzo, do Sarau Semeando Arte, em que declamou e desenvolveu suas poesias. Integrante do Núcleo de Pesquisa Preta (NPP), do Espaço Semente, ela evidencia, por meio do Teatro Comunitário desenvolvido junto à Cia. de Teatro e de suas poesias, o protagonismo periférico e preto necessário à arte.
Araian Poeta: nome artístico de Naiara de Jesus Barbosa. Nasceu em Ceilândia, Distrito Federal. Descobriu seu talento para escrever, em sala de aula, com a professora de português Andréa Alves, aos 16 anos de idade. Desde então, escrever é seu porto seguro. Suas inspirações vêm de todo o universo: ela observa pessoas, momentos, sentimentos e descreve, no papel, tudo o que vê, ouve e sente. A poesia é a salvadora desta escritora e artista, todos os dias.
Fabi Souza: nascida no Gama (DF), no dia 2 de outubro de 1998, é artista atuante do Distrito Federal. Iniciou sua carreira em março de 2019, com a poesia marginal. Ela está sempre presente nos eventos culturais de periferias, com poesias que retratam o cotidiano social, por ser mulher negra e periférica.
John: nome artístico de Jonathan Gomes de Arruda, nascido no dia 26 de fevereiro de 2002, no Gama (DF). Cantor e compositor, seu primeiro contato com o Hip Hop foi em 2014 por meio de um amigo. Após isso, tornou-se amante da cultura.
Lari Martinez: produtora cultural, mestre de cerimônias e poetisa. Participa das Batalhas de MC’s, desde 2017, e dos Slams, desde 2019. Conquistou títulos no Distrito Federal e em São Paulo. Seus versos marcantes abordam a presença feminina no hip hop como a “resistência dentro de um movimento de resistência” e buscam incentivar a ascensão feminina, tanto na poesia como no freestyle.
Mano Dáblio: nome artístico de William de Souza Tomaz, inquieto, que arquiteta versos e se aventura na poesia. Artista brasiliense, de 33 anos, poeta, ator, intérprete e ritmizador de seus versos, iniciou seu trabalho em 2000, no orfanato em que morou há 10 anos. Passou parte da infância na periferia de Santo Antônio do Descoberto (GO). Foi no Guará que sua mãe o deixou para o destino do abrigo, e, ao se tornar adulto, retornou à Brasília, em busca de lugar para recomeçar uma nova etapa da sua vida.
Mayk Silveira: é poeta, cantor, compositor e vocalista da Banda Kizumba. Filho de cearense, nasceu no Gama (DF) e foi criado em Valparaíso de Goiás (GO). Desde pequeno, se mostrava artista. Começou a cantar, influenciado por seu irmão mais velho, e a compor, aos 14 anos, quando começou a participar de várias batalhas e slams de MC. Logo depois, passou a estudar Letras na Universidade de Brasília (UnB), além de manter como principal trabalho a banda Kizumba. Seu maior sonho é um dia conhecer todo o Brasil e, até, quem sabe, levar um pouco do Brasil para o mundo.
Nega Lu: moradora da periferia de Santa Maria (DF), é assistente social, desenvolve e consolida projetos de inclusão e empoderamento literário para a população preta e pobre. Após perpassar por diferentes culturas, foi na do Hip Hop que mais se identificou, pois diz que a escrita marginal retrata, de forma específica e plural, como é ser uma mulher preta e Lgbtqi+ no Brasil. Hoje, desenvolve-se também como MC, poetisa, escritora e grafiteira. Suas poesias são políticas, feministas e antirracistas. A gratidão é por proporcionar leitura e conteúdo libertário.
Rasta: cria do gueto, morador de favela, diz não ter estudado porque não quis, escolha infeliz. Hoje lê vários livros, pois deles, diz, é aprendiz, de traficante a cracudo, observando o mundo de cima do papelão, nessa vida onde ninguém acerta, de cracudo a poeta.
Rebeca: nome artístico de Rebeca de Assis, de 17 anos, moradora do Recanto das Emas (DF), lugar onde diz ter se descoberto apaixonada pela poesia em todas as suas formas. Começou escrevendo apenas seus sentimentos e hoje continua escrevendo sobre eles, só que com um pouquinho mais de conhecimento vindo do projeto Recanto Poético, que a ensinou bastante sobre poesia também. Participou do projeto Batucadeiros, que a ensinou a se sentir artista. Seu objetivo é que todos conheçam suas ideias e transmitam paz e amor.
Sanduba: nome artístico de Sanduba Sandoval, de 30 anos, casado, rapper, fotógrafo, missionário, produtor cultural, morador de Valparaíso de Goiás (GO) há mais de 20 anos. Trabalha com a cultura do hip hop em seu município, por meio das batalhas de MC’s e movimentos de arte e cultura em geral. Sua inclusão no Rap foi dentro da Igreja, em 2009, quando começou com um grupo chamado “Adomblack” (Adorando com a Música Black). Depois disso, vieram várias músicas. O lançamento do clip “Eu sou do Rap”, em 2011, teve uma boa aceitação junto ao público evangélico e também ao secular. Lançou seu primeiro CD, com 15 faixas, chamado Sou o que Soul, com composições próprias e um estilo bem diferente do padrão Rap, tendo Samba, hip hop, Soul e Pop, tudo sempre com ritmo e poesia, em 2014.
Velho Banzo: é, primeiramente, macumbeiro-preto-mermo, como ele mesmo se apresenta em suas redes sociais, “artivista” residente no Distrito Federal, filho de dona Waldirene, cronista das ruas e das vivências. Faz de sua arte um espaço de luta contra o racismo religioso, racismo institucional e a violência que atinge os corpos periféricos. Suas inspirações são sua ancestralidade, Racionais MC´s, Emicida, Criolo, MV Bill, Facção Central e todos poetas marginais que encontrou. Algumas de suas poesias no livro o levaram ao Slam-BR 2019 (Campeonato Brasileiro de Poesia Falada).
Victória Dias: tem 21 anos e mora no Paranoá (DF). É preta e artista de periferia. Militante dos direitos humanos, sempre observando a existência e resistência das vidas LGBTQI+ e vidas negras. Aos poucos, diz estar se descobrindo artista e explanando sua habilidade na cidade, em eventos culturais, slams e afins. Faz parte da organização do evento Poesianoá e integra coletivos, como o Noiz Por Noiz e o Noá! Diz sentir-se lisonjeada a participar da edição do livro, pois, segundo ela, “ter uma escrita sendo propagada assim não tem preço”.
Will Júnio: nome artístico de Wildson Júnio Ferreira dos Santos, de 30 anos, morador no município de Novo Gama (GO). É professor de Língua Portuguesa, organizador e apresentador do SlaM-DéF, artista, compositor e poeta. Trabalha com a cultura desde 2012. Já foi representante do DF no Slam-BR e da FLUPP, em 2015, assim como jurado do Duelo Nacional de MC’s, em 2017, em Belo Horizonte.SERVIÇO
Lançamento virtual de livro
Título: Slam-DéF: palavra em liberdade
Data: 14/7/2021
Horário: a partir das 19h
Onde: Portal e redes sociais (Facebook e Youtube) da Fundação Astrojildo Pereira
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo
Observação: Para saber mais detalhes do lançamento online, envie solicitação para o WhatsApp oficial da Biblioteca Salomão Malina – (61) 98401-5561. (Clique no número para abrir o WhatsApp Web).
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‘Gabinete do ódio está no coração do governo Bolsonaro’, diz Política Democrática
Em editorial, revista da FAP diz ser urgente disseminar informação sobre a cara do governo
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
“Precisamos de luz sobre o governo”, diz o editorial da nova edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília. De acordo com o texto, a pandemia do coronavírus é questão crucial para o Brasil vem sendo tratada com “descaso esperado” pelo presidente Jair Bolsonaro e sua equipe. “O chamado gabinete do ódio está no coração do governo”, alerta outro trecho.
» Acesse aqui a 19ª edição da revista Política Democrática Online!
No mundo todo, o coronavírus matou mais de 355 mil pessoas até esta quinta-feira (28) e, no Brasil, quase 26 mil. No país, há 418,6 mil casos confirmados e 190,8 mil pessoas conseguiram se recuperar. “Uma vez que o problema, para o governo, não é a doença, mas as medidas que o consenso da ciência indica para sua contenção, caminhamos celeremente para a quebra de todos os recordes negativos”, afirma o editorial.
Provavelmente, de acordo com a opinião da revista Política Democrática Online, o Brasil atingirá números mais elevados do mundo, tanto no que respeita a óbitos quanto a empregos destruídos. “Essa a verdadeira face do governo. A face alternativa é fugaz, fruto da pressão das circunstâncias e se dissipa na sua ausência”, destaca o texto.
De acordo com o editorial, é urgente disseminar a informação sobre a cara do governo e fazer chegar a todos os cidadãos o alerta sobre os riscos que lhes são impostos.
O texto também diz que, considerando o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, “há identidade plena entre as barbaridades estampadas nos cartazes dos manifestantes, em circulação nos espaços mais tenebrosos das redes sociais, e o discurso do primeiro escalão do governo”, afirma.
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Revista Política Democrática || Sérgio C. Buarque: Os sinais e as incertezas
Economia do país reage e apresenta sinais alentadores, com ambiente macroeconômico favorável, com inflação de 3,4% ao ano e a mais baixa taxa Selic da história recente do Brasil (5% ao ano, menos de 2% em termos reais). É só o presidente não atrapalhar e as tensões externas arrefecerem
Os sinais da economia brasileira são alentadores. Apesar do tímido crescimento esperado para este ano e dos níveis alarmantes de desemprego, a combinação de inflação em patamares civilizados (3,4% ao ano) com a mais baixa taxa de juros de referência (Selic) da história recente do Brasil (5% ao ano, que representa menos de 2% em termos reais) cria ambiente macroeconômico muito favorável. Se o presidente da República não atrapalhar e as tensões comerciais externas arrefecerem, é provável que a economia brasileira retome ciclo de crescimento nos próximos anos. Nada espetacular e rápido, contudo, como seria desejável para a geração de renda e emprego e para ampliação da receita pública. Mesmo com a reforma da Previdência, a crise fiscal ainda vai se arrastar por alguns anos, as famílias e as empresas continuam endividadas e a economia internacional caminha a passos de tartaruga.
A queda da taxa de juros de referência deve gerar três efeitos positivos e complementares na economia. De imediato, reduz o custo da dívida pública, contendo a tendência de expansão do endividamento, que gera insegurança e instabilidade, e diminuindo o tamanho do superávit primário necessário para pagamento dos juros. Ao mesmo tempo, a redução da Selic já está empurrando para baixo os juros do crédito comercial, mesmo com a persistência de oligopólio bancário e da elevada inadimplência.
Além disso, a redução da Selic deve levar a uma redução da atratividade das aplicações financeiras em títulos da dívida pública, grande parte dos quais são remunerados pela taxa de referência. Como consequência, pode haver migração das aplicações da poupança nacional para produtos mais rentáveis, incluindo ações, e mesmo para o consumo ou o investimento. O desestimulo da “economia rentista” anima os empreendedores à procura de negócios com maior remuneração e risco mais elevado. Como a economia está operando com alto índice de ociosidade, a ampliação da utilização da capacidade instalada, acompanhada da contratação de mão de obra desocupada, complementa o ciclo virtuoso de recuperação do crescimento econômico.
Entretanto, esta conjuntura favorável convive com muitas incertezas, que assustam os agentes econômicos e podem comprometer o crescimento da economia. O primeiro fator de insegurança reside no próprio governo, na incompetência e no desequilíbrio emocional e ideológico do presidente da República, sua incontinência verbal alimentada pela paranoia reacionária, provocando quase cotidianamente o conflito e a instabilidade. A isto se agrega a recente libertação de Luís Inácio Lula da Silva com um discurso de radicalização política que deve acentuar a polarização entre lulistas e bolsonaristas, elevando a temperatura política, o que pode desfocar o debate das reformas estruturais.
É surpreendente, em todo caso, a consistência da política econômica de um governo completamente desorientado, parecendo indicar que o presidente delegou, efetivamente, ao ministro Paulo Guedes e a outros ministros da área econômica a condução das reformas que podem destravar a economia e estimular novos investimentos privados. Além das iniciativas para privatização de várias estatais e concessão de serviços públicos, o governo vem avançando em algumas reformas do Estado para flexibilizar, regular e reduzir as despesas públicas. O Ministério da Economia falha, lamentavelmente, quando se omite das negociações que levam à reforma tributária (com duas propostas tramitando no Congresso), fundamental para melhoria do ambiente de negócios, que estimula os investimentos.
Não bastassem as incertezas internas, a situação internacional emite ondas de instabilidade que podem atrapalhar muito o desempenho da economia brasileira. A disputa comercial dos Estados Unidos com a China, amenizada transitoriamente, pode gerar retração da economia global e, de imediato, atingir os dois maiores parceiros comerciais do Brasil. A União Europeia, às voltas com um nacionalismo retrógrado e com a confusão do Brexit, mostra sinais de estagnação econômica que contraem também o comércio internacional. Mais perto do Brasil, o renascimento do peronismo kirchnerista na Argentina, nosso terceiro parceiro comercial, ameaça a existência do Mercosul, base para negociação de acordos comerciais com grandes centros econômicos, especialmente o entendimento com a União Europeia, já muito abalado pelas barbaridades do presidente Jair Bolsonaro.
Mesmo com toda a reserva em relação a um presidente autoritário e reacionário em áreas importantes da vida brasileira, há motivos para otimismo quanto a uma possível retomada do crescimento da economia brasileira. Os sinais são positivos, embora as incertezas ainda sejam muito grandes.