Obra apresenta análise detalhada de um dos maiores nomes da literatura do Brasil
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
A grandeza da vida e das obras do escritor brasileiro Machado de Assis ganha um registro ímpar em um livro que tem se tornado referência para entender detalhes e ideais que marcaram a trajetória de um dos maiores nomes da literatura nacional. Escrito por Astrojildo Pereira, fundador do PCB (Partido Comunista Brasileiro), cuja identidade evoluiu para o hoje Cidadania, o livro Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos (3ª edição, 2008, 224p.) revela contrastes ímpares do autor brasileiro. A obra está à venda no site da Amazon.
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Os estudos mais avançados sobre Machados de Assis, tanto no Brasil quanto no exterior, apontam sua íntima relação com o contexto histórico-social em que o maior escritor brasileiro viveu, que é o do Segundo Reinado e a passagem para o republicando em sua primeira fase. “O que quase não se diz, é quando se diz é de forma tímida, ou até depreciativa, é o importante papel que teve o intelectual Astrojildo Pereira neste processo de renovação nos estudos sobre a obra de Machado de Assis”, conforme destaca o historiador Martin Cezar Feijó, organizador desta edição do livro.
O livro conta que Machado de Assis reunia, em si mesmo, as imagens de uma pessoa tímida e sensual, pobre e órfão que se fez pelas próprias mãos o maior escritor brasileiro, pacato e determinado, solitário e animador cultural, enfermo constitucional e saúde equilibrada. “Em suma, Astrojildo não nega, antes reforça, o caráter universal na obra de Machado de Assis: ‘o mais universal de nossos escritores’”, acentua Feiijó.
O Machado de Assis de Astrojildo Pereira revela a imagem de um escritor que foi retrato do tempo em que viveu e com ele se identificou no que toca aso princípios constitucionais da sociedade imperial, refletindo-os em sua obra na condição de um ficcionista do Segundo Reinaldo. Por isso, conforme consta do prefácio, chega-se à conclusão de que essa mesma obra tinha um forte sentido político-social.
O livro também entrega ao leitor o filme A Última Visita, em formato de DVD, anexado na última página. O filme é baseado na história de Astrojildo Pereira, que, em 1908, compareceu a encontro não marcado na casa de Machado de Assis. Desde então, uma forte relação se estabeleceu até o fundador do PCB tornar-se, mais tarde, uma das maiores referências da esquerda brasileira.
Quem foi Astrojildo Pereira?
Astrojildo Pereira Duarte Silva nasceu em Rio Bonito, a 78 quilômetros do Rio de Janeiro, em 8 de novembro de 1890. Foi escritor, jornalista, crítico literário e político brasileiro. Fundou o PCB (Partido Comunista Brasileiro), em 1922, na mesma década em que houve ascensão do movimento operário no Brasil. Ele morreu, em 1965, aos 75 anos.
Aos 16 anos, abandonou os estudos (no terceiro ano do curso ginasial no Colégio Anchieta, de Nova Friburgo) para iniciar a sua vida na militância anarquista, em oposição à doutrina religiosa difundida pela Igreja e contra o militarismo, estimulado pelas greves operárias de 1906.
Na juventude, como gráfico, participou de organizações operárias anarcossindicalistas e foi um dos organizadores do segundo Congresso Operário Brasileiro, em 1913. Iniciou na imprensa operária a sua carreira de jornalista, atividade à qual se dedicaria durante a maior parte de sua vida.
Em 1918, foi preso por participar da frustrada insurreição anarquista, sendo libertado em 1919. Fundou, em 1921, o Grupo Comunista do Rio de Janeiro. No ano seguinte, reuniu os vários grupos bolchevistas regionais para criar o Partido Comunista do Brasil, em março de 1922, reconhecido dois anos depois como Seção Brasileira da III Internacional.
Sua primeira viagem à União Soviética foi em 1924, na condição de secretário-geral do partido. No ano seguinte, junto de Otávio Brandão, iniciou a publicação do jornal A Classe Operária, órgão oficial do PCB. Em 1927, viajou à Bolívia para entrar em contato com o líder tenentista refugiado Luís Carlos Prestes, a fim de aproximá-lo do marxismo-leninismo. Em 1928, passou a ser um dos integrantes do Comitê Executivo da III Internacional.
Em 1931, desligou-se do partido e passou a colaborar no jornal carioca Diário de Notícias e na revista Diretrizes. Como crítico literário, especializou-se nas obras de Machado de Assis e Lima Barreto.
Em 1945, retornou ao PCB, passando a colaborar com a imprensa partidária. No entanto, após a cassação do partido, em 1947, a diretriz política ordenada por Prestes até 1956 acabou afastando-o novamente do PCB.
Após a instauração do governo militar, em 1964, foi preso por três meses, já em estado precário de saúde. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1965. Em 2000, o então PPS (Partido Popular Socialista) cria a FAP (Fundação Astrojildo Pereira), com o objetivo de preservar a memória deste fundador do PCB e dos militantes comunistas brasileiros.
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