Alberto Aggio: O campo democrático e o petismo

Foi um acinte ver Fernando Haddad afirmar, na semana que passou, que um acordo com o PSDB passava por uma autocrítica deste em relação às eleições de 2014 e ao impeachment. Em seguida, vendo que havia esticado demais a corda, saiu-se com a conversa de que com o PSDB "o diálogo deve ser permanente".
Foto: Ricardo Stuckert
Foto: Ricardo Stuckert

Foi um acinte ver Fernando Haddad afirmar, na semana que passou, que um acordo com o PSDB passava por uma autocrítica deste em relação às eleições de 2014 e ao impeachment. Em seguida, vendo que havia esticado demais a corda, saiu-se com a conversa de que com o PSDB “o diálogo deve ser permanente”.

Logo ele, representando o PT, vem exigir autocrítica, quando legou ao país a tragédia de milhões de desempregados e uma quebradeira da atividade econômica que já é identificada como a maior recessão da história do país. Por isso, não pode exigir autocritica de ninguém que faz parte do campo democrático.

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Nos ultimo dias, Haddad voltou à carga. Como moleque de recados de Lula e José Dirceu, diz que vai visitar FHC para conversarem sobre uma “suposta” aliança em defesa da democracia. Verbaliza com isso o discurso de um infeliz manifesto de intelectuais que décadas a fio foram apoiadores acríticos de um ex-presidente que roubou e deixou roubar o suado dinheiro dos brasileiros, em benefício próprio, do partido e de grandes empresários, e agora clamam em defesa do seu candidato e da democracia.

Logo “eles” que sempre apoiaram o chavismo e o regime de Maduro, na Venezuela, que causa indignação a quem observa minimamente os fatos que ocorrem no norte do país. Na Venezuela não há democracia alguma e Haddad bem como “nossos bravos intelectuais” se esqueceram disso num oportunismo que não necessita de palavras para ser denunciado.

A situação é bastante difícil e alguns princípios devem ser previamente estabelecidos. Os democratas não devem aceitar conluios secretos entre Haddad e FHC. A ameaça autoritária à democracia é real e tem dois lados muito claros. Um deles é o PT. Aqui não cabe a tal conversa de “ciscar para dentro”. Isso acaba no dia 7 de outubro. Aqui cabem compromissos claros e firmados em público, em defesa da democracia:

1. Defesa da Constituição de 1988; rejeição da tese de convocação de uma nova Constituinte;

2. Garantia da liberdade de imprensa; rejeição às propostas de controle e regulação da mídia;

3. Defesa da Lava Jato, além de valorização e plenas garantias ao funcionamento regular do sistema de Justiça; admissão clara da independência da Justiça para deliberação do caso Lula;

4. Garantia da lei e da ordem pelo que reza a Constituição, não se admitindo nenhuma interferência nem na formação nem no papel constitucional das Forças Armadas; rejeição a quaisquer propostas de formação de milícias, como ocorre na Venezuela;

5. Preservação da moeda e garantia das reformas de modernização do Estado promovida nos últimos dois anos para que o país reencontre o caminho do crescimento.
Sem esses princípios preestabelecidos, não há como nenhuma força do campo democrático iniciar qualquer tratativa com Haddad e com o PT.

 

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