O Globo: Ministro da Defesa diz que situação está estabilizada na favela da Rocinha

Ministro da Defesa Raul Jungmann afirmou que as Forças Armadas ficarão no Rio até o fim de 2018.
Foto: Vladimir Platonow/Agencia Brasil
Foto: Vladimir Platonow/Agencia Brasil

Ministro da Defesa Raul Jungmann afirmou que as Forças Armadas ficarão no Rio até o fim de 2018

O ministro da Defesa Raul Jungmann, disse na manhã desta segunda-feira, em entrevista à rádio CBN, que há uma ‘estabilização’ na situação da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Ele avaliou como positiva a operação como positiva e fez um balanço do último fim de semana.

— Tivemos a apreensão de 22 fuzis, aproximadamente 8 granadas, uns 80 carregadores, quantidade de drogas, pouco dinheiro, além de prendermos 17 bandidos, inclusive um dos chefes do tráfico do Caju (…) Além disso, há uma estabilização de ontem (domingo) para cá dentro da comunidade da Rocinha, e os tiroteios que foram reportados não eram mais como anteriormente, entre facções, mas sim entre polícia e bandido.

O ministro afirmou que as Forças Armadas ficarão no Rio até o presidente Michel Temer sair da Presidência.

— Nós estaremos lá (Rio), segundo determinação do presidente Michel Temer, até o último dia de dezembro de 2018. Estamos permanentemente colaborando, apoiando as polícias. E nós temos feito isso. Já é praticamente a quinta operação que nós fazemos. Além disso, estamos atuando de forma integrada em termos de logística, em termos de troca de informação e sempre atendendo à demanda do estado. É bom lembrar que as Forças Armadas atuam por demanda exatamente das policiais, porque são elas que conhecem o terreno, a dinâmica criminal. E nós estramos, como fizemos agora recentemente, fazendo um cerco, um bloqueio, para que ninguém escape — afirmou, ele acrescentando que há outras ações previstas para o Rio.

Sobre a falta de sintonia entre os governos estadual e federal no início da operação na Rocinha, o ministro disse que isso já foi acertado.

— Eu tive uma reunião com o governador (Luiz Fernando Pezão) onde nós passamos a limpo todos os nossos pequenos conflitos, que nós vinhamos tendo até então. Isso foi devidamente superado e o exemplo está aí. Nós temos atuado de forma extremamente harmônica na Rocinha e vamos continuar atuando assim, por que isso é uma exigência do povo do Rio de Janeiro, e as autoridades têm que se entender quando há uma exigência do povo. Afinal de contas, o que justifica estarmos aonde estamos é exatamente para procurar atender à população — disse.

O ministro acredita que os índices de segurança devem começar a melhor a partir de 2018, quando o Rio voltar a ter crédito:

— Todos os indicadores de roubo de carga, crime doloso, roubo de carro, assalto a pedestres e até as UPPs vinham tendo um desempenho positivo até meados de 2014, sobretudo, 2015. Aí você tem a queda de todos esses índices. Mas eles caem de uma maneira absolutamente uniforme. O que quer dizer isso? A crise fiscal do Rio de Janeiro, a crise econômica do Rio de Janeiro, a falta de recurso para pagar salário, para pagar o RAS (Regime Adicional de Serviço) — horas extras —, para pagar o Sistema de Metas que premia por desempenho. Então, tudo isso levou a uma queda enorme das conquistas que tinham sido feitas. Na hora em que o governador voltar a ter crédito, obtiver o empréstimo de R$ 3 bilhões, voltar a pagar os salários atrasados a partir de outubro, voltar a pagar o RAS, a fazer concursos, botar mais policias nas ruas, sem sobra de dúvidas, vão representar uma melhora — afirmou.

Sobre a atuação de bandidos de dentro do presídio, como no caso do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que deu ordens para criminosas invadirem a Rocinha, o ministro defendeu que as conversas dos chefes do tráfico de drogas, advogados, agentes carcerários, parentes e visitantes deles sejam gravadas.

— Se a gente não corta a comunicação do comando do crime que está dentro da unidade prisional, penitenciária, presídio, se o comando do crime transforma as nossas penitenciárias em home office, gabinete de trabalho porque ele continua se comunicando com quem está na rua, a gente está enxugando gelo (…) Há uma campanha também que peço: que se corte a comunicação do comando do crime que está na prisão com o comando do crime que está nas ruas. Isso só se faz gravando tudo e colocando à disposição da Justiça. E isso faz parte do conjunto de medidas que nós vimos solicitando junto ao estado e ao legislativo — disse o ministro, acrescentando que foram feitas 30 varreduras em presídios do país. Segundo ele, em cada três presos, um estava armado. Também foram encontramos chips e celulares.

 

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