Em artigo publicado na revista Política Democrática Online, sociólogo destaca necessidade de focar nas desigualdades que fazem as crises serem mais devastadoras
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
“No mundo real, enquanto os países se mobilizam para conter o coronavírus e suas nefastas consequências, não se pode perder de vista quadro bem mais assustador: uma nova pandemia é só uma questão de tempo”. A afirmação é do sociólogo e jurista Pedro Scuro Neto, diretor da Sociedade Internacional de Criminologia (Paris), em artigo que publicou na 19ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.
Acesse aqui a 19ª edição da revista Política Democrática Online
Pedro Scuro, que também é autor de Sociologia Geral e Jurídica, cuja 8ª edição (A Era do Direito Cativo) é publicada pela Saraiva, diz que o surto global de Covid-19 não foi uma anomalia. “Doenças infecciosas emergem e reemergem em velocidade nunca vista ao longo da história. De 1980 a 2013, o número de epidemias anuais oscilou de 1.000 a mais de 3.000”, alerta.
Segundo o artigo de Scuro publicado na Política Democrática Online, doenças infeciosas, como Zika, MERS-CoV, SARS, cólera, tuberculose, HIV, influenza e ebola, matam milhões todos os anos e, no seu rastro, destroem economias, causam pânico e, como no Brasil, crises institucionais. “Situação que expõe a fragilidade das economias, a insuficiência das redes de segurança social e permanente subinvestimento em sistemas de saúde pública”, critica ele.
Em sua análise, Pedro Scuro Neto sugere que, primeiro, é preciso reforçar a capacidade do sistema de saúde na detecção e contenção de doenças com organismos centralizados de vigilância de dados que articulem informações de laboratório com dados populacionais e medidas clínicas.
Em segundo lugar, conforme ele aponta, é necessário desenvolver comunicação e coordenação, articulando centros de controle e prevenção com organismos da sociedade civil capazes de guiar respostas durante as crises e preparar protocolos baseados em evidências e boas práticas de saúde mesmo em tempos em paz. “Finalmente, focar nas desigualdades que fazem as crises tão devastadoras, atentando para pequenas empresas, trabalhadores e pessoas mais vulneráveis”, pondera.
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