O crescimento da economia brasileira no segundo trimestre deste ano, cujo aumento foi de 0,2% em relação aos primeiros três meses de 2017, é mais um indicador importante de que o país iniciou o processo de retomada e está deixando para trás a maior recessão de sua história, um perverso legado do período de 13 anos do lulopetismo. É evidente que ainda se trata de uma lenta recuperação, que demorou um pouco mais que o esperado para começar, mas é suficiente para mudar o ambiente do país e dar maior esperança à população.
Já em relação ao segundo trimestre do ano passado, ainda de acordo com dados divulgados pelo IBGE, houve um crescimento de 0,3% do PIB – foi o primeiro resultado positivo após 12 baixas seguidas nesta base de comparação, desde o primeiro trimestre de 2014. É importante lembrar que o Brasil já havia registrado um avanço de 1% nos três primeiros meses de 2017, interrompendo uma sequência de dois anos com índices sucessivamente negativos.
O IBGE também apontou uma recuperação do nível de consumo das famílias brasileiras, que cresceu 1,4% no segundo trimestre em comparação com o primeiro. Em relação ao mesmo período do ano passado, o avanço foi de 0,7%. Segundo o IBGE, o resultado positivo se deve, entre outros fatores, à queda da inflação no período, à redução da taxa básica de juros e ao crescimento dos salários.
Com os bons resultados apresentados pela economia brasileira, também melhorou a perspectiva para o consolidado do ano. De acordo com a última edição do Boletim Focus, relatório divulgado pelo Banco Central, a mediana das projeções para o crescimento do PIB em 2017 saltou de 0,39% para 0,5% e, para 2018, já chega a 2%. A estimativa para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi reduzida de 3,45% para 3,38% neste ano e de 4,2% para 4,18% no ano que vem.
Diante de tudo isso, não há como negar que começamos a sair de uma agenda negativa e passamos a vislumbrar uma perspectiva de futuro para o país. Com a recuperação da economia em pleno andamento, os brasileiros passam a ter outras preocupações além da justa e necessária indignação diante de uma série de escândalos de corrupção, do desmantelo ético e moral e dos malfeitos revelados pela Operação Lava Jato – cujo primordial trabalho terá continuidade, mas que hoje não é mais a única temática em pauta na sociedade.
Aos poucos, e nas últimas semanas com maior intensidade, a cidadania se mobiliza em torno da política e com vistas às eleições gerais de 2018, que serão o marco do fim do período de transição após o impeachment e o início de um novo ciclo para o país. A mais grave crise econômica de nossa história republicana vai se tornando página virada, e é hora de pensar em soluções efetivas para os problemas da população. Os brasileiros já discutem possíveis candidaturas e a construção de um projeto para o país.
Nesse sentido, tenho reafirmado a importância da união de todas as forças do campo democrático para que a sociedade não fique refém de uma disjuntiva deletéria para o Brasil. É urgente oferecer aos eleitores uma alternativa à polarização entre uma esquerda atrasada e mesmo reacionária, que apoia abertamente ditaduras como a de Nicolás Maduro na Venezuela, e uma extrema-direita igualmente populista e de viés claramente fascista, que defende a ditadura militar instalada por mais de 20 anos no Brasil e é entusiasta das torturas por ela praticadas naquele período de triste memória. Falsamente antagônicas no espectro político, essas forças, na verdade, acabam por se retroalimentar e devem ser combatidas com altivez por todos aqueles comprometidos com os valores democráticos.
É por isso que venho defendendo, ao lado de amplos setores do PPS e de outros partidos políticos, a construção de uma candidatura que unifique o chamado centro democrático e reúna condições de enfrentar e derrotar os dois extremos citados anteriormente, que evidentemente nada têm de bom a oferecer ao Brasil em uma nova quadra política a ser vivenciada a partir de 2018. Até lá, o PPS permanece com sua posição de independência em relação ao atual governo, mas sempre deixando claro o nosso firme compromisso de apoiar a transição e as reformas.
Tendo vencido a recessão, que ficou para trás como uma triste lembrança dos governos de Lula e Dilma, e agora iniciando um processo ainda lento de crescimento econômico que tende a se intensificar nos próximos meses, o país está preparado para dar o próximo passo em direção ao futuro. Este é o momento de somar forças para avançar nas reformas, aglutinar o campo democrático e evitar retrocessos. Temos, enfim, uma agenda positiva a cumprir, o que não é pouco após tamanho desmantelo. Dela depende o futuro de milhões de brasileiros. Vamos em frente.