Bernardo Mello Franco: Bolsonaro usa coronavírus para fazer ameaça explícita à democracia

Horas depois do pronunciamento que agravou seu isolamento político, o presidente Jair Bolsonaro fez nesta quarta uma ameaça explícita de ruptura com a democracia.
Foto: Isac Nóbrega/PR
Foto: Isac Nóbrega/PR

Horas depois do pronunciamento que agravou seu isolamento político, o presidente Jair Bolsonaro fez nesta quarta uma ameaça explícita de ruptura com a democracia.

Em entrevista, ele voltou a atacar os governadores, projetou uma situação de “caos” e disse que o Brasil “pode sair da normalidade democrática”.

“Ninguém sabe o que pode acontecer no Brasil”, afirmou, na porta do Palácio da Alvorada.

As declarações indicam que Bolsonaro vê na crise do coronavírus uma oportunidade para radicalizar em sua estratégia de confronto com as instituições.

Na sexta-feira, o presidente disse que seria “relativamente fácil” decretar estado de sítio, o que significaria concentrar poderes e suspender garantias democráticas.

De acordo com a Constituição, a medida depende de aprovação do Congresso, onde a situação de Bolsonaro só piorou com o pronunciamento de ontem.

Esta quarta deve ser um dia decisivo para a definição dos próximos passos da crise política. Bolsonaro terá uma conversa com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que já sofre pressões para deixar o cargo.

Ele também fará videoconferência com os governadores do Sudeste, principais alvos de seus ataques em cadeia nacional de rádio e TV.

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