Seminário FAP || ‘País está ameaçado por este maluco’, diz Marta Suplicy sobre Bolsonaro

Em seminário realizado pela FAP, senadora fez duras críticas ao presidente e disse que a anestesia da população está acabando.
Foto: Cleomar Almeida
Foto: Cleomar Almeida

Em seminário realizado pela FAP, senadora fez duras críticas ao presidente e disse que a anestesia da população está acabando. O evento tem transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook: facebook.com/facefap

“Temos que defender o Estado de Direito e a democracia. Este país está ameaçado com este maluco”, disse a senadora Marta Suplicy referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro. Ela fez a declaração, neste sábado (24), durante a abertura do Seminário Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI. O evento é realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculado ao Cidadania, na Casa do Saber, em São Paulo (SP).

“Estamos em um momento que nenhum de nós pensou algum dia na vida que fosse viver”, afirmou Marta. Ela disse que os reflexos da atual política resulta em “coisa esdrúxula”, mas, acrescentou, essa situação não é inesperada. “Todo mundo sabia que a pessoa eleita não era qualificada. Além de não qualificada, tem sério problemas emocionais. São dois fatores que, juntos, são muito perigosos para a democracia”, destacou ela.

De acordo com com a senadora, várias pessoas acharam que a postura de Bolsonaro, no início de seu mandato, poderia ser reflexo de que ele não havia percebido que a campanha tinha acabado. “Mudar de papel de uma hora para outra é difícil, mas, depois, fui percebendo que não era questão de papel, era de desequilíbrio, obsessão, paranoia”, acentuou, para acrescentar que o presidente age com “falta de respeito e de tolerância”.

A senadora citou, por exemplo, que a postura de Bolsonaro diante do quadro de queimadas na Amazônia tem relação com o histórico dele de desrespeito ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No início deste mês, o presidente exonerou o diretor do órgão, Ricardo Galvão, após discordar da divulgação de dados que revelam o aumento do desmatamento na floresta.

A falta de capacidade de Bolsonaro para ocupar o cargo da Presidência da República reflete também, segundo Marta, nas ações de políticas educacionais, externas e econômicas adotadas pelo atual governo. “Algumas grosserias estamos tolerando, mas não dá para ficarmos quietos”, frisou a senadora, ressaltando que ficou contente ao ver o país reagir, nesta sexta-feira (23), com panelaço contra o pronunciamento de Bolsonaro na TV sobre os incêndios na Amazônia. “A anestesia está acabando e a banalização não está sendo mais tolerada”, ressaltou ela.

A senadora destacou que a democracia precisa ser defendida. “Não estou de partido nenhum. Sou de muitos partidos hoje”, disse. “Temos muita coisa em comum nos partidos. Está na hora de pegarmos tudo que a gente discorda e pensar numa grande frente para enfrentarmos o que está aí. Se não nos unirmos, vamos perder a eleição daqui [de 2020] e de 2022”, alertou ela.

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