Em artigo publicado na nona edição da revista Política Democrática online, presidente do Irice avalia que UE é o segundo parceiro comercial do grupo
A abertura dos mercados com tarifa zero se dará em dez anos para a maioria dos produtos. A UE (União Europeia) deverá reduzir o imposto de importação de forma mais rápida (92% dos produtos) do que o Mercosul (72%), de acordo com o presidente do Irice (Instituto de Relações Internacionais e Comercio Exterior), Rubens Barbosa. A análise dele está publicada na nona edição da revista Política Democrática online.
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“A UE é o segundo parceiro comercial do grupo e o primeiro em investimentos. A corrente de comércio bi regional foi de mais de US$ 90 bilhões em 2018 e o Brasil exportou para lá mais de US$ 42 bilhões, cerca de 18% do total exportado pelo país”, observa o presidente do IRICE. “Em linhas gerais, a divulgação da parte comercial do acordo de associação indica que produtos agrícolas de interesse para o Brasil (suco de laranja, frutas e café solúvel) terão suas tarifas eliminadas; outros produtos terão garantido acesso por meio de quotas (carne, açúcar, etanol)”, afirma Barbosa.
Segundo ele, haverá acesso efetivo em diversos segmentos de serviços, como comunicação, construção, turismo, transportes e serviços financeiros e profissionais, e compras públicas. “Cabe ressaltar a inclusão de regras, inclusive sobre proteção do meio ambiente, mudança do clima (observância do Acordo de Paris) e preservação da floresta amazônica”, diz.
O acordo termina um longo período de mais de 20 anos de isolamento do Merco- sul e do Brasil nas negociações de acordos comerciais. Enquanto, nesse período, o Mercosul assinou três acordos (Egito, Israel e Autoridade Palestina), segundo a OMC foram assinados mais de 250 acordos comerciais no mundo.
“Isolado, o Brasil perdeu espaço nos fluxos dinâmicos do comércio internacional e participa de forma menor nas cadeias de valor global no intercâmbio entre empresas”, diz Barbosa. “Com a assinatura do acordo, na contramão do movimento global que tende ao protecionismo e às restrições ao livre comercio, o Mercosul volta a ter visibilidade e deve acelerar as negociações com a EFTA (Área de Livre comercio da Europa), o Canadá, a Coreia do Sul e Cingapura”, acentua.
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