Segundo a autora, a situação de mulheres de subordinação nas relações afetivo-sexuais e de reduzida presença nos espaços de poder comprometem a democracia em seu sentido mais amplo
Cleomar Almeida
“Apesar das conquistas como o direito ao voto para as mulheres, à instrução, à ampliação dos postos de trabalho, à saúde física, sexual e reprodutiva, à participação política, muita luta ainda será necessária para a efetivação desses direitos.” Essa é a avaliação de Almira Rodrigues, em artigo publicado na sexta edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, novo nome do PPS (Partido Popular Socialista). Acesse o nosso site e confira (http://www.fundacaoastrojildo.com.br)
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De acordo com Almira, o dia 8 de março é comemorado como um dia de luta, em que as mobilizações denunciam as desigualdades de gênero e o comprometimento da cidadania das mulheres em todo o mundo. “Dia em que muitas mulheres e homens solidários se nutrem de feminismo e expressam a esperança em um mundo justo e fraterno, onde todos possam viver com dignidade e respeito, uma vez que as mulheres historicamente têm sido privadas desses direitos”, escreve ela.
Apesar das conquistas realizadas desde 1910 – ano em que foi adotado o Dia Internacional da Mulher na Conferência de Mulheres Socialistas, em Copenhague –, como o direito ao voto para as mulheres, à instrução, à ampliação dos postos de trabalho, à saúde física, sexual e reprodutiva, à participação política, muita luta ainda será necessária para a efetivação desses direitos.
“As mulheres vivenciam toda a diversidade social: de classe e remuneração, raça/etnia, idade, instrução social, cultura, religiosidade, sexualidade (heterossexuais, bissexuais, lésbicas), gênero (mulheres cisgêneras, transgêneras, transexuais, travestis, intersexo). Movimentos feministas e de mulheres abordam essas especificidades a serem consideradas nas políticas públicas que devem se dirigir a todos e, principalmente, aos grupos mais discriminados e violentados”, afirma a autora.
Segundo Almira, é importante refletir e combater os mecanismos de reprodução de práticas discriminatórias em relação às mulheres, bem como os aspectos culturais e psicológicos que reforçam práticas abusivas e vitimistas visando desconstruí-los. “A situação de mulheres de subordinação nas relações afetivo-sexuais e de reduzida presença nos espaços de poder comprometem a democracia em seu sentido mais amplo, de humanidade, inclusão e generosidade. Criar solidariedade, enfrentar os poderosos e construir novas sociedades são desafios postos pelos feminismos. Que se afirmem a vontade e a responsabilidade de deixar um mundo melhor para os que virão”.
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