Realizado pela FAP, evento contou, na abertura do segundo dia, com participação do historiador Marcus Vinícius Oliveira e do professor universitário José Antonio Segatto; acompanhe a cobertura do encontro também pelas redes sociais da fundação
Cleomar Almeida
Enviado especial a Padre Bernardo (GO)
O segundo dia do 3º Encontro de Jovens Lideranças começou com a interação dos participantes em palestras sobre sistemas políticos e democracia brasileira, principalmente por meio de análises e críticas sobre o atual cenário político nacional e do mundo. Realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), com apoio do Partido Popular Socialista (PPS), o evento começou no domingo (24) e segue até a próxima quinta-feira (28), no Hotel Fazenda Mestre D’ Armas, no município de Padre Bernardo, no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília.
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Doutor em História e membro do conselho curador da FAP, Marcus Vinícius Oliveira coordenou a discussão com o tema “Sistemas Políticos: a história e as mudanças diante da revolução tecnológica”. Nela, o professor propôs a reflexão sobre a crise da democracia e as relações da tecnologia com a crise do regime. “O objetivo foi tentar pensar sobre como podemos usar a tecnologia a favor da política e da democracia, e não contra elas. Às vezes, dependendo da forma como a usamos, perdemos a capacidade de decidir politicamente de modo autônomo. Isso pode ser um prejuízo para a democracia.”
O professor universitário e membro do conselho curador da FAP, José Antonio Segatto, coordenou a conversa sobre “A democracia brasileira: sua história e seu futuro”, em que os jovens discutiram os direitos de cidadania e a características do regime. Os conceitos foram analisados a partir de uma perspectiva histórica e com determinados elementos da cultura e da prática política que, segundo o palestrante, limitam o exercício dos direitos e do próprio regime de governo, como o patrimonialismo, o clientelismo, o fisiologismo e o corporativismo.
Oliveira também ponderou que a “democracia é a disputa pelo consenso”. “A gente pensa a democracia como conflito e consenso porque parte do pressuposto que tem diversas forças em atuação”, afirma, para acrescentar: “É a expressão das mais variadas ideias, o conflito, mas dentro de determinada norma e limite democráticos, o consenso, para que a nossa discordância nunca chegue a romper o sistema”.
A Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, garantiu a ampliação de muitos direitos, incluindo os do meio ambiente, do idoso e do consumidor. “Nos direitos e garantias individuais, a Constituição é uma das mais avançadas do mundo”, analisa Segatto, ressaltando a importância do encontro para a formação de jovens lideranças do país. “Acho muito importante discutir com os jovens, que são os novos atores sociais”.
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