Inovar é um verbo transitivo direto que significa introduzir novidade em; fazer algo como não era feito antes – sendo que no Brasil também significa fazer ainda melhor. Necessária, produtiva e urgente, a inovação em todos os campos deve ser cada vez mais incentivada para que possamos estar em condições de competitividade com o resto do mundo.
É um dos fenômenos mais importantes na economia e nos negócios nos tempos atuais, seja devido à perspectiva de que está diretamente relacionada com a geração de riquezas, ou com seu objetivo principal que é o ganho de competitividade. O conhecimento torna-se cada vez mais importante e as instituições de pesquisa são crescentemente vistas como veículos para a transferência de tecnologia e um canal por meio do qual a troca de conhecimento se torna mais eficaz.
Por isso essa grande necessidade de investir no ato de inovar. O Estado de São Paulo é referência neste assunto. Enquanto secretário de Agricultura e Abastecimento tive a oportunidade de promover em 2016 a criação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs). Uma ferramenta que permitiu aos institutos de pesquisa da Pasta darem um passo adiante na inovação.
Com maior facilidade para firmar parcerias com a iniciativa privada, os seis institutos de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) já colhem frutos. O Instituto de Zootecnia (IZ) lança um óleo natural capaz de combater o carrapato em bovinos; o Instituto Biológico (IB) participa do processo de fabricação do selante de fibrina, poderoso cicatrizante.
Foi um momento importantíssimo para este contexto, a realização da Agricultura que reuniu um formidável grupo de inovadores.
Como deputado federal, consegui junto à bancada paulista a aprovação de emenda que destina R$ 22 milhões para a Apta e seus institutos e às unidades paulistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que também tem feito sua parte. Promove inovações como a exportação, em setembro, para a África do Sul do primeiro lote de mangas brasileiras. Foram 25 toneladas exportadas após cinco anos de negociações.
Também adaptou tecnologia limpa empregada na Espanha e em Israel para controle de pragas tem sido utilizada com sucesso contra o ataque da mosca-das-frutas nas uvas. O conhecimento já está à disposição dos produtores. Mas é inegável que este trabalho poderia ser ainda maior.
A Embrapa necessita de uma revitalização, de mais investimentos em infraestrutura e pessoal para poder continuar a inovar e auxiliar nosso produtor rural. Para acompanhar a verdadeira evolução que vem ocorrendo no campo. Além das instituições de pesquisa, das empresas e do governo, outros atores assumiram papel relevante no ecossistema de inovação brasileiro: as incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos, os investidores, que constituem o ambiente para a criação de empresas de base tecnológica.
Mais recentemente, tomam forma os hubs de tecnologias onde estão embarcados vários dos atores descritos acima e que, de forma pragmática, poderiam ser iniciativas das parcerias público – privadas devido ao aproveitamento mais eficaz dos recursos materiais e de capital intelectual.
Nos últimos cinco anos, a participação do agronegócio no Produto Interno Bruto – PIB brasileiro saltou de 19% para 23%. Boa parte desse avanço se deve à adoção de novas tecnologias e à chegada das ag techs, as startups que estão se multiplicando e fazendo uma nova revolução no campo, trazendo ganhos de produtividade e aumento de renda aos agricultores.
A exemplo das fintechs, que invadiram o setor financeiro, o fenômeno das inovações no setor agrícola é irreversível e as empresas começam a ganhar musculatura financeira para deslanchar nos próximos anos. A 2ª edição do Censo AgTech Startups Brasil, realizado pela AgTech Garage, contabilizou um pouco mais de 300 empresas voltadas, exclusivamente, para o desenvolvimento de tecnologias para o mercado agro, em um universo de aproximadamente 7 mil startups em todo o país.
Se o Brasil não investir, não seremos protagonistas em um cenário onde a lista de novidades oferecidas pelas agritechs inclui ferramentas voltadas à agricultura de precisão, drones e robótica aplicada no campo, uso de satélites, big data, internet das coisas (IoT), inteligência artificial e sistemas de gestão em nuvem.
A busca por inovação não é só uma prioridade, mas uma necessidade em um ambiente econômico altamente complexo e de crescente pressão por parte dos consumidores, governos e reguladores que demandam mais eficiência, controle, rastreabilidade e sustentabilidade. Somado a isso novidades disruptivas ocorrerão e mudarão comportamentos e sistemas.
Acompanho o entusiasmo com que a Ministra Tereza Cristina e sua equipe têm lidado com esta questão!
Está havendo uma revolução digital no campo e identificamos no agronegócio o maior potencial de retorno. É um segmento em que o Brasil tem um mercado doméstico enorme e uma tendência agressiva de consumir tecnologia. Em 2017, o agronegócio cresceu 13% no Brasil enquanto os setores industriais e de serviços ficaram patinando e este dinamismo precisará continuar! Inovação é o que garantirá isto!
*Arnaldo Jardim é deputado federal pelo PPS/SP